Capítulo 7

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Gokhan


Estava explicado porque a casa estava aquela bagunça. Seu anfitrião ainda estava tentando mostrar que era capaz de organizar as coisas, mas estava colocando tudo nos locais menos apropriados. Era óbvio que ele precisava de ajuda, mas era um pouco teimoso quanto a isso.

Gokhan esperou pacientemente enquanto o outro abria os armários, que não pareciam melhores do que o resto da casa, e procurava por algo entre as prateleiras.

— O que está procurando? — Perguntou com cautela.

— O cesto de pães. Tenho certeza que o deixei por aqui. — Ele passeava com as mãos por todos os lugares.

— Na prateleira de cima à sua direita.

Tari parou e finalmente levou as mãos ao local onde o cesto estava. — Obrigado, recebi esses pães esta manhã, estão deliciosos. — Ele colocou sobre a mesa. — Sirva-se, por favor, agora preciso achar onde deixei o café...

— Ah, não se preocupe, senhor Tari, já tomei café mais cedo no castelo. Mas aceito um pãozinho, está com um cheiro maravilhoso.

O anfitrião parecia mais aliviado com sua resposta. Parte dela era mentira, afinal não tinha tomado nada além de água no castelo do Alfa, mas queria poupar mais trabalho ao homem cego. Não que a cegueira o impedisse de muitos afazeres, afinal ele tinha os outros sentidos e era um metamorfo. Contudo havia bem mais dificuldades com a casa virada do avesso. Até para uma pessoa com visão seria difícil se encontrar naquele ninho de bagunça.

Depois que comeu, Tari resolveu guardar o cesto de pães, e como era de se esperar, guardou em um local completamente diferente. Ele estava muito desorientado e a presença de Gokhan não estava ajudando.

— Desculpe a forma como agi mais cedo. Yarim já havia conversado comigo sobre encontrar um "aprendiz" para trabalhar comigo. Mas eu sei que na verdade ele pensa que estou deficiente e preciso de um cuidador... eu sei que tenho um problema grande sem solução que é a minha falta de visão, mas ainda estou vivo mesmo depois de seis meses, posso me virar sozinho.

Hum. Mesmo? Além da casa estar aquela zona de guerra, Tari estava muito magro, até com as bochechas cavadas, seus cabelos estavam um pouco armados de um lado e havia migalhas de pão no canto esquerdo de sua boca. Se continuasse sozinho por mais tempo, Gokhan não queria nem pensar no que poderia acontecer.

Isso o fez olhar para a mão enfaixada do dominante e se perguntar como a feriu. Havia mais hematomas e machucados pelo corpo? Ele podia cair das escadas, cair enquanto se banhava, tropeçar e bater a cabeça... infinitas e infelizes chances de se machucar.

— Ah, e não me chame de senhor, não sou muito mais velho do que o seu irmão. — Ele lhe deu aquele sorriso fofo. — Apenas Tari está bem.

— Certo... Tari, eu não lembro do Alfa me dizendo que seria seu cuidador, em todo momento ele só disse que seria seu aprendiz.

— Hum... — O dominante se sentou em um banquinho. Ele ainda parecia hesitante, então Gokhan teve uma ideia.

— Que tal se me aceitar aqui por uma semana? Não mais do que isso se não quiser, irei prová-lo que posso ser de muita utilidade.

— Hum... — Ele ainda parecia relutante, franzindo as sobrancelhas. — Eu não sei... não sou mais um mago para te fornecer conhecimento, se é o que procura.

— Desculpe perguntar, mas... por que deixou de ser um mago?

Ele suspirou, seus ombros caindo e sua expressão ficando triste. — Como posso continuar um mago sem enxergar? Eu até tentei continuar depois desse... infortúnio, mas veja o que aconteceu, quase destruí a casa. Temo que se continuar poderei colocá-la abaixo.

O Alfa de Hammock [Romance Gay]Onde histórias criam vida. Descubra agora