Capítulo 14

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Tarkan


Tarkan acordou pela madrugada com uma estranha sensação de ser observado. Quando seus olhos se abriram, demorou a reconhecer o lugar onde estava. A cama era muito mais macia do que qualquer outra cama em que já havia se deitado. A brisa adentrava pelas portas da varanda que ficaram abertas, deixando o ambiente fresco o suficiente para usar um cobertor. Apenas uma fraca luz provinha de uma lamparina acesa ao lado da cama, além da luz da lua que iluminava parcialmente o quarto do Alfa.

Um pouco mais abaixo na cama estava Ayse com olhos enormes e íris vermelhas como sangue, o observando atentamente. Um sorrisinho malicioso puxou os cantos de seus lábios e seus caninos brilharam.

Espertinho.

Seus pequenos chifres estavam aparentes entre seus cabelos brancos e fofinhos, e sua cauda em forma de seta serpenteava no ar. Vez ou outra as íris azuis como o céu retornavam ao seu olhar, mas alternavam sem aviso. Era como se ele tivesse perdido parcialmente o controle, por se deixar levar e não por obrigação.

— Não é tão ruim ser um dragão. Não mais... pensei que eu fosse um íncubos, algo do tipo. Por que será que fico assim tão excitado?

— Eu não sei. — Tarkan tocou suavemente seu rosto e Ayse tremeu em sua mão. — Mas vamos descobrir juntos.

— Então nós somos interligados?

— Sim. — Acariciou seus cabelos lentamente.

— O que os interligados fazem?

— Hum.. vejamos... o mesmo que os casais fazem, eu acho.

Ayse fez uma careta. — Esperava mais.

Tarkan deu uma risadinha.

— O que você esperava?

— Mordida de acasalamento, um cio louco todo mês que dura dias, sexo absurdo...

— Você só pensa nessas coisas, não é? — Tarkan estreitou os olhos.

— Penso em tudo, mas no momento você sabe... eu estou assim. — Ele abaixou o cobertor para exibir seu corpo nu, sem vergonha alguma. Tarkan engoliu em seco, vendo-o tão duro como uma estaca. Devia ser doloroso. — Impossível não ficar desejando...

— Sim, eu sei. — Ele riu e puxou Ayse para ficar mais perto, envolvendo-o em seus braços. O lupino aproveitou o carinho para deitá-lo de costas e deitar sobre ele. Era um pouco pesado, mas não desconfortável.

— Parece que estou no controle agora. — Ele disse baixinho e Tarkan pensou que estava sussurrando só para seduzi-lo. — Digo... acho que não vou enlouquecer como na noite passada e cuspir fogo.

— Foi fofo.

— O quê? — Ele olhou surpreso.

— É... você ficou todo protetor de repente, não deixando ninguém se aproximar de mim. Eu achei fofo.

Ayse deu uma risadinha. — Sério? Você não se incomoda que eu seja agora de uma espécie tão diferente? Não sou mais um lobo fofinho.

— Bem, eu nunca te conheci como um lobo, passei a gostar de você assim como você é agora, então não me sinto em nada incomodado. O melhor disso é que não precisarei exorcizá-lo, talvez você não saiba, mas o procedimento é muito doloroso para a vítima.

Ayse ficou olhando-o.

— Gosta de mim? — Foi só o que ele prestou atenção?

Tarkan o observou um pouco e então se inclinou para beijá-lo. — Sim.

O Alfa de Hammock [Romance Gay]Onde histórias criam vida. Descubra agora