Capítulo 11

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Ayse


Yarim foi acordá-lo bem cedo, apesar de estar morrendo de sono e não querer levantar de jeito nenhum. A brisa marítima adentrava as grandiosas portas balcão de seu quarto, esvoaçando as cortinas e fazendo-o se encolher sob os cobertores.

— O senhor tem muitos compromissos hoje e precisa se preparar para receber um de seus pretendentes para o almoço e outro para o jantar...

— Yarim, por favor, chega com esse assunto de pretendentes. Não quero mais isso. — Resmungou contra os cobertores, tentando esconder o rosto neles.

— Mas se cancelarmos agora não será bom para sua imagem, senhor. O que as pessoas irão falar? E se um deles se apaixonou, como ficará?

Ayse sentou na cama, o cobertor deslizando e revelando seu peito nu. — Não consigo me concentrar neles se tudo o que penso é em Tarkan. — O silêncio o fez olhar para Yarim que parecia bastante surpreendido. — O que foi?

— O senhor parece estar... apaixonado.

Piscou.

O quê?

— Do que está falando? É apenas uma atração, nada demais. E você sabe porquê.

— Por causa da coisa dentro do senhor. — Ele revirou os olhos, irritando-o. — Não quero ser indelicado, mas isso é só uma desculpa para não querer assumir o que realmente está sentindo. Se quer cancelar com seus pretendentes precisa de um motivo bastante aceitável e terá que conversar com eles sobre isso e torcer para que não o odeiem para sempre.

Ayse se encolheu, seu cabelo era provavelmente uma bagunça, mas ele estava com muito sono para se importar.

Abriu a boca prestes a ordenar que Yarim realmente chamasse seus pretendentes para uma reunião, porém a incerteza o fez recuar. Ainda não entendia seus próprios sentimentos em relação a Tarkan e ele era um monge viajante, não ficaria para sempre em Hammock.

Era melhor pensar com mais cuidado.

— Desistiu de cancelar? — Indagou Yarim.

— Por enquanto. Preciso saber se isso vale a pena.

— Isso o quê? Se encontrar com seus pretendentes ou o que há entre você e o monge?

— As duas coisas. — Ayse chutou as cobertas e sentou-se completamente nu. Yarim se virou de costas e estendeu-lhe o roupão.

— Prepararei as roupas para o dia, o banho já está pronto.

— Obrigado. — Ayse se arrastou para o banheiro de olhos fechados.


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Irmak


Tinha ficado inquieto desde a noite anterior. Tarkan não perguntou se ele gostava de Murat, ele afirmou isso e estava tão certo que Irmak teve medo de que não estivesse escondendo bem seus sentimentos.

Ele não estava escalado para trabalhar tão cedo pela manhã naquele dia, mas decidiu que faria, pois precisava distrair um pouco a mente.

De cima da torre do norte podia ter um vislumbre do mar e do incrível nascer do sol. Não havia nada no mundo que superava aquela paisagem. Gostaria de levar Tarkan ali para que pudesse se deslumbrar também.

O Alfa de Hammock [Romance Gay]Onde histórias criam vida. Descubra agora