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"Amar é breve, esquecer é demorado."— Pablo Nerudo.

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Jennie on

  Acordei com o barulho da campainha, alguém estava a tocando freneticamente. Fui até a porta coçando os olhos, meu corpo estava preguiçoso e por isso eu fui parecendo um zumbi.

  – Eunbin?– Perguntei com a voz rouca mas um pouco curiosa – O que você tá fazendo aqui?

  Senti ser abraçada e ouvir barulhos de choro no meu ombro. Coloquei as mãos nos ombros de Kwon e a coloquei na minha frente, olhei para o rosto da menina que estava vermelho inchado.

  – O que aconteceu? – Perguntei limpando as lágrimas na bochecha de Eunbin, eu nunca tinha a visto chorar. 

  – O Yoongi… – Ouvi seu soluço e fiquei com pena dela – Eu vi ele com outra.

  Fiquei muda por alguns segundos, a puxei para um abraço e afaguei seus cabelos. Minutos depois já estávamos deitadas na minha cama, Eunbin dormia como um bebê. Tentei consolar ela fazendo alguns doces mas parecia que nada adiantava.
                          (Essa parte ficou estranha kk)

  No meio da madrugada caminhei até a sala, havia perdido totalmente o sono. Como que o idiota do Yoongi poderia ter feito aquilo? Em uma semana ele estava noivo e na outra traiu a mulher que ele supostamente "amava"? Aquilo tudo era estranho e me deixava com raiva.

  Abri a grande porta de vidro que dava pra varanda. Me sentei em uma cadeira de madeira que ficava ao lado da porta, as luzes do apartamento onde o casal que eu admirava morava, estavam acesas. Fiquei observando o imóvel por um tempo, a luz se apagou e uma fraca se ligou, pude ver apenas a sombra das pessoas que estavam ali. Sorri quando vi o homem abraçando a mulher enquanto a deitava na cama, meu sorriso desapareceu quando vi o corpo da mulher se arremessado contra a janela de vidro. Uma grande marca de sangue estava na janela, meus olhos se arregalaram e meu coração acelerou. Logo a mulher que eu achava tão bonita estava sendo decapitada na minha frente, eu via tudo em forma de sombras.

  Corri para dentro do apartamento, peguei meu casaco grosso de couro e fui até o prédio ao lado. Desci até o térreo de escada, davam uns dez lances de escada, eu não me importava de estar sem ar, se eu pudesse ajudar alguém eu faria qualquer coisa. Quando digitei a senha no painel e a porta destravou um homem passou por mim correndo, minhas costas bateram contra a parede. Olhei para as escadas e a subi rapidamente, quando cheguei no andar que estava completamente escuro, me aproximei do apartamento.

  A única porta aberta era a do lugar, empurrei um pouco a superfície de madeira e adentrei o local. Coloquei as mãos na boca quando vi o corpo da mulher atirada em um canto do quarto, o homem que estava sempre com ela estava sem as mãos em um canto da sala.

  Caminhei até o closet onde havia uma caixa aberta com coisas desarrumadas, estava de costas para o quarto quando senti algo nas minhas costas e ouvir uma voz masculina sussurrando. 

  – Fica quietinha que eu não te mato agora– Meu corpo foi puxado para fora do pequeno cômodo, senti um metal gelado na minha testa e um braço envolvendo meu pescoço. 

  – Eu não fiz nada – Comecei a respirar pesado, estava sentindo o peito do homem contra minhas costas, ele estava calmo, diferente de mim.

  Ouvi a arma ser destravada, engoli em seco e apertei os olhos. Meu coração parou quando ouvi o barulho de um tiro, o braço foi tirado do meu pescoço e eu não senti mais o metal contra minhas têmporas. 

  Com os olhos fechados eu me virei, levantei as mãos em forma de rendição. Ouvi uma risada, quando abri meus olhos vi que era Eunbin, ela tinha uma arma nas mãos e sorria.

  – Vamos Jennie,  parece que aqui não é seguro 'pra você– Meus pulsos foram agarrados pela mesma que começou a me puxar para fora do apartamento– Você tá louca? Como que pode vir aqui? E se aquele cara tivesse te matado?

  – 'Pra onde você tá me levando?– Comecei a forçar meu corpo para trás, porém Kwon não me soltava – A gente tem que ligar para polícia, Eunbin.

  – Aprende uma coisa– Ela parou de caminhar e me encarou com um semblante sério – As únicas pessoas que você não pode confiar são eles, entendeu?

  Assenti e deixei que ela me arrastasse pra fora do prédio. Eunbin não usava a mesma roupa de antes, agora ela estava com uma calça Jeans preta, uma regata cinza e uma jaqueta de couro—me perguntava onde ela havia arrumado aquela roupa— quando saímos pela porta principal, um Maserati Ghibli estava estacionado na frente do prédio, Eunbin abriu a porta do passageiro e me colocou dentro do automóvel. 

  Eu estava estática, não conseguia me mexer. Meu coração estava acelerado e minha respiração tensa, eu não entendia o que estava acontecendo,  não entendia o porque mataram aquele casal e quem era aquele homem que tentou me matar. A única coisa que eu entendia era Eunbin ter uma arma, eu sabia que ela e Yoongi eram envolvidos com máfia e gangues mas mesmo assim aquilo não fazia sentido. 

  Estávamos à mais de duzentos quilômetros por hora na via principal de Seul, que dava para Busan. Olhei para as placas e vi o nome "Daegu", lembrei de Taehyung e o que ele havia perguntado na noite passada. Olhei para Eunbin que estava concentrada na estrada a sua frente.

  – Quem é Jongin?– Kwon continuou olhando para frente, ela apenas deu de ombros e perguntou em um tom curioso.

  – Como vou saber?– Olhei para a janela, não estava tão assustada, depois de alguns minutos eu havia me acostumado com a velocidade – Por que a pergunta?

  – Por nada– Sorri leve ainda encarando o vidro– Onde você está me levando?

  – Busan– Começamos a ouvir o toque de Eunbin, peguei o aparelho que estava sobre o retrovisor do carro e o atendi.

  – PORQUE VOCÊ 'TÁ LIGANDO PRA ELA SEU FILHA DA PUTA DE MERDA?– Gritei contra o celular, quando vi o nome "Yoongi" estampado na tela meu sangue ferveu– NÃO TEM VERGONHA? CANALHA, BABACA DESCARADO. TENHO VERGONHA DE TER NA MINHA FAMÍLIA, IDIOTA DO CARALHO.

  – Acho que liguei errado... – Ouvi a voz de Min e logo a chamada foi encerrada, coloquei o aparelho onde estava e sorri.

  – Você não é normal,Jen.– Eunbin ria descontroladamente enquanto eu sorria.

  – Normal é sem graça – Dei de ombros e examinei minhas unhas– Eu sou a Jennie, normal não está no meu vocabulário e muito menos nos meus adjetivos.

Continua...

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  Espero que tenham gostado ❤


•Love of a Loser•|YumikilOnde histórias criam vida. Descubra agora