• Capítulo: 01 ✔

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Kurenai

Café. Se tem uma coisa que eu sou viciada é em café, por sinal eu estou tomando agora. Como todas as sextas feiras cá estava eu mais uma vez na minha cafeteria preferida, saboreando meu café enquanto minha irmã tagarelava sobre seu chá de bebê. A cada reação um tanto quanto exagerada da parte dela era uma risada que escapava dos meus lábios.

-- Já escolheu o nome? - Tomo outro gole da minha bebida forte sentindo uma carga de adrenalina pelo meu corpo.

-- Ainda não, meu marido quer um nome coreano. Mas assim, eu quero um nome japonês. - Ela mordeu um biscoito com a coloração castanha, em seguida soltou um gemido de satisfação.

-- Você que vai parir o bebê quando completar nove meses, acho mais do que justo você ter o direito de escolha do nome. - Falo fazendo ambas rirmos.

-- Bem, ele ajudou na hora fazer e eu quero que ele participe, sabe? - Vejo um leve rubor avermelhado crescendo em suas bochechas gordinhas, deve ter ficado com vergonha.

-- Faz o seguinte, ele escolhe o sobrenome e você o nome. Simples! Assim ambos saem ganhando, ainda mais se for um nome composto.

-- Olha só, até que não é uma ideia ruim. - Ela sorri animada e eu retribuo. -- O Namjoon falou que queria o sobrenome dele, ou seja, Kim. E bom, eu quero Hideki como o vovô.

-- Kim Hideki. - Fiquei um pouco pensativa encarando meu café enquanto analisava, da onde que eles tiraram esses nomes? Puta merda. -- Por incrível que pareça eu gostei! Ficou parecendo um personagem de anime estranho, só que eu curti.

-- Eu também gostei, sei que você adora nomes estranhos. - Ela para de falar olhando algo atrás de mim, logo um sorriso malicioso tomou seus lábios. -- Maninha acho tem alguém interessado em você. - Ela murmura sapeca.

-- Como assim? -Tomo o último gole do meu café e bato a xícara na mesa sem nenhum cuidado, nunca fui muito educada. - Alguém interessado em mim? Quando foi que trocamos de assunto?

-- Atrás de você, tente ser discreta. - Ela olha para atrás de mim novamente.

Me viro bruscamente e automaticamente percebo três caras me olhando na maior cara de pau. Eles acenam sorrindo e eu viro para frente com uma careta, não gosto que fiquem me encarando então confesso que fiquei bem incomodada... E olha que eu nem prestei atenção no rosto deles.

-- Sério isso? - Solto um cochicho que mais se parecia com um gritinho amedrontado.

-- O que adianta cochichar agora? - Rise começa a rir um pouco alto chamando a atenção de alguns clientes. -- Você virou igual a garotinha do filme do exorcista.

-- Para de rir imbecil! - Com a minha fala ela começou a rir ainda mais alto fazendo uma senhora que estava próxima tomar um susto, essa piranha tem sorte de estar grávida, se são eu estrangulava ela alí mesmo. Já passei vergonha o suficiente sozinha, mas com ela é bem pior. - Estupida!

-- Aí, senhor socorro! - A mais velha tenta regular a respiração por ter rido igual a uma hiena parindo, bela comparação por sinal. -- Seguinte vamos embora, eu já paguei nossa conta e não aguento mais ficar aqui.

Rise se levanta e eu segui ela ajudando-a à andar até a saída, tento colocar a bolota da minha irmã no banco do carona mas não estava dando certo, então ela simplesmente concorda em ir atrás. Contorno o carro e abro a porta do motorista. Quando eu ia entrar vejo uma movimentação na porta da cafeteria, logo uma pessoa corre até mim.

-- Ei moça! Você esqueceu isso. - Um dos garotos que estava me encarando naquela mesa correu até mim com a bolsa da minha irmã, aposto que essa vaca deixou lá de propósito. A minha irmã tem o hábito horrível de tentar ser minha cupido, o que é uma merda já que eu sempre fico com a cara queimando de vergonha. Dá até ânsia de vômito ao lembrar do dia que ela me cadastrou no Tinder, credo!

-- Ah, obrigada. - Pego a bolsa sorrindo minimamente para o garoto, logo ele sorri de volta. Seu sorriso é encantador e tinha um formato engraçado por ser meio quadrado.

Uma vibe mais Minecraft e tal.

- De nada, tenha um bom dia! - Ele sai andando de volta até a cafeteira.

-- Bom dia pra você também! -Berro antes de entrar no carro e tacar a bolsa no banco do carona. Como já disse, eu não sou nenhum pouco delicada.

-- Precisava jogar a bolsa assim? Tá mais bruta que um cavalo ultimamente. - A morena disse me fazendo revirar os olhos entediada.

-- Não sou uma princesa encantada Rise. - Coloco o cinto e ajudo a gravidinha a fazer o mesmo, já que ela estava com dificuldades graças à barriga enorme.

-- Então você esqueceu a bolsa de propósito para falar com um dos bonitinhos? - Ela me provoca rindo da minha cara.

-- Não começa, eu não fiz nada! Deixa de ser hipócrita mulher. - Giro a chave ligando o carro e olho para ela pelo retrovisor. - Quem esqueceu a bolsa foi você e não eu!

-- Aham sei. - Ela abre a janela como quem não quer nada. Quem olha assim nem desconfia que a santa é na verdade uma atentada.

-- E então madame aonde você quer ir agora? - Tento usar um sotaque francês que aprendi vendo despedida animado, mas parecia mais que eu estava com gripe. Tenho que melhorar minha pronúncia urgentemente.

-- Eu quero ir comprar a decoração do quarto do bebê. - Ela se anima mais ainda e até parecia que tinham estrelas em seus olhos escuros, brilhavam como os olhos de uma criança numa loja de brinquedos.

-- É pra já! - Dei a partida e comecei a dirigir pelas ruas de Seul. - Espero não acabar atropelando ninguém pela pressa, parece que as ruas estão movimentadas.

𝐏𝐨𝐬𝐬𝐞𝐬𝐬𝐢𝐯𝐞 𝐋𝐨𝐯𝐞 • sᴇɴᴅᴏ ʀᴇᴇsᴄʀɪᴛᴀ.Onde histórias criam vida. Descubra agora