Árvore Da Vida

CAPÍTULO 18: CAMINHO PARA O PASSADO (PARTE 2)

- Filho, venha! - esticou a mão para que pudesse levantar.

Saíram do quarto correndo, enquanto a sombra urrava ao fundo. Correndo pelos corredores Sam perguntou:

- M-mãe como você... - foi interrompido.
- É uma longa história, meu filho! - segurava Sam pelo pulso.
- Phílippos... ele está? - seus olhos se enchiam de lágrimas.
- Não se preocupe, tudo isso está acontecendo dentro da sua mente! - desciam as escadarias que levava para o saguão principal.
- Como isso é possível? - olhava em volta, tentando entender como aquilo poderia ser um sonho.
- Filho... - suspirou parando de correr em meio ao corredor - escute o que eu tenho á dizer!
- Estou escutando! - Sam encarava os olhos roxos brilhantes de sua mãe.
- Sua mente é instável meu amor, mas seu coração é capaz de parar tudo isso. Mas as trevas que nele habitam, foram libertas de alguma forma e está tentando corromper você... - suspirando - Eu não morri Sam, mas sacrifiquei tudo para te proteger, porém eles querem que você acredite que eu morri... um dia você entenderá... mas escute, uma parte minha ainda vive aqui dentro! - colocou a palma da mão, no peito do filho na direção do coração - Tudo isso é uma farsa meu filho. Você precisa sim, encontrar com as Moiras do Destino, elas te contaram, te explicaram, meu tempo aqui é curto filho, eles estão vindo...

A sombra surgiu á cima do trono gritando:

- VOU MATAR VOCÊS! Sempre se intrometendo Cléa! - a sombra avançou com toda sua velocidade para cima dos dois, que começaram a correr em direção a porta do castelo. Ao abri-la, o ambiente mudou totalmente de forma, estavam na escola e Sam perguntou:

- Escola, por quê? - observava a mãe fechar a porta e selar com magia.
- Onde você sofreu desde que eu o adotei? - olhou para o filho.
- Entendo! - olhou para o chão.
- Venha, o selo não vai segurar por muito tempo! - se puseram a correr de novo.

- Continuando... - puxou fôlego - filho, eu menti na forma que te encontrei... não foi em um orfanato da maneira como você pensa e lembra! - parou em frente a porta cochichando algo, como se tentasse lembrar alguma coisa.
- Mas... como eu lembro dessa forma? - estava estático com tudo o que ouvia.
- Por que eu moldei a sua mente! - suspirou - E me arrependo! ACHEI! - apertando o botão, a porta bem á frente se abriu - Sam, eu não posso ter filhos, sou estéril e mesmo que pudesse, eu não conseguiria, pois a vida que eu levo, não permitiria! - corriam em direção a porta.
- Mas, então? - perguntava querendo saber seu passado.
- Uma noite, eu pedi que eu fosse abençoada com um filho, disse na ingenuidade e na inocência. Porém uma semana depois, um asteroide caiu no centro de Manhattan, eu como heroína, fui investigar, as autoridades ainda não tinham chego... - passando pela porta, o ambiente foi reformulado novamente, agora estavam em Manhattan, correndo para o edifício que moravam - o asteroide, no fim era uma pequena capsula e dentro tinha você! - sorriu olhando para Sam - Meu pequeno brilho de esperança! - dizia com os olhos marejados.

Adentrando o prédio, correram para o elevador, apertaram o botão chamando por ele. As trevas já não o seguiam mais, restava apenas o silêncio, enquanto esperavam o elevador vir á eles, Cléa aproveitou para contar mais sobre o passado, ela então falou:

-Filho, preste bem atenção! - encarou Sam - Quando tudo isso acabar, os Cavaleiros forem derrotados e você voltar para a realidade... é necessário que encontre os magos supremos, eles saberão como te guiar até a cidade perdida! - olhou para qual andar o elevador estava.
- Magos Supremos? Cidade perdida? Mãe! Me explica! - sentiu uma pontada em sua cabeça.
- Os magos supremos, são responsáveis por proteger o universo e a realidade, porém eles não podem se intrometer na linha da existência. Mas podem guiar! - sorriu - Eu fiz uma pesquisa e descobri onde a cidade perdida está!
- Onde? - perguntou.
- Em nosso Sistema Solar, entre os planetas Terra e Júpiter! - a porta do elevador se abriu.
- E para quê exatamente essa cidade serve? - estava confuso.
- Ela tem um portão dourado. Como você é um ser cósmico, atravessar ele, seu passado talvez seja revelado, a sua origem, o seu planeta, seus verdadeiros pais, Sam! - sentiram o tranco do elevador.
- Meu passado?! - sentia um turbilhão de sentimentos.
- Outra coisa... - suspirou - caso você e seus amigos queiram sair dessa realidade... - fez uma pausa - é necessário que tudo seja destruído... em outras palavras, a profecia dos Deuses deve se cumprir! - olhou para o filho.
- MAS ISSO... ISSO É FAZER EXATAMENTE O QUE OS CAVALEIROS QUEREM. NÃO POSSO PERMITIR ISSO! - sentia raiva
- Eles são maus? São! Mas é o que deve ser feito, se você quer descobrir a verdade! - manteve a calma.
- Meu Deus! Você some, minha vida muda e daí... você aparece me jogando um monte de verdade! - encarava o chão, tentando não chorar.
- Filho! - colocou a mão sobre o ombro do garoto - Existe algo maior entre nós... não podemos ignorar, sua missão ainda está no começo! - a porta se abre, revelando o corredor que levava para dentro do apartamento deles.

Entraram no recinto e Sam sentiu uma nostalgia naquele lugar, lembrou das manhãs que sua mãe assistia desenhos com ele, das tardes que corria para ir á escola, do cheiro dos bolinhos da Lua que sua mãe preparava todos os dias. Seus olhos marejavam sem que ele percebesse, sentia saudade da vida de antes, onde seus problemas era apenas o garoto que fazia bullying consigo. Sentou-se no sofá por alguns instantes, permitindo que aquelas memórias o atingissem, enquanto Cléa, ia até a estante e pegava um livro.
Uma imensa bola negra veio de fora para dentro e o lugar explodiu. Cléa gritava, chamando pelo filho, Sam desnorteado, via apenas sua mãe, correr em sua direção e o ajudar a levantar. Recuperando os sentidos, percebeu que sua mãe criava escudos, conjurava magias e tentava acertar o demônio, ela então correu até Sam, que estava em choque e falou:

- Filho? Filho? Escute o que eu tenho à dizer, você é o escolhido, você tem o que é necessário para derrotá-los, mas ainda não descobriu! - estava com as mãos no ombro da criança.
- Mãe, não me deixe! Eu tenho medo, medo da escuridão! E porque eu sou o escolhido? O que isso quer dizer? - estava aos prantos.
-Você é forte filho! Você foi abençoado pela luz! AGORA VÁ, ELES JÁ ESTÃO AQUI! - se levantou ficando de frente para o monstro.
NÃÃÃÃÃÃÃÃOOOO! MÃÃÃÃEEE! Não me deixe aqui sozinho! - sentiu que aquele momento em específico, já havia acontecido.

Cléa, entregou o livro para o filho, que ainda tentando raciocinar tudo aquilo, não viu o momento em que o escudo se quebrou e os dois voaram contra a parede, no pouco de noção que ainda lhe restava, agarrou o livro e ouviu sua mãe dizer, antes de ser jogado para fora do prédio e cair na escuridão sem fim:

- Você é o escolhido meu filho! Eles precisam de você, mostre sua força à eles, mostre como é forte! Nunca aceite o contrário!
- Mãe por que você está falando isso? O que você quer dizer?
Vá filho saia daqui! Eles chegaram! A mamãe te ama! - e de novo a escuridão cai sobre Sam.

Caindo na escuridão, com os livros sendo apertado contra seu peito, lembrou, que todo esse final, já havia acontecido em seus pesadelos passados. Sua mãe, tentava estabelecer uma conexão com ele, mas não conseguia e antes que seu corpo se chocasse contra o chão, fechou seus olhos, lembrando que tudo aquilo era um pesadelo e que a conexão que sua mãe estabeleceu, chegara ao fim.

Levantou assustado da cama, arfava e suava, Phílippos ao seu lado, falou:

- Amor, você está bem? - seus olhos transmitiam, preocupação.
- Vou ficar! - olhou em volta e viu que tudo estava como haviam deixado, na hora que foram dormir.
- Você tem certeza? - olhava ainda preocupado.
- Sim, meu amor! - sorriu, mas sua mente pensava, como poderia permitir que aquela realidade fosse destruída? O que os Deuses pensariam ao dizer isso? Seus amigos, o que falariam? Como pode o mau, estar agindo como bem?

Voltou a deitar na cama, envolvido nos braços de Phílippos, mas sabia que não conseguiria dormir mais naquela noite, passou então o que sobrou daquela madrugada, pensando em tudo o que aconteceu e chorando por não achar uma saída.

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Até o próximo capítulo! Bjss <3