Capítulo 18

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P E T E R
🇺🇸

Abro a porta de casa e jogo as chaves no aparador. Estou exausto. O dia foi muito cheio e eu não durmo há quase dezoito horas. Primeiro por causa do meu amigo atrapalhado e depois porque tive que limpar a barra com a Helena. Ela não merecia ouvir nada do que falei e tive que me esforçar para que ela não me deixasse.
Eu estaria completamente perdido se isso acontecesse...

Vou na cozinha e pego uma garrafinha de água enquanto tiro o colete, a arma, e as munições. Em seguida, depois de tomar mais que a metade da água, vou direto tomar um banho para tirar o suor impregnado no meu corpo.

Andei pensando que poderia marcar uma noite para sair um pouco com o Ed, e a Helena poderia vir junto e levar sua amiga maluca para conhecer alguns lugares novos, já que ela é nova na cidade.

Acho que será uma boa ideia!

***
Peço comida pelo aplicativo, porque não estou a fim de fazer nada agora e, além do mais, estou cansado demais para isso.
Faz algum tempo desde que falei com a Jessie ou qualquer pessoa daquela casa... É pensando nisso que pesco o celular no bolso de trás da minha calça e disco o número do telefone residencial de lá.

- Oi, cara, quanto tempo! - Mattie diz assim que atende.

- Não deveria estar no hospital agora?

- Não, meu plantão é daqui cinco horas. Estou aproveitando meu tempinho com minhas garotas. - ri.

Mattew com certeza é o exemplo de "homem de família". Ele passa horas trabalhando e todo tempo livre que tem é dedicado a Aubrey e a Jess. Nem sei qual foi a última vez que ele saiu sozinho para algum lugar, mas isso não é problema algum, porque todos vêem nos olhos dele que aquele é o seu lugar, junto com "suas garotas" como ele mesmo dizia.

Eu o admiro muito por isso, e o cara tem todo o meu respeito.

- Tio Peter, - a voz da Abby interrompe meus devaneios. - vem ter uma noite de cinema com a gente!

- Vocês estão assistindo filmes? Que tedioso. - gargalho.

- Cala a boca, Peter! Aposto que você que deve está no tédio aí sozinho. - Jessie grita, me fazendo afastar o celular da orelha.

- Como sabe que estou sozinho? - indago, confuso.

- Você liga quando não tem nada melhor para fazer. - um coro fala, me fazendo ficar mudo.

Será que eu só ligo nesses momentos mesmo?

- Hã... eu... Isso não é verdade. - embolo as palavras.

- Você não se conhece muito bem, então. - Jess ri. - Olha, tem outra chamada na linha. Nos falamos depois?.

- Claro. Até mais!

Desligo o celular e penso por horas no que escutei.

***
O dia seguinte está ensolarado, e fico mais do que feliz por isso. É uma boa oportunidade de dar uma bela caminhada pelo quarteirão e, talvez, hoje seja o dia ideal para sair com Ed, Helena e Sara, sua amiga.

Pensando nas possibilidades, escovo os dentes, troco de roupa e saio para a rua.
O movimento ainda é pequeno por conta do horário, só que logo mais a calçada estará cheia e espero já está em casa quando isso acontecer. Odeio multidões, aglomeração e tudo que envolva muitas pessoas conversando.

Por Acaso Onde histórias criam vida. Descubra agora