Prisioneiro do Rei 👑 Jikook [ABO]

03 - Simulação

Simulação.

Trata-se de construir um disfarce através do fingimento de forma que se afaste da verdade. Uma experiência ensaiada cujo objetivo é produzir artificialmente determinada situação em um meio real.

Caracteriza-se pela ausência total ou parcial de verdade e sinceridade, sendo muito utilizada por atores, por exemplo, ao substituir seu verdadeiro 'eu' pela personagem a ser representada.

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PARK JIMIN

— Bom dia, vossa alteza. Como foi a sua noite? — pergunto ao moreno descabelado vestido com a minha camisa de mangas compridas. 

— Maravilhosa! — Ele sorri ao fitar meu rosto. 

O canto de seus olhos apresentam pequenas rugas enquanto suas fileiras de dentes brancos são expostas.

Comprimo os lábios na tentativa de conter o pensamento de que o príncipe assemelha-se a um coelho — dentuço, fofo, totalmente inocente. 

— Sinta-se livre para sorrir também, Jimin — pronuncia com suavidade. — O que o faz querer fazê-lo agora, afinal?

— Não seria respeitoso dizer o que estou pensando, vossa alteza. No entanto, eu o farei a seu pedido. — Permito-me sorrir abertamente. — Seu sorriso me lembra de um coelho que eu tive quando criança. 

Ele pisca os olhos, atônito. Então, gargalha, me fazendo respirar aliviado por não o ter ofendido. 

— Essa é a primeira vez que me dizem algo assim. — Jungkook limpa o canto do olho lacrimejante. — Se eu pudesse conversar mais com você agora, eu o perguntaria sobre seu coelho de estimação, mas temo que nos atrasemos para minha primeira refeição de maioridade. 

— Certamente, alteza. 

Desanimo, apenas observando o príncipe rumar ao banheiro. Ele detém-se em frente à porta e respira fundo 2 vezes. 

Então, ordena: 

— Prepare meu banho agora. — Sua voz apresenta outro timbre. 

Mais imponente, mais frio, mais condizente com sua posição social elevada e menos com a nossa estranha proximidade de segundos atrás. 

Apresso-me para ir até onde ele está. Abro a porta e permito a passagem do nobre antes de eu mesmo entrar. 

Observo a extensão do local. Provavelmente do tamanho da minha casa antiga inteira. O pensamento me causa arrepios desconfortáveis. 

Não quero imaginar o que vem acontecendo em minha ausência, portanto decido manter o foco em entender o que eu deveria fazer. 

— O que está esperando? — Jungkook indaga, arrogante. 

Não respondo. Não me movo. Não respiro. 

Admitir que não possuo capacidade suficiente para "preparar o banho" seria vergonhoso. Eu não possuía uma banheira, sequer conhecia sua existência. 

E mesmo que agora já saiba sua funcionalidade, imagino que o banho de um príncipe seja muito mais elaborado. Qualquer erro poderia me custar muito.

Odeio admitir que sou inútil em todos os sentidos. 

Contrariando minhas expectativas de que o herdeiro se irritaria ainda mais com o meu comportamento, ele me observa condescendente. 

— Você não sabe o que fazer, certo? — pergunta; eu afirmo, envergonhado. — Tudo bem. Venha, vou te ensinar como eu gosto para que você sempre prepare meus banhos.