Anne
Depois daquela conversa que tive com o Dr. Bruno. Praticamente corri até o banheiro. Agora estava alí de pé em frente ao espelho, sem saber o que fazer.
Estava me sentindo tão confusa... tão perdida. Minha cabeça parecia que ia explodir. Então, num gesto desesperado balanço minha cabeça de um lado para o outro, tentando afastar todos os pensamentos que torturavam minha mente, mas não tive muito sucesso.
Não conseguia parar de me perguntar o porque Rafael queria me machucar tanto assim? O que tinha feito para ele me detestar tanto.
Definitivamente, eu fui uma idiota por ter acreditado que um dia ele pudesse me amar de verdade. Rafael sempre me ódio e não seria agora que ele mudaria seu conceito ao meu respeito.
Desde o início eu era para ter me dado conta do joguinho que ele estava fazendo. Todas aquelas demonstrações de carinho, afeto, não passava de uma encenação que ele mesmo criou para atingir seu objetivo.
"Como ele podia ser tão desumano". Me fazer ama-lo para depois pisotear em meu coração. Eu odiava ele por isso.
Neste momento, tudo que queria era sair correndo daquele lugar sem olhar para trás. Não podia fingir para todos que estava tudo bem, se na verdade não estava.
Não iria suportar ficar perto de Rafael, depois do que descobri. Eu o detestava por ter me enganado e me manipulado dessa maneira.
Por um momento, fecho os olhos e respiro profundamente para controlar a fúria que ameaçava explodir dentro de mim. Em seguida, levanto meu olhar para encarar minha imagem no espelho.
- Sua burra, Rafael nunca deixou de ser aquela cretino arrogante que você sabia que ele era - sussurro baixinho.
Sem conseguir me controlar deixei que as lágrimas caíssem por minha face.
Precisava me recompor e aguardar até amanhã. Quando pegasse os documentos iria confrontar Rafael, assim ele não teria como negar.
Enxugei as lágrimas e refiz minha maquiagem. Então, novamente respirei fundo para tentar acalmar meus nervos e voltar para o salão.
Decidi que por ora entraria no joguinho dele e assim como Rafael, eu iria fingir que eramos o casal perfeito.
Quando eu retornei para o salão. Notei que ele estava olhando ao redor, parecia a procura de alguém. Quando ele me viu, caminhou apressadamente na minha direção.
- Onde você estava? - Pergunta ele preocupado - Céus, você estava chorando? - Diz ele segurando meu queixo, forçando-me a encara-lo.
Então, começo a rir, mas não havia nenhuma graça na minha risada. Minha vontade era esbofetea-lo, mas me contive.
- Eu estou bem, só estava no banheiro. Acho que a maquiagem me deu alergia. - Minto e afasto a mão dele do meu queixo.
- Mas você está bem agora? - Ele pergunta segurando minha mão - Devia ter me avisado.
Neste momento, fiquei tentanda a dizer para ele parar com o fingimento, mas engoli as palavras que estavam na ponta de minha língua.
- Eu estou bem Rafael. - Digo tentando desvencilhar minha mão da sua. Mas foi inútil, ele segurou ainda mais forte e começou a acariciar a palma com o polegar. Não podia negar que seu toque ainda me abalava e odiei-me por isso.
-Vou até lá falar com a Laura - Digo, puxando bruscamente minha mão e depois me afasto apressadamente dele, mas não antes de perceber um brilho confuso em seu olhar.
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Você de novo? (Quadrilogia Mulheres Negras - Livro 1)
RomanceAnne de Souza é uma mulher negra, muito obstinada, sincera e que luta para conquistar o que quer. Em sua juventude ela acaba tendo uma noite totalmente diferente ao lado do irritante Rafael Albuquerque. Ela sábia que era errado se deixar ser beijado...