Capítulo 8

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Tarkan


Estava tão feliz de andar sozinho com Ayse que nada o importou, nem mesmo os olhares estranhos que recebeu das pessoas na rua, os cochichos, ou atravessar um túnel escuro e cheio de insetos. Saber que o Alfa estava bem ali interagindo com ele fazia seu coração bater tão forte no peito, de uma forma que nunca reagiu a nenhuma outra pessoa.

Sentia-se um menino descobrindo o amor, em vez de um adulto crescido, e aquilo era até mesmo engraçado. Sua mente estava cheia de Ayse há dias, repleta de frases e cenas românticas. Imaginava-se em um piquenique como os casais costumavam fazer em Luna, compartilhando um almoço que ele mesmo tivesse preparado. Podia ver Ayse beijar seu rosto depois de comer, elogiando-o por ser um amante tão atencioso.

Podia-se ver em um rio, próximo de uma cachoeira, sozinhos se banhando e rindo ao jogar água um no outro. Andar a cavalo juntos, correr em suas formas de lobo perseguindo um ao outro e brincando de morder, ter um encontro na praia ao entardecer apenas os dois...

Eram muitas possibilidades. Todas muito românticas das quais Tarkan tentava imaginar cada detalhe e planejar para o futuro.

Era claro que algumas vezes a lembrança de ver Ayse nu naquela cama com seus chifrinhos e cauda em forma de seta implorando para que fizesse coisas indecentes com ele o consumia e fazia seu sangue ferver. Mas sempre tentava mudar seus pensamentos, não queria que Ayse o visse como um pervertido, queria que ele o visse como um dominante bom e ideal para ele.

Ser um monge não estava ajudando. Afinal todos pensavam que monges não se casavam. Na prática, era muito difícil ver isso acontecer. Mas na teoria, não havia nenhuma regra que proibia Tarkan de cortejar um lupino.

O problema era: Ayse ainda tinha seus dez pretendentes e Tarkan não estava incluído nessa lista.

— Então... hum, Ayse... — Resolveu quebrar o silêncio após um tempo de caminhada no trio que os levava a floresta. Estavam bem camuflados entre as árvores e arbustos altos, impedindo de serem vistos pelos sentinelas que estavam acima dos muros imensos de Hammock.

— Sim?

— Você já... escolheu um dos pretendentes para se casar? — Sentiu-se um pouco tolo de perguntar, mas estava curioso se o Alfa já tinha em mente um dos rapazes como futuro esposo.

— Por que está perguntando isso? — Ele lhe deu um olhar espertinho. — Você gostaria de estar entre eles?

O queixo de Tarkan caiu, ficando completamente sem fala. Sentiu seu rosto enrubescer, a vergonha o inundar. Claro que Ayse percebeu e gargalhou por vê-lo encabulado.

Poderia responder que queria estar entre os pretendentes, mas um pontinho dentro de seu coração chorou ao se dar conta como seria humilhante ser o próprio interligado dele competindo com dominantes que eram em tudo melhores do que ele. Por um momento desejou que Navi tivesse lhe arranjado um companheiro que fosse simples e pobre, não precisava ser tão exuberante e altivo. Só alguém que estivesse em seu mesmo nível.

Ayse era tudo o que ele não era. Tinha uma presença que imediatamente o fazia respeitá-lo, um olhar penetrante, um nariz empinado que demonstrava orgulho, uma aparência fascinante de alguém que estava sempre impecável.

Céus, ele vivia em um castelo!

— Terra para Tarkan. — Ayse acenou a frente de seu rosto. — Você está aí?

— Oh, perdão. Fiquei pensativo de repente.

— Pensando sobre ser um pretendente meu?

— Hu-Hum, não exatamente. Estava me lembrando que preciso pedir uma coisa a você.

O Alfa de Hammock [Romance Gay]Onde histórias criam vida. Descubra agora