Are You Death Or Paradise?

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HARDIN

3 dias depois

Anos atrás, quando eu recebi a notícia que teria perdido meu primeiro filho por conta de um aborto espontâneo que a Tessa sofreu, foi a pior sensação que eu senti em toda minha vida

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Anos atrás, quando eu recebi a notícia que teria perdido meu primeiro filho por conta de um aborto espontâneo que a Tessa sofreu, foi a pior sensação que eu senti em toda minha vida. Mesmo tendo presenciado traumas o suficiente para me deixar imune a qualquer dor. Acontece que eu aprendi a sentir, amar, perdoar e ser vulnerável, e por mais que dizemos o tempo inteiro que ser vulnerável é um sinal de coragem e força, na prática, nos sentimos fraco pra caralho. Ver a Emery deitada nessa maca por três dias me deixa tão impotente, faz com que eu me sinta um completo inútil. Eu pensava que o aborto tinha sido a minha pior perda, mas saber que minha filha, que eu cuidei, peguei no colo, eduquei, conheci cada pedacinho dela e amo com todo meu coração pode não... Porra, é pior. Muito pior.

Nunca fui muito fã de religião, nunca se quer pensei que fosse considerar a ideia de implorar para o universo, Deus, seja quem for o ser maior nesse mundo para não levar minha garotinha. Minha menina. Ela é nosso milagre. A garotinha que trouxe uma paz tão grande pro meu coração quando apertou meu dedo com sua mãozinha tão pequena. Quando me olhou com aqueles olhões azuis arregalados e renovou minha esperança, que me fez acreditar que eu merecia ser feliz depois de toda merda que fiz na vida. Emery curou tanto o meu coração quanto o da Tessa depois do aborto.

— Hardin? — Escuto a voz da minha esposa. Nem me dei conta que ela tinha entrado no quarto.

— Oi? — Engulo seco e limpo minhas lágrimas.

— Você precisa ir casa, amor. — Se aproxima de mim. — Eu fico aqui essa noite.

— Não, tudo bem! Eu fico. — Roço meus olhos. — Tem as crianças, eles precisam...

— De você também. — Interrompe. — Eliza estava chorando ontem porque não te viu e o Auden perguntou de você. Por favor, vai pra casa, descansa e amanhã você pode voltar.

Solto um suspiros frustrado e cansado. Ela tem razão. Temos duas crianças que não sabem o que está acontecendo e precisam de mim. De nós dois.

— Tudo bem. — Me rendo. — Liga se ela acordar.

— Pode deixar. — Sorri fraco. — Amo você.

— Também amo você. — Deixo um beijo em seu lábios. Olho pra minha filha na cama. Ela está com alguns aparelhos a quais ajudam em sua respiração, sofreu um corte profundo no braço e seu rosto está com alguns arranhões pequenos causados pelo vidro do carro quebrado. Emery está "bem". O único problema até agora é que ela não acordou desde quando apagou quando chegou aqui no hospital. Seu corpo está respondendo bem aos medicamentos, o que indica que não sofreu uma morte cerebral. Só depende dela. Fecho a porta do quarto em que estava depois de sair. Já o Nick, apesar de estar acordado, tem sofrido bastante com a recuperação, foi o mais prejudicado em todos os sentidos. Ele teve fratura exposta e pode não voltar com os movimentos 100% da perna esquerda, correndo um grande risco de não jogar hóquei nunca mais. A mãe dele tem passado todas as noite no hospital, mesmo com ele pedindo para ela ir embora. Desde do acidente ele não fala com ninguém, a não se pra perguntar como a Emery está ou se pode vê-la. Suas duas vontades foram negadas pelo médico. Na primeira noite, eu ouvi ele chorando quando passei pelo quarto, mas quando tentei ter uma conversa para ajuda-lo, fui dispensado. E entendo, realmente entendo. Não sei como eu lidaria com a possibilidade de nunca mais poder exercer a minha profissão tão sonhada.

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