22 - Intrínseco

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Intrínseco.

Trata-se de algo inerente, que possui importância por si próprio, independentemente da relação com outros fatores; constitui a essência, a natureza de alguma coisa — ou de alguém.

Anatomicamente, refere-se a um tipo de músculos presentes no corpo.

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PARK JIMIN

O sol da manhã é fraco, como se ainda não estivesse pronto para superar a tempestade do dia anterior, mas lutasse com todas as forças para brilhar atrás de espaças nuvens esbranquiçadas. Uma superação da maior estrela do nosso Sistema Solar. Um novo capítulo ocorrendo no céu. 

Um novo capítulo ocorrendo na Terra também. 

Na minha vida, para ser mais específico.

Toco em meu pescoço, pouco atrás da orelha, sentindo a marca do alfa em cujo tórax estou aconchegado. Há uma elevação sutil na pele quente e fina no local onde ele marcou. Quase como uma cicatriz de um corte não muito profundo. Este não é um machucado, no entanto. Agora é uma parte de mim, intrínseca ao meu ômega e a todo o meu ser. 

Meus lábios curvam-se em um meio sorriso, o elo entre a felicidade e o peso das consequências que não tivemos tempo para ponderar. E ainda não estou preparado para refletir sobre elas. Nem sobre as informações que antecederam a briga.

Bufo, tentando afastar tais aflições, acorrentando-as no fundo do meu cérebro para que lá permaneçam por muito tempo. Não quero arruinar minha manhã dessa forma, não após uma noite inesquecível. 

"Jimin sofreu a vida inteira, e eu só queria que as férias que estou proporcionando a ele fossem perfeitas, sem nada nem ninguém o preocupando". As palavras de Jungkook que me fizeram sentir como um traidor mentiroso ontem — e eu realmente fui um —, agora cumprem o papel de impedir que minha mente vague por quaisquer pensamentos que pudessem potencialmente estragar esse momento. 

Mexo-me apenas o mínimo para apoiar meu queixo no peitoral do príncipe. Olho para cima, ainda embalado em um de seus braços, e observo-o dormir profundamente. 

Dessa vez, sorrio em plenitude ao me deparar com o jovem adulto de boca aberta, imerso em um sono inabalável. É até cômico comparar o Jungkook viril de ontem com o bebê dorminhoco de agora. 

Levo minha mão ao seu queixo, fechando sua boca antes que babe o travesseiro inteiro. Deixo um pequeno riso escapar, fazendo-o abrir os olhos minimamente e fechá-los em seguida. Ele resmunga algo incompreensível e se mexe, tirando meu corpo de si e virando-se para o lado contrário — de costas para mim. 

Engulo em seco ao me deparar com manchas de sangue no lençol branco abaixo de si. A roupa de cama está suja com pétalas e todo tipo de fluido: sangue, suor, lágrimas, óleo de massagem, sêmen. Tenho pena da equipe de lavanderia do hotel. Meu rosto chega a ferver de vergonha com a bagunça que causamos.

Subo os olhos pela extensão das suas costas, as quais estavam em contato com o lençol levemente manchado com seu sangue. Elas estão assustadoramente preenchidas por arranhões em carne viva. 

Umedeço os lábios em um pico de ansiedade, lembrando-me claramente de ter descontado meu prazer em Jungkook, arranhando-o sem conter os impulsos ou a intensidade dos atos.

Percorro com a ponta do dedo o maior corte que causei no alfa, seguindo uma linha lateral e instável desde o meio da sua coluna até o início de seus glúteos desnudos abaixo do cobertor. 

Prisioneiro do Rei  👑 Jikook [ABO]Onde histórias criam vida. Descubra agora