Capítulo 23

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Irmak


Uma hora antes...

— O que achou? — Indagou Irmak a Reyhan, mostrando a cama improvisada no chão do quarto que Tarkan estava ocupando em sua casa. — Tarkan vai dormir aí e você dormirá na cama.

— Hã? — Reyhan olhou para ele, um pouco pasmo. — Não posso aceitar isso, Tarkan não merece o chão... eu posso...

Irmak balançou a cabeça vezes o suficiente para ele não continuar negando. — Tarkan está perfeitamente saudável e você precisa de repouso. A cama é mais confortável. É estreita, mas vai caber você e Karim.

O lupino pareceu incerto, olhando entre a cama e o colchão sobre o chão. — Por que está me tratando assim?

— Assim como?

— Gentil... gentil demais. — Ele o olhou com suspeita, enquanto Irmak ergueu uma sobrancelha. — Não trabalho mais daquela forma, você sabe. Não é porque está sendo bonzinho que vai ganhar pontos comigo.

Uma veia saltou na testa de Irmak, mas ele conteve a irritação, porque Reyhan ainda estava machucado e em parte até que entendeu sua desconfiança.

— Não se preocupe, não tenho segundas intenções. É meu trabalho como líder de armas ajudar aqueles que precisam a estarem seguros. Além do mais, eu tenho mais espaço em minha casa do que na casa de muitas famílias por aí, então... sinta-se à vontade para descansar.

O lupino pareceu um pouco desconfortável por sua resposta e assentiu.

— Obrigado.

— Não há de quê.

Gokhan apareceu na porta carregando um Karim bocejando.

— Acho que já é a hora dele dormir. — Ele sorriu para Reyhan que até gesticulou como se fosse pegar o menino no colo, mas tinha um braço enfaixado e ainda estava um pouco curvado. — Não se preocupe por hoje, Reyhan, eu vou levá-lo para dormir comigo.

— Oh... desculpe pelo incômodo...

— De jeito nenhum que me incomoda! — Gokhan ficou sem jeito. — É melhor você descansar, o Tarkan já deve estar voltando. — Ele deu uma olhada em Irmak, curioso. Seu irmãozinho estava tentando lê-lo, mas Irmak não o deixaria saber de seus recentes sentimentos por Reyhan.

— Eu vou até o templo ver se ele está lá. — Irmak falou ao se retirar e desceu as escadas. Logo que saiu pela porta, seus pais apareceram na calçada. Já havia anoitecido e estava bem fresco do lado de fora.

— Irmak. — Chamou Edris, seu pai lupino. — Onde está indo? Tem que trabalhar esta noite?

— Oh, não... só vou ver se Tarkan ainda está no templo. Ele ainda não conhece bem a cidade, principalmente a noite, tenho medo que possa se perder.

— Certo... eu vou com você. — Ele se prontificou, puxando do bolso um cigarro de ervas. Irmak engoliu em seco, decepcionado que seu pai estivesse se drogando o tempo inteiro, em vez de viver a realidade. Ele se surpreendeu quando seu pai Mustaf tirou delicadamente o cigarro das mãos dele.

— Hoje não querido.

— Mas...

Ele balançou a cabeça. — Mostre-me o que tem no bolso.

Edris torceu as sobrancelhas e pareceu como se fosse discutir, mas ele deve ter visto a gentileza nos olhos de Mustaf que o fez obedecer, como uma criança emburrada. Ele tirou pelo menos meia dúzia de cigarros artesanais e dois charutos, também os fósforos que usava.

O Alfa de Hammock [Romance Gay]Onde histórias criam vida. Descubra agora