Capítulo: 21 ✔

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Kurenai

Segurei no corrimão da escada para não me estabanar no chão, fechei os olhos por impulso e dei outro espirro. Funguei abrindo os olhos e encarei o teto de casa, meus olhos estão lacrimejando de novo. A festa foi anteontem e contando com hoje fazem dois dias que eu estou terrivelmente gripada, sem nem um sinal de melhoras. Eu sabia no fundo que ficar na chuva me faria mal, mas decidi não me importar na hora e estou lidando com as consequências das minhas escolhas. Me arrependo de algo? Não, nadica de nada. O que me deixou mais surpresa foi a saúde de Jungkook, mesmo depois de tudo aquilo ainda ficou bem e forte como um corcel. Era um absurdo, enquanto eu passava o domingo debaixo das cobertas com o nariz irritado ele estava se divertindo por ai — fora as várias provocações.

— Volta para cama. — Park se aproximou com uma caixinha de lenços e uma garrafinha com suco, deduzo pela cor que é de laranja. — Pode tirar o dia de folga, ainda não está cem por cento bem.

— Posso trabalhar. — Garanti-me segurando para não espirrar, não adiantou, na hora virei o rosto para o lado e espirrei. — Merda...

— Saúde. — Estendeu a caixinha de lenços na minha direção.

— Amém, obrigada. — Peguei um lencinho para limpar o nariz rápido, assim que terminei caminhei até a cozinha para jogar o lenço descartável no lixo. — Mas é sério, estou bem. Uma gripe não vai me derrubar.

— Se está tentando ser forte como o Jungkook pode esquecer, esse não adoece nem com reza brava. — Se apoiou no balcão abrindo a garrafinha de suco rompendo o lacre. — Teve uma vez que ele tentou tomar cloro para ver o que acontecia, adivinha? Não aconteceu nada. É claro, levamos ele ao médico mesmo assim, mas de qualquer jeito os exames indicaram que a saúde dele está perfeita.

— Sobre o que vocês estão falando? — Jungkook se aproximou praticamente saltitando até nós, dando dois pulinhos a cada passo. Taehyung vinha logo atrás, seus passos estavam mais lentos e decididos.

— Você é um monstro! — Falei encarando o moreno depois de jogar o lencinho fora.

— Que isso? Ataque gratuito? — Botou a mão sobre o peito de um jeito teatral, como se fosse a maior ofensa que já recebeu na vida.

— Monstro? — Taehyung repetiu entre risadas.

— Como alguém toma cloro e fica bem?! — Apoiei ambas as mãos na cintura e vi seus olhos arregalados.

— Você contou?! — Jeon acusou Jimin que deu de ombros tomando um gole do suco. — Quer me fazer de idiota para ela? Babaca.

— Tá nervosinho, tá? — Provocou Jimin e Taehyung apenas acompanhou tudo rindo.

— Seu filho de uma...

— Opa, opa, opa! Sem xingar, o dia está muito lindo para brigas. — Fiquei na frente dele impedindo o platinado de ir até os irmãos, depois virei o rosto para a outra direção e espirrei. — Mas que caralho!

— Você xingou! — Ele acusou com uma cara de quem pegou alguém fazendo merda, depois abriu um sorriso travesso. — Sua pequena hipócrita.

— Foi sem querer. — Cruzei os braços desviando minha atenção para a janela, está pingando e provavelmente vai chover forte mais tarde.

— Foi sem querer, aham. — Debochou num tom de brincadeira.

Ficamos segundos em silêncio até que de repente começamos uma discussão entre nós dois, não era nada sério, parecemos mais com dois adolescentes se zoando até o inferno. Durou tanto tempo que quando percebi, estávamos a sós na cozinha, os meninos já tinham saído para o trabalho e é certo o fato de que eu estou atrasada. Encarei Jungkook que ainda falava pelos cotovelos como um papagaio, estava Ironizando como uma pessoa com uma saúde tão fraca poderia ser tão atentada quanto euzinha aqui. Eu tenho que ir ao trabalho por causa da Rose, ela disse ter algo muito sério para me contar e eu TENHO que ir. Mas, essa birra do Jeon com a minha saúde não vai me ajudar em nada. Ele quer que eu fique em casa, disse que não iria hoje também para cuidar de mim — mentiroso, aposto que quer aproveitar para me beijar até dizer chega. Decidi não prolongar o papo furado. Assim que vi uma brecha no caminho tentei passar por ele conseguindo imediatamente, na hora minha reação foi sair andando bem rápido dali — quase correndo. Meus extintos diziam que se ele percebesse que estávamos sozinhos tentasse algo mais... Imprevisível? É, podemos usar essa palavra.

𝐏𝐨𝐬𝐬𝐞𝐬𝐬𝐢𝐯𝐞 𝐋𝐨𝐯𝐞 • sᴇɴᴅᴏ ʀᴇᴇsᴄʀɪᴛᴀ.Onde histórias criam vida. Descubra agora