Capítulo 27

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Tarkan


Aquela havia sido uma das noites mais caóticas de sua vida. Enfrentou rebeldes, exorcizou seu próprio interligado de um demônio muito poderoso que prometia matá-lo, enfrentou terremotos e um vulcão entrando em erupção. Pensou que seria o seu fim, que não haveria escapatória para nenhum deles, que seria o fim de sua jornada...

Então viu Ayse se transformar em um poderoso dragão.

Tarkan suspirou pela décima vez, jogado em um banquinho ao lado da cama de enfermaria, onde Ayse estava sendo mantido em observação.

Zaman o tinha examinado naquele fim de madrugada, sem reclamar, por incrível que pareça, e constatou que Ayse tinha sofrido com hipotermia, havia adquirido um resfriado e algumas úlceras na garganta e estômago. Ele estava sendo medicado de tempo em tempo e Zaman havia dito que precisava de muito repouso, já que ele não sabia se dragões podiam se curar rapidamente como os lobos.

Resultou que Ayse não acordava há algum tempo e teve febre por causa do resfriado e da dor de garganta. Ele precisava se alimentar, porém Tarkan não tinha certeza se faria por causa da dor de estômago.

O Alfa estava tão pálido e vulnerável naquela cama, havia uma massa de cobertores quentes sobre ele para evitar que sentisse o ar frio da manhã.

— Ei. — Irmak apareceu atrás da cortina que separava uma cama da outra.

— Ah, oi. — Disse ao mesmo tempo em que bocejava.

— Toma. — Seu amigo lhe entregou um pacote e um copo com chá quente. — São sanduíches que meu pai Mustaf fez.

— Obrigado, amigo. Sente-se conosco.

Irmak arrastou um banquinho e sentou ao seu lado, dando uma olhada no Alfa. — Ele foi incrível, não foi?

— Sim. — Olhou com carinho para Ayse, depois bebeu um pouco de sua bebida, colocando-a de lado e desembrulhando seu lanche. — Zaman disse que pode demorar alguns dias até ele se recuperar por completo, mas não tem certeza, pois não entende de dragões.

— Hum. — Irmak se inclinou para frente, os cotovelos sobre as coxas. — Yarim se responsabilizou em enviar novamente uma carta a cada chefe de família, explicando sobre a real história de Ayse. Ele estava todo preocupado que tivesse dito demais, mas achou que deveria assumir e tomar as decisões pelo Alfa, enquanto ele estiver doente.

— Está certo. Ayse confia muito em Yarim... e quanto aos rebeldes?

— Todos presos. Gokhan nos levou até a passagem que levava aos túneis. Eu tinha razão, ficava mesmo na antiga casa de Akim e seu pai Cedric. Prendemos todos, inclusive Akim. O Alfa decidirá depois como puni-los.

— Você não quis puni-los?

Irmak ruborizou, o que foi estranho. — Nós os esmurramos um pouquinho.

— Sei. — Riu. — Fico feliz que Gokhan está bem e Karim. Reyhan deve ter ficado muito desesperado.

— Ah, nem me fale, quando eu o encontrei ele estava ficando histérico, achando que tinham sacrificado seu filho. Ele não fazia ideia que Karim fosse filho de Kratos também, mas disse que não é bem uma novidade, já que o Alfa anterior teve muitos bebês e matou a maioria deles.

Tarkan engoliu com dificuldade o que mastigava e suspirou outra vez.

Em pensar que muitas crianças deixaram de viver por causa daquele maldito tirano.

O Alfa de Hammock [Romance Gay]Onde histórias criam vida. Descubra agora