Capítulo 24

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Rafael

Assim que Anne saiu por aquela porta, fiquei totalmente perdido... desesperado.

Mas uma vez eu havia conseguido afastar a mulher que amo. "Deus, como sou idiota", penso com os punhos cerrados.

Lentamente, atravessei o cômodo e me acomodei no sofá. Depois, passei uma de minhas mãos pelo meu rosto até meus cabelos, num gesto nervoso. Olho para o resto da bebida que estava no copo sobre a mesinha e tomo o líquido num só gole. Logo em seguida, faço uma careta ao sentir meu estômago queimar.

Neste momento, disse para mim mesmo que só estava colhendo o que eu mesmo havia plantado.

Não fazia a menor ideia do que podia fazer para Anne me perdoar e isso estava me deixando louco. Não iria suportar perde-la, ela era o meu mundo.

Sentia que minhas palavras já não valiam mais nada para Anne. Só deixaram ela mais irredutível em aceitar minhas desculpas. E eu a entendia perfeitamente. Jamais devia tê-la julgado dessa maneira.

Eu precisava fazer com que Anne enxergasse que eu a amava. Pois não saberia e nem queria viver sem ela.

Me encaminho até o armário de bebidas e me sirvo de uma generosa dose de conhaque. "Por hora, isso ajudaria a aliviar a dor que estava sentindo em meu coração", penso.

Depois de algumas horas, perdi as contas de quantas doses eu havia tomado. Fazia anos que eu não me embriagada, acho que a última vez foi na faculdade.

Precisava tomar um banho, depois um café bem forte. Então caminhei,  cambaleando até o quarto, mas quando cheguei tudo que fiz foi me jogar na cama e apagar na mesma hora.

🔶️    🔶️     🔶️

Anne

No trajeto até a casa da Bia, alí sentada no banco de trás do carro, enquanto o segurança dirigia, me permite refletir um pouco, sobre tudo aquilo que estava acontecendo e remoendo tudo que Rafael havia me dito.

Assim que o segurança estacionou o carro em frente ao prédio de Bia, desci e caminhei a passos largos. Mas por um segundo, me detenho ao ver que ele estava me seguindo.

- Não precisa entrar comigo - Aviso a ele.

- O senhor Rafael me deu ordens para  acompanhar a senhora onde for. Então, irei levá-la até a porta do apartamento. - Diz ele sério.

Bufei frustada e tive que me controlar para não descarregar minha raíva contra o homem que estava apenas fazendo seu trabalho. Então, decido deixa-lo fazer seu serviço.

Segundos depois, Bia abriu a porta de seu apartamento.

- Amiga, que surpresa...- diz Bia e para de falar quando o meu segurança atrás de mim - Quem é esse? - ela pergunta apontando para o homem de terno preto.

- Meu segurança.

Ela ficou imóvel, segurando a porta, com um olhar confuso. Então, entrei puxando ela pelo braço.

Depois me viro para o segurança e digo:

- Pode me esperar no carro, pois vou demorar.

Porem, ele se encosta na parece e coloca suas mãos no bolso da calça, indicando que ele não arredaria o pé dali. Então, fechei a porta.

Em seguida, me deito no sofá. Depois fechei meus olhos por um segundo.

- Você pode me explicar o que está acontecendo? Porque agora você tem um segurança? - ela pergunta  apontando para porta.

Você de novo? (Quadrilogia Mulheres Negras - Livro 1) Onde histórias criam vida. Descubra agora