P.O.V YEONJUN
— Merda, Beomgyu... — Yoongi foi depressa até o outro que estava estirado na cama.
Eu observei a bagunça que tomava conta do local. Caminhei até perto da cama, ainda abismado com tudo. Analisei a pequena mesa ao lado da cama, onde havia várias coisas jogadas: isqueiros, água derramada, alguns comprimidos amassados, uma colher queimada e até mesmo uma vela.
Sobre a cama, o azulado estava apenas de calça jeans. Seus cabelos estavam bagunçados, o rosto pálido e com olheiras avermelhadas. Seus lábios também estavam pálidos. Os olhos semiabertos encaravam o nada, como se estivesse morto...
No seu peito, várias marcas de arranhões que não estavam ali antes chamaram minha atenção. O corte em seu abdômen estava sangrando novamente, além da seringa ainda presa na pele de seu antebraço pela agulha. Tudo aquilo me deixou enjoado e abismado.
O que teria acontecido com ele?
— Anda, Beomgyu, fala comigo, vai!! — Yoongi insistia, dando tapas no rosto do outro, que apenas revirava os olhos para todos os cantos, como se estivesse inconsciente. — Merda, hein... — esbravejou. — Vem, Yeonjun, me ajuda aqui. — pediu, me tirando de meu pavor interno.
— O-O que eu faço? — perguntei, me aproximando nervoso.
— Me ajuda a tirar a roupa dele. — ordenou, enquanto puxava com cuidado a agulha de dentro da veia do outro, deixando um filete de sangue escorrer pela pele alva, junto a um líquido escuro amarelado. Colocou o objeto sobre a mesa.
Eu assenti, agindo de modo automático, e ajudei cautelosamente a despir o outro. Beomgyu parecia tão frágil, de um jeito que parecia que quebraria a qualquer mínimo toque meu. Havia um tecido fino amarrado em seu braço, que parecia prender sua circulação, com as veias daquele local saltadas e arroxeadas. Desfiz o nó, vendo alguns hematomas ali também. Por fim, ajudei Yoongi a carregá-lo até o banheiro.
— Pega aquele banco ali. — apontou para o objeto que fui buscar rapidamente. — Coloca debaixo do chuveiro. — e assim eu fiz.
O mais velho foi colocado sentado no objeto, ainda com a peça íntima no corpo, e quando a água foi ligada, eu me assustei com o salto que o outro deu.
— Calma, Beomgyu... — o outro se debatia sem força, tentando empurrar Yoongi.
— Me larga... — disse baixo e com dificuldade. — Larga...
— Sou eu, Beomgyu! — Yoongi segurava a cabeça do azulado, fazendo-o encarar. Ele parecia não enxergar muito bem, pois os olhos mal conseguiam se manter abertos, e quando conseguiam, a íris não parava em uma só direção sequer.
— Sou eu, Yoongi, hum? — disse enquanto molhava o resto do corpo dele. — Ok, vamos adiantar isso... — falou me encarando.
— Não é melhor dar algo para ele beber?
— Tá doido? Ele não vai conseguir beber nada desse jeito. E tem que pôr pra fora de qualquer forma... Já que não temos soro e nem podemos pedir...
— O que vai fazer? — questionei, me escorando na porta do box.
— Vai ser nojento, é melhor não olhar... — avisou, mas eu nem me importei.
Vendo que eu nem dera ouvidos, Yoongi se pôs atrás do mais velho, desligando o chuveiro, e puxando a cabeça do mesmo até que esta estivesse encostada em seu abdômen. Então num ato rápido me deixando completamente boquiaberto, Yoongi enfiara três de seus dedos por entre os lábios palidos do azulado, até que estes desaparecessem por eles.
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Clinic Worst
FanfictionAo descobrirem a verdadeira sexualidade de seu filho, os pais de Yeonjun, resolvem interná-lo em uma clínica religiosa. No quarto ao lado, reside Beomgyu, que foi internado pelo mesmo motivo que Yeonjun.