Capítulo: 04 ✔

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Kurenai

- Namjoon onde tá sua moto? - Já na garagem de casa, eu observo o mais velho se sentando no banco do motorista do nosso carro.

- Na oficina do meu primo, o freio dela estragou de novo. - O Kim fecha a porta e liga o carro me fazendo um sinal para eu entrar também.

- De novo? Esse freio já estragou umas cinco vezes só nesta semana. - Entrei no carro me sentando no banco do carona, logo fecho a porta e coloco o cinto de segurança. - Você deveria levar num outro mecânico, sabe... Um que saiba arrumar motos de verdade.

Usem cinto crianças! Tá legal, eu tenho que parar de falar sozinha.

- Pois é, tem uma rua em Seul chamada UGH. - Ligou o carro antes de continuar e arrumou o espelho de teto. - Lá têm um semáforo maluco que faz questão de ficar vermelho sempre que eu estou em alta velocidade, o freio da magrela não aguenta mais esses arrancos.

- Pobre magrela. - Me refiro à moto enquanto afundava no banco do carona tentando relaxar, logo rimos juntos.

- Sabe, eu acho que estou esquecendo alguma coisa guria. Tô com uma sensação esquisita. - Ele olha para cima tentando lembrar o que era essa tal coisa.

- Bota o cinto Namjoon. - Digo fazendo-o olhar para si próprio, eu já disse e vou repetir, crianças usem cinto se não quiserem sair voando pelo para-brisa!

- Era isso mesmo, boa garota! Tá vendo, você presta para alguma coisa. - Ele coloca o cinto e aperta o botãozinho no teto para que o portão automático se abra, fato que ocorreu segundos depois.

O portão é fechado automáticamente enquanto eu ligo o rádio do carro. Em segundos começamos a cantar músicas de k-pop no caminho, o que foi engraçado já que somos horríveis na parte do vocal. Tá legal, eu admito que no rap damos até aula. Mais ou menos umas duas horas depois eu vejo pela janela um prédio moderno com os vidros negros. No topo tinha um telão com produtos da empresa sendo mostrados, um mais caro que o outro. Teria que dar os meus dois rins para comprar uma dessas roupas caras.

- Ui que chiqueza. - Namjoon faz um sotaque francês que acredite se quiser, consegue ser bem pior que o meu e o meu é horroroso. - Só o tapete de escrito Bem Vindos deve custar minha alma.

- Menos Namjoon, bem menos. - Sorrio com suas gracinhas, assim pelos menos eu fico menos nervosa. - Acho que só um fígado já é o suficiente, quem sabe eles não dão um casaquinho por um dos seus olhos.

- E um dos baratos por sinal. - Jonnie estaciona o carro na primeira vaga que ele vê, uma das mais próximas da rua. - Boa sorte e se lembre desse conselho sábio...

- Lá vêm. - O olho com atenção, aqui vai mais uma de suas reflexões idiotas sobre a vida.

- Se tudo der errado pega o tapete e sai correndo. - Ele diz com voz de velho, deve ter tentado imitar um monge ou um sensei de filmes de samurais.

- Tu é besta demais. - Começo a rir e ele faz o mesmo.

- Na minha humilde opinião, esse deve ser o melhor plano de todos. Tá legal?! - Ele para p'ra pensar um pouco. - Se bem que você é bem lerda então tropeçaria no caminho.

- Aham sei, você com certeza é mais lerdo do que eu. - Tento recuperar o fôlego e ele me olha com uma cara leve de deboche. - Manda um beijo para a Rise por mim e tentar acalmar ela.

- Pode deixar que mando sim. - Ele sorri enquanto eu saio do carro.

Saio do carro e meu cunhado buzina p'ra mim antes de arrancar o carro cantando pneu pelo asfalto, assim o pneu vai acabar ficando careca. Ando um pouco até que chego na entrada do prédio vendo o tapete que o Nam me falou, realmente, ele deve valer uma boa grana. Dou um sorrisinho lembrando das idiotices dele e entro sem perder mais tempo. Me deparo com um cômodo amplo, em tons de cinza e grafite, móveis em madeira ornamentada e várias plantinhas daquelas suculentas espalhadas como decoração.

Percebo um balcão marrom escuro de madeira bruta com uma mulher, que provavelmente é uma atendente atrás dele e me aproximo. Vou em passos vagarosos até a moça dando um bom dia simples e sou surpreendida com um sorriso largo da moça.

- Olá, mocinha. - ela me olha de cima a baixo, provavelmente me analisando brevemente. - É a nova modelo que os meninos contrataram para a sessão de verão?

- Como é? Modelo? - Olho para baixo analisando minhas próprias roupas com uma careta, definitivamente não tenho jeito para ser uma modelo. - Não, não, não, eu vim para o cargo de secretaria geral mesmo.

- Sério? Você é tão bonita e jovem pra ser secretária. - A loira pega alguns papéis atrás de si. - Deveria tentar uma vaga para modelo.

- Obrigada, você também é linda. - Tombo a cabeça para o lado a olhando, ela estava mechendo em alguns documentos, desta vez no armário do lado direito. - Porém, não levo jeito.

- Ah que isso, obrigadinha. - Ela me entrega uma ficha com papéis perfeitamente organizados. - Aqui, você vai ir reto no corredor, depois vai entrar na penúltima porta da direita. Entendeu?

- Entendi sim, obrigada. - Sorri meio confusa.

- Se por um acaso precisar de algo, meu nome é Park Roseanne, ou apenas Rose. - Ela passa uma mecha de seus cabelos loiros para atrás da orelha revelando mais da raiz acastanhada. - Vou estar aqui das nove da manhã até cinco da tarde.

- Sou a Kurenai, obrigada novamente e é um prazer conhecê-la. - Sai andando com um sorrisinho animado, pelo menos o povo daqui é simpático.

- Não há de quê! E boa sorte! - Ela berra da recepção já que eu estava longe, agora indo para a entrevista.

Penúltima porta da direita, repetia mentalmente até parar em frente uma porta feita do mesmo material do balcão. Giro a maçaneta e empurro delicadamente a porta pedindo licença antes de entrar, percebo que têm umas quinze jovens com mais ou menos a minha idade sentadas em sofás esperando. Me sento em uma poltrona de couro preta que estava vazia e olho ao redor, todas parecem ser milionárias ou famosas. Suspiro baixo olhando elas, depois de segundos escuto uma porta próxima sendo aberta.

Próxima, Próxima, Próxima era só o que eu ouvia, quando que minha vez vai chegar senhor? Faltam só duas garotas além de mim, as outras já entrevistadas foram encaminhadas para outra sala. Estou com uma puta ansiedade. Fico batendo minhas unhas na minha própria coxa tentando escapar da ansiedade, enquanto isso olhava ao redor apreensiva até escutar meu nome sendo chamado.

- É agora ou nunca. - Sussurrei me levantando.

𝐏𝐨𝐬𝐬𝐞𝐬𝐬𝐢𝐯𝐞 𝐋𝐨𝐯𝐞 • sᴇɴᴅᴏ ʀᴇᴇsᴄʀɪᴛᴀ.Onde histórias criam vida. Descubra agora