Jungwoo, sobre cantorias e roleplays

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Mark já esperava sentir certo desconforto ao encontrar-se com Renjun, mas o que ele não imaginava é que o desconforto viria em dobro ao se encontrar com Jung Jaehyun. Por que diabos o amigo haveria de dizer que gosta de si quando nunca havia demostrado?

O canadense esteve pensativo durante o dia todo, mas agora limitava-se em se sentir apavorado, e ninguém poderia culpa-lo por isso. A voz alta de Hyori e os gritos de Yukhei vindos do corredor alertavam o Lee de que coisas ruins estavam por vir, e que se ele achava que poderia dedicar aquele final de tarde para estudar — ou quem sabe continuar se lamuriando por Jaehyun nunca ter dito antes o que sentia por si — este estava mais do que enganado.

— Seu filho da puta desgraçado, tá achando que eu vou ser corna mansa é? Já não bastou esse últimos meses em que eu fui obrigada a te ver andando com aquela putinha, e você ainda quer assumir ele só porque ele usa aquela roupa ridícula contigo? Eu achei que que a gente tinha concordado em nos privilegiar! Você fez eu terminar com o Yuvin, mas ainda quer incluir essa poc no nosso namoro?

Sentado na cadeira de sua escrivaninha, o Lee sentiu o coração perder o compasso quando a estudante de engenharia civil abriu a porta em fúria enquanto carregava uma caixa enorme até a cama de seu companheiro de quarto. Segundos depois, Yukhei deu as caras afoito, tentando segurar a garota em uma tentativa desesperada de impedi-la.

— Amor, você não pode fazer isso com nossos 3 anos de história! E-eu já disse que com ele é só sexo... e as vezes a gente joga Yu-gi-oh! também mas isso não vem ao caso...

Yukhei segurava a garota pela cintura, enquanto Hyori esperneava em fúria.

— Amor o caralho! Quem estragou tudo foi você Yukhei! Me deixa em paz garoto, não sou seu briquedinho, okay? Enfia a fantasia da Hinata no cu e gira! — Hyori virou-se para o mais velho encarando-o como se quisesse mata-lo.

— Hyori por favor, eu te amo... Eu só queria que você entendesse que o Jungwoo faz as coisas que eu peço e você não! Quando eu te propus o roleplay você simplesmente riu da minha cara!

— E você espera o que garoto? Que eu fosse ficar de boa com você vestido feito um pateta e me chamando de não sei o que chan?

— Então você admite que também errou?

Assim que Yukhei finalizou a fala, por mais inexperiente que Mark fosse, este entendeu que o chinês havia acabado de eliminar qualquer resquício de possibilidade da Kang de reconsiderar o término. E isso só se fez ainda mais evidente quando a garota forçou a caixa que segurava sobre as mãos do Wong.

— Que bom Yukhei, vai lá realizar a porra do seu desejo de ser um hokage, sayajin ou sei lá o que e me deixa em paz... Eu já sabia que você ia escolher a porra do sexo com personagens ao invés de mim... Eu não sou suficiente, não é? É sempre a Hyori...

— E-eu não quis dizer isso... Hyori você é boa só que...o Jungwoo ele..
Lucas poderia tentar justificar suas palavras das mais diversas formas possíveis, mas nada daquilo faria com que Hyori desse o braço a torcer, ele já havia acabado com tudo, e ele ao menos deveria reconhecer isso.

— Pode me chamar quando precisar de ajuda, está bem Mark? Eu consegui o número do Hyuck pra você...se quiser ligar. — a coreana se aproximou do garoto com cautela, entregando o papelzinho para ele com um sorriso contido no resto, em uma falha tentativa de disfarçar a cara destruída pelo choro.

Quando a Kang finalmente se retirou do quarto dos garotos, Yukhei parecia em choque, enquanto Mark, por mas estranho que parecesse, sentia uma pontada em seu coração. Mesmo que a relação não lhe dissesse respeito e que o mais normal para si fosse sentir vergonha alheia da exposição do casal, Mark deixou-se consumir pela figura de Yukhei deitando-se na cama em posição fetal enquanto agarava a caixa que Hyori havia deixado consigo, caixa esta que o canadense acabou descobrindo mais tarde que se tratava do lugar em que Hyori guardava todas as coisas que alguma vez já havia recebido do chinês.

𝙳𝚒𝚛𝚝𝚢 𝙲𝚕𝚊𝚜𝚜Onde histórias criam vida. Descubra agora