Capítulo 28

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Anne

Escuto uma voz bem distante me chamando. Quando olhei vi apenas uma sombra, mas não conseguia ver o rosto da pessoa. Corri para alcança-lo, mas parecia que a sombra estava cada vez mais distante de mim.

- Anne.

A voz mais uma vez me chama. Não fazia ideia de quem era.

Toda vez que tentava me aproximar da voz ela se tornava cada vez mais distante. Será que estava sonhando, me questionei por um momento.

- Anne - a voz chama novamente.

Eu conhecia aquela voz, era do Rafael. Tentei chama-ló mas minha voz não saia. Tinha que acordar daquele sonho, precisava acordar.

Finalmente eu consegui abrir os olhos. E vi que tinha alguns aparelhos ligados à mim. Olhei em volta e não vi ninguém.

Levei minha mão até a cabeça, pois sentia uma dor muito forte. Depois tentei mexer o braço esquerdo e senti dor também, olhei para ver o que tinha acontecido e estava enfaixado.

Tentei chamar alguém, mas minha boca estava seca. Então, eu pensei que talvez estivesse morta,  por isso não tinha ninguém aqui.

Nesta instante, uma enfermeira entra com um bandeja na mão. E olha para mim e se espanta ao me ver acordada.

- Senhora Anne finalmente acordou, vou chamar o médico imediatamente - falou a enfermeira apertando um botão.

- Água - digo baixinho a ela.

Ela se afasta e pega um copo com água. E depois me ajuda a tomar.

O médico entrou com um sorriso no rosto.

- Que bom que você acordou Anne - diz ele se aproximando de mim - Como se senti? - indaga ele e logo depois me examina.

- Bem. Quanto tempo estou aqui? - pergunto ao médico e tento lembrar com tinha ido parar ali.

Forcei a memória para lembrar o que me levou a parar naquele hospital. Logo lembro de cada detalhe.

- Fazem duas semanas, você ficou numa espécie de coma - Diz o médico.

- Como assim? - repito sem entender o que ele estava falando.

- Na verdade, não sabemos o motivo que a levou ao coma. Você recebeu uma pancada bem forte na cabeça, mas não afetou nada. E o disparo por arma de fogo, atingiu seu braço e não causou nenhum dano grave - Diz o doutor  calmamente - Achamos que devido ao choque que sofreu isso tenha influenciado para o seu coma - completa ele e eu apenas afirmo com um gesto de cabeça - Agora, enquanto levo você para fizermos alguns exames de rotina, vou avisar a sua familia que acordou.

- Obrigada- digo e deixo uma lágrima escapar.

- Fique tranquila, o pior já passou e não aconteceu nada com o seu bebê - Diz o médico.

- Bebê! - digo assustada - Estou grávida?- Pergunto atônita.

- Sim, de poucas semanais - Diz ele sorridente - Você não sábia, não é mesmo?

- Não.

Nesta ora eu não sabia se chorava ou se ria, e acabei fazendo as duas coisas ao  ao mesmo tempo.

Estava tão feliz, pois iria ter uma bebê do Rafael. A Sofia iria ficar radiante com um irmãozinho ou irmãzinha. Passei a mão na minha barriga e sorri que nem uma bobalhona.

Eles me levaram para um outro quarto e a enfermeira me ajudou a fazer minha higiene, pois me sentia muito fraca ainda. Depois de fazer os exames, me deixarem apenas com um acesso venoso no braço.

Você de novo? (Quadrilogia Mulheres Negras - Livro 1) Onde histórias criam vida. Descubra agora