Kurenai
Eu repeti a história mais vezes do que posso contar, expliquei até os mínimos detalhes que lembrava. Até bolei minhas teorias dos possíveis motivos da perseguição frisando pontos específicos, como a briga na festa do outro dia, meu histórico com meu ex e até o lance de ter sido a amante da relação — mesmo que essa não fosse a minha real intenção. Praticamente desabafei com os policiais esperando que o senso de justiça deles acordasse para me socorrer, em vez disso, eles riram de mim. Como se minha vida fosse uma novela de quinta categoria, acharam engraçado, pareciam querer dizer que eu criava os meus próprios problemas porque queria chamar atenção. Esses merdas estão conseguindo me tirar do sério.
— Moça, você faz acompanhamento psiquiátrico ou toma algum remédio? — O policial perguntou entediado e eu me segurei para não dar um soco no meio da cara dele, o senhor bigode de lagarta me encarou ainda desconfiado de toda a minha história.
— Eu já disse o que aconteceu, foi tudo verdade! — Insisto fazendo o homem de farda suspirar.
— Está dizendo que foi perseguida pelo seu ex namorado em plena luz do dia com várias pessoas na rua? E ninguém, repetindo: ninguém, tentou te ajudar? — O outro policial, esse parecia mais jovem, riu achando tudo isso uma grande piada.
— Ninguém é maluco de fazer isso. — O terceiro argumentou focado em arrumar seu próprio distintivo.
— O Natsu é. E é muito maluco, por sinal. — Cruzei os braços e desviei o olhar para parede, se ficar cara a cara com um desses idiotas posso acabar cometendo um homicídio qualificado. — Ele já tem passagem pela polícia.
— E seria por? — O bigodudo me perguntou.
— Tentativa de feminicídio. Foi solto depois de uma semana, disseram que não tinham provas... Mas tinham, foram subornados. — Dessa vez Yoongi respondeu por mim enquanto digitava freneticamente em seu notebook, procurando algo que eu não sei o que é. — O advogado dele ofereceu uma grana preta ao juiz para que liberassem o filho da puta, depois se mudou de país para se livrar de uma investigação. Já tentou machucar minha amiga várias vezes, bate na esposa e eu nem imagino o que faz com os próprios filhos.
— E como você sabe disso tudo? — O policial mais jovem colocou as mãos na cintura com uma careta interrogativa.
— Tenho meus meios. — Deu de ombros virando o notebook para mim, lá mostrava a conversa dele com um advogado. — Se não aceitarem contribuir com a investigação sugiro que se preparem, vou processar todos vocês. E não pensem que serei bonzinho, se descobrir um mínimo deslize de vocês vou extorquir os três até o último centavo. Ou pior, vou dar um jeito de prendê-los. Pela falta de interesse, dá para perceber que são... Corruptos... Quero dizer... Vocês entenderam aonde eu quero chegar.
— E o que você sugere que façamos sobre a investigação? — O policial mais calado perguntou estressado, parece que mencionar um processo acordou ele para vida. Ficou nervoso, com certeza é corrupto.
— Procurem nas câmeras de segurança dos estabelecimentos locais, devem ter filmado ela fugindo do Natsu. — Taemin sugere entrando na sala e se sentando do meu lado, depois cruzando as pernas deixando a esquerda por cima da direita. — Poderiam procurar testemunhas, não deve ser difícil. Tem um bar aqui perto, alguns jovens costumam ficar fumando pelos becos daqui e ainda tem um grupo de senhoras que faz caminhada pela vizinhança.
— Hum... Podemos fazer isso. Até lá, não precisam se preocupar com um processo. — O policial do bigode exagerado riu claramente forçado, parecia tenso, depois olhou para os parceiros como se estivessem implorando para que dessem uma risada, eles fizeram isso. — Não é rapazes?
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𝐏𝐨𝐬𝐬𝐞𝐬𝐬𝐢𝐯𝐞 𝐋𝐨𝐯𝐞 • sᴇɴᴅᴏ ʀᴇᴇsᴄʀɪᴛᴀ.
Fanfiction𝐏𝐨𝐬𝐬𝐞𝐬𝐬𝐢𝐯𝐞 𝐋𝐨𝐯𝐞 ___ sᴇɴᴅᴏ ʀᴇᴇsᴄʀɪᴛᴀ Doroki Kurenai não imaginava que alguém iria se interessar por sua personalidade forte ou humor fora do comum, porém, não só um, como três dos homens mais conhecidos da Coreia começaram...