Capítulo 24

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Tarkan


Acordou logo que os primeiros raios solares atingiram o vidro nas portas da varanda, iluminando o quarto. Podia ouvir as ondas e o zumbido do vento. Curiosamente estava frio, mais frio do que o comum.

Ayse estava deitado ao seu lado, parecendo um pouco perturbado em seu sono. Tarkan tocou suavemente seus cabelos e sussurrou "vai ficar tudo bem, eu estou aqui".

Na madrugada, soube que ele tinha sido atacado de uma forma bem peculiar. Tinha imaginado que homens haviam invadido o castelo e ferido o seu interligado, mas... uma carta misteriosa, cujo conteúdo tinha se tornado cinzas, havia se transformado em um tipo de... polvo-demônio? De alguma forma aquilo machucou seu companheiro, pois ele tinha resmungado a noite inteira com dor em seu braço.

Tarkan tinha feito o melhor para mantê-lo confortável, mesmo quando ele havia se transformado e implorado para ficar em seus braços pelo resto da noite. Quase tinha esquecido a pancada que levou na cabeça, mas a dor o seguiu por toda a noite, latejando na ferida. Por sorte, naquela manhã não doía mais, e ele se retirou da cama com cuidado, zarpando para o banheiro, onde se banhou.

Realmente fazia muito frio e ele tremeu todo o caminho até se enxugar e vestir suas roupas. Quando saiu, Ayse estava enrolado em todos os cobertores, sentado no centro da cama.

— Ah... achei que tinha saído. — Ele murmurou.

Tarkan se sentou na cama, tocando seu rosto. Surpreendeu-se com o quão frio estava.

— Você está bem? Está gelado...

— Frio... sinto muito frio. — Ele tremeu visivelmente e se encolheu mais nos cobertores. — E meu braço dói.

— Isso não é normal. — Comentou, puxando-o para seus braços e tentando cobri-lo o melhor que podia com as cobertas. Uma das janelas estava aberta e Tarkan se afastou para poder fechá-la. Quando olhou para fora, se assustou. — O quê? Neve?!

— Hã? — Ayse se arrastou com os cobertores até ele, também observando com olhos arregalados. — Não acredito!

— Pensei que não nevasse por aqui.

— E não neva. Além do mais, estamos entrando no verão. Isso não é normal.

Não mesmo, pensou Tarkan. Flocos de neve caíram sobre o parapeito da janela. Ayse tocou aquilo e pegou um punhado na mão.

— Você já tinha visto neve antes? — Perguntou Tarkan, observando os olhos dele brilharem.

— Não, é a primeira vez. Você já?

— Sim, lembra que te disse que passei um tempo em Montelupine? Lá é puro gelo.

— Imagino... o que você fez para não sentir frio? — Ele jogou a neve de volta e se enrolou melhor nos cobertores.

— Hum... tive que caçar para transformar as peles em roupas quentes. Tive sorte por encontrar algumas ovelhas... logo mais o dono delas me descobriu e iria me matar se eu não fosse um monge. — Ele riu lembrando-se do vovô urso que o pegou no flagra roubando suas ovelhas.

Ayse se aproximou, encostando a cabeça em seu peito. Tarkan o abraçou carinhosamente.

— Talvez você... queira me aquecer? — Ayse perguntou baixinho, lentamente esfregando a bochecha em seu peito. — Porque sinto tanto frio.

— Mas o seu braço ainda está doendo, não está?

— Sim... mas o dragão está desesperado para ficar quente... ele acha que você pode ajudá-lo. — Ele lhe deu aquele olhar de cachorrinho que fez o coração de Tarkan se derreter.

O Alfa de Hammock [Romance Gay]Onde histórias criam vida. Descubra agora