QUANDO O AMOR ENLOUQUECE!-Armando Scoth Lee-romance espírita gay

CAPÍTULO 26-ANOS DEPOIS DA TRAGÉDIA...

(ALERTA: ESTE LIVRO É IMPRÓPRIO PARA MENORES!)

Diogo não voltou a morar com Estela, pois não sabia como consolar a avó pela perda de Mateus.

Ele ainda estava inconformado, como querer que aquela que foi a verdadeira mãe de Mateus aceitasse aquela morte tão estúpida e prematura?

Estela não voltou a pedir à mãe de Diogo, Miriam, para enviar-lhe o filho de volta  para que ela cuidasse dele, pois não sabia o que dizer ao neto pela perda do namorado. Ela ainda precisava se controlar para, a exemplo de seu neto falecido, não se revoltasse contra Deus.

Seguidora de duas religiões/filosofias que se completavam em seu coração (não se anulavam, como muitos poderiam pensar), Estela reconhecia que nem o Catolicismo e nem o Espiritismo a deixavam mais conformada com a tragédia!

A situação dos dois, avó e neto sobreviventes,  era no mínimo absurda, pois talvez tivessem sofrido menos, se apoiado emocionalmente, se tivessem ficado juntos naqueles primeiros anos de dor e sofrimento pela ausência de Mateus.

_E Diogo como está?_Estela todos os dias  perguntava à filha pelo telefone, pois o neto não ligava pra ela e a avó não iria obrigá-lo a conversar com ela.

_Tentando se matar. _a mãe desabafava todos os dias._Confesso que estava mais segura quando ele estava sob a sua proteção, porque agora se meteu com uma turma de loucos que só querem esportes radicais. Está bebendo, fumando...juro que não creio que seja apenas cigarro comum, Estela.

Estela sabia que não. Havia o filho de uma amiga que fazia parte daquele grupo de loucos que haviam se unido para desafiar a morte e usavam a maconha (juravam que era apenas a maconha) para tomarem coragem.

_Corrida de bicicleta, corrida de moto, já pulou de paraquedas três vezes, quase todos os finais de semana salta de asa delta...isso quando não participa de algum racha por alguma rua movimentada e depois têm que fugir da polícia pra não serem presos. Já falei: se for preso, que se vire e nem ligue pra mim!

Estela tentava entender o que Diogo estava fazendo com a própria vida: será que tentava seguir Mateus? Se assim o fosse, pelo menos ele não estava tentando radicalizar e fazer a coisa de uma vez só.

Todos os dias os mesmos papos...tão previsíveis...tão sofridos...tão sem solução...O que Estela tinha pra oferecer a ele? Ele queria Mateus!

_Gritei com ele outro dia se ele queria morrer e ele não me poupou de um sorriso cínico ao dizer que ainda estava infernizando a minha vida e a do pai antes de partir.

_Meu Jesus Cristo...Diogo  era um menino tão ajuizado, tão bonzinho..._lamentava a avó.

_Cristiano voltou pra casa. Agora que está doente, claro! Quem vai ficar limpando a bunda de um velho com câncer no intestino? A idiota aqui._desabafou revoltada como se Estela ainda não soubesse de tudo aquilo.

Estela pensava se seria o certo viajar até a casa da filha para conversar com Diogo, ou mesmo tentar trazê-lo de volta pra fazenda...mas temia que ele, pra fugir da avó, desaparecesse no mundo! Melhor não forçar. Ele sabia que ela estava ali esperando que o neto voltasse...sempre estaria.

_Precisa de algum dinheiro? Digo...para o Diogo, ou para pagar alguém pra te ajudar a olhar o Cristiano..._tentava aliviar a barra da filha.

_Dinheiro sempre é bom, mas vou ser sincera, Estela...

Estela tinha que concordar que talvez o sofrimento por ver o marido doente e o filho tentando se matar tivesse amolecido o coração da filha. Estela  somava a isso o fato de Sabrina, mãe de Mateus, estar constantemente internada em clínicas para se livrar das drogas. Em seus surtos de loucura, Sabrina se recusava a aceitar qualquer ajuda da mãe dizendo que Estela  era culpada pela morte de Mateus.