Capítulo XIII

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P.O.V YEONJUN

Eu senti minhas pernas tremerem ao encarar o rosto que se aproximava a cada segundo. De longe, aquilo deveria estar acontecendo. Estávamos ferrados.

— Já estamos voltando para o dormitório — Beomgyu disse sério e rápido, agarrando meu pulso e tentando passar pelo homem fardado.

— Ah... eu acho que não — entrou na nossa frente, segurando o pequeno rádio de comunicação em sua farda. — Estavam além dos limites da cerca... sabe o que isso significa, não é? — debochou o policial.

— Não. Fode. Martinez! — suspirou nervoso o mais velho. — Deixa a gente passar.

— Ah, não, não, não — disse rápido, rindo em seguida. — Você não tem nenhuma influência sobre mim, Choi. — O policial de bigode comprido me encarou um pouco pálido, encolhido ao lado do mais velho, e soltou um riso descrente.

— Você... — apontou para mim, pensativo. — Você é aquele garoto... o novato que foi traçado pelo Min! — riu surpreso, batendo palmas.

— Não fale dele na minha frente! — esbravejou Beomgyu, se aproximando mais do policial, que imediatamente apertou com força a arma de choque em seu coldre.

— Por que não, hum? — olhou de um para o outro. — Oh... acho que estou entendendo... — levantou uma sobrancelha, tirando suas próprias conclusões. — Está puto porque ele traçou sua mocinha antes de você! — riu debochado.

— Seu filho da... — Beomgyu quase avançou contra o homem alto, mas teve seu braço segurado por mim, com os olhos cheios de lágrimas.

Eu estava com medo.

— Não faça nada, por favor... – implorei baixo.

— Que gracinha... – sorriu o homem, encarando a cena. – Já posso imaginar o que os pombinhos faziam no meio do mato então... – gargalhou.

— Cala. a. boca! – rosnou alguém.

— Não abuse da sorte, bastardo – riu de modo debochado.

— Talvez... – o homem colocou as mãos nos joelhos e se abaixou para ficar na minha altura, já que era muito maior que eu. – Se a maioria desses viados ficasse mais em seus quartos, ao invés de ficarem rebolando essas bundinhas por aí, essas coisas não aconteceriam com—

Ele falava com repúdio, mas foi interrompido pelo soco no rosto que Beomgyu lhe deu, sem nem pensar duas vezes.

Eu estava imóvel no meu lugar, ainda digerindo aquelas palavras duras que foram cuspidas bem na minha frente.

Não estava acreditando no que o policial acabara de dizer...

Minha mente estava tão atordoada, meus olhos ardiam e eu só conseguia ver de relance o azulado sobre o policial, agora no chão.

Nem percebi quando começou a chover mais forte e um grupo de policiais se aproximava às pressas, logo tirando o garoto de cima do oficial. Beomgyu gritava palavras de baixo calão, enquanto o homem, agora se levantando, contava o que acontecera de sua versão. Só despertei do meu torpor quando um outro policial agarrou com força meu braço e me arrastou de lá.

Vi mais à frente o azulado, com seus pulsos presos, sendo levado também, e só deu tempo de ouvir o policial furioso esbravejar antes de nos levarem do campo.



— Seus dias de regalias estão chegando ao fim, Choi!

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