O Alfa de Hammock [Romance Gay]

Capítulo 18

Tarkan

Enquanto Tarkan orava fervorosamente por Navi, o deus dos lobos, implorando para ajudar Reyhan a sobreviver, uma ventania o atingiu pelas costas, quase o desequilibrando, e as grandiosas portas do templo se abriram em um estrondo.

O templo inteiro se iluminou. Um bando de filhotes de lobo branco que brilhavam como pequenos anjinhos, saltitou para fora, brincando ao seu redor. Dois fortes dominantes saíram, cada um tinha o corpo humano, mas suas cabeças eram de forma animal e carregavam lanças de ouro.

— Tarkan, entre em sua casa. — A voz inesquecível e imperiosa de Navi ecoou por todo o templo. Era suave e ao mesmo tempo fazia todos os pelos do corpo se erguerem.

— S-Sim... — Tarkan se levantou e rapidamente enxugou os olhos. Até se permitiu esfregá-los para ver se não estava sonhando ou ilusionando aquilo, enquanto na verdade só tivesse caído e batido a cabeça, ou talvez dormiu no meio da oração. Isso acontecia às vezes.

Pisou com cuidado, pois os filhotes continuavam a brincar e esbarrar em suas pernas.

— Meninos, deixem o Tarkan entrar.

As crianças se afastaram e Tarkan foi capaz de entrar lentamente. Na porta, olhou para ambos os lobos guardiões que lhe deram um olhar dourado. Eles eram pelo menos uns trinta centímetros maiores do que ele e se curvaram em um cumprimento silencioso.

Dentro do templo, cada estátua parecia ter tomado vida em seus devidos lugares, se movendo para acenar ou grunhir em sua direção. E mais ao fundo, mais guardiões lobo, como os mesmos da porta, estavam a lhe observar.

Logo depois do corredor, estava o altar repleto de outras estátuas feitas em ouro. A maior delas era a que mais reluzia no centro do altar, era Navi com o corpo humano, a cabeça de lobo, e usando os seis braços da lei que representavam ordem, vida, amor, respeito, prosperidade e diversão.

De forma medonha, a estátua se moveu no lugar e olhou para ele, então pisou cuidadosamente entre as outras estátuas e desceu para ficar dois degraus acima dele.

Tarkan se ajoelhou imediatamente, sentindo a pressão divina que era quase esmagadora para o seu coração.

O Navi de ouro se transformou no Navi que ele se lembrava de ver na caverna há apenas alguns dias. Tarkan se sentia tão sortudo de poder ver um deus que ninguém mais foi capaz de ver. Exceto Sanny, que vivia em Luna, porém muitos ainda o questionavam se era verdade.

— Você viu aqueles filhotes lá fora? São fofos, não são? — Navi disse com um olhar sonhador, a cabeça de lobo se transformou em sua face humana com orelhas peludas no alto e caudas que se moviam como se tivessem vida própria atrás, até suas roupas eram assim. Ele era tão belo, como esperado de um deus. Sua estatura o lembrava um pequeno lupino, mas Tarkan já tinha notado que ele poderia ser qualquer coisa: um dominante, alterar sua forma para qualquer tamanho e se tornar mesmo de ouro! — Eles são novas almas que eu criei. Em breve nascerão nesta cidade e serão abençoadas como a próxima geração que irá crer na minha existência. Mas, para que eles tenham a oportunidade de viver, preciso que você liberte Hammock. Já fez um ótimo trabalho com o templo, mas não está terminado. Um ser entre os nossos espalha as raízes do mal cultuando o deus dos mortos, inimigo de todos os deuses do bem. Encontre essa pessoa e destrua tudo o que me impede de agir.

Tarkan curvou sua cabeça.

— Como desejar, senhor. — Então se lembrou. — E quanto a...

— Não se preocupe. — Navi se inclinou para ele e sorriu, seus caninos eram enormes. Seus olhos foram se transformando em ouro conforme ele falava. — Sua presença é mais especial do que parece, Tarkan. — Logo, seu rosto estava completamente tomado por ouro, assim como seus cabelos. Em seguida a cabeça voltou a tomar forma animal. — Todos aqueles que tiveram ao menos algum contato com você, mesmo um único olhar, passaram a me conhecer imediatamente. Hoje mesmo ganhei vários fiéis. Obrigado por seu bom trabalho. — Ao fim de suas palavras, todo o seu corpo era feito de ouro. Navi subiu cuidadosamente para o lugar anterior em que estava e tomou a forma da estátua com seus seis braços da lei abertos.