O Alfa de Hammock [Romance Gay]

Capítulo 29

Gokhan

Naquela noite de festa, seus planos não deram certo. O encontro que esperava ter com Tari não aconteceu e ele só conseguiu desfrutar de algumas bebidas e petiscos antes de voltar para casa e dormir o resto da madrugada. Foi decepcionante, porém pensar assim não servia de nada, já que sabia que tinha muito tempo pela frente.

No entanto estava ansioso, muito ansioso.

Queria ter com Tari mais do que um beijo e sabia que seu interligado também desejava isso.

Contudo tinha medo de pedir, já que esperava receber um não por causa de sua idade. Não que isso fosse de alguma importância, mas se todos o viam como um garoto e não um homem adulto, talvez Tari também o visse assim...

Embora durante seus beijos, era mais do que óbvio que Tari também se sentia excitado por ele.

Gokhan balançou a cabeça para espantar tantos pensamentos inúteis. Naquela manhã, o Alfa os tinha convidado para assistir a abertura da escola. Era uma construção que tomava quase todo um quarteirão com três andares de onde Gokhan quase caiu e morreu.

Olhou para Tarkan, que deu-lhe um olhar de conhecimento. Se não fosse pelo monge, Gokhan já não estaria mais naquele mundo. Suas bochechas aqueceram um pouco e voltou sua atenção às palavras do Alfa, aumentadas pela magia de Yagmur que permanecia ao seu lado.

— Esta escola terá duas divisões por enquanto... — Dizia Ayse. — Uma para as crianças, outra para os mais jovens. — Um coro de "oh" foi ouvido. — E como todos estão cientes de que muitos nesta cidade não sabem ler ou escrever, atenderei os mais velhos no castelo. — Gokhan viu sorrisos e expressões atordoadas, isso o fez sorrir um pouco. — Talvez muitos de vocês não entendam a importância de se ter uma educação de qualidade, mas acreditem em mim, quando começarem o aprendizado, perceberão como isso pode melhorar suas vidas e também nossa cidade. No próximo mês, a construção da biblioteca terá início e será outra mudança significativa para Hammock.

Um senhor ao lado de Gokhan olhou confuso. — Biblio... o quê? — Ele se perguntou baixinho e Gokhan o cutucou.

— É biblioteca, um lugar com muitos livros.

— Oh, obrigado, meu jovem. — O senhor assentiu, agradecido e eles continuaram a prestar atenção.

— As aulas terão início na próxima semana, pois não podemos perder tempo. Os interessados por favor procurem os sentinelas que estiverem aqui amanhã pela manhã para assinarem a lista... — Ayse continuou a dizer.

Após aquele pronunciamento, Gokhan deixou a reunião acompanhado de seus pais em direção a casa de Tari. Também não fazia parte de seus planos levá-los até lá, mas eles insistiram, dizendo que gostariam de conhecer mais seu interligado e futuro genro deles.

Gokhan estava tão envergonhado.

Chegando lá, as coisas não ocorreram tão mal como pensou. Depois que Edris fez todo um questionamento para Tari, ele ajudou seu pai Mustaf com os consertos da casa. O mago insistiu que não precisava, pois ele mesmo poderia fazer, mas seus pais não aceitaram as desculpas e continuaram o trabalho.

No fim da tarde, eles se foram e Gokhan finalmente teve a chance de ficar sozinho com seu interligado.

— Desculpe por eles. — Disse após fechar a porta. — Eles só queriam conhecê-lo melhor.

— Eu sei, não há o que se desculpar. — Tari fez uma cara engraçada e então o puxou para seus braços. — Mas admito que estava louco para ficar sozinho com você. Parece que depois que descobriram que somos interligados, não nos deixam mais ter um tempo a sós.