Capítulo XV

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P.O.V YEONJUN

Naquela manhã, eu havia despertado aos poucos.

De forma preguiçosa, me aconcheguei mais nos lençóis agora grossos que me cobriam. Consegui ouvir a chuva forte lá fora, e aquele frio me fazia querer permanecer na cama o resto do dia. Mas não podia. Tinha que manter os treinos. Ainda me decidindo se levantava ou não dali, lembrei vagamente dos acontecimentos do dia anterior. Claro que o último ocorrido, com mais intensidade, vinha me atormentando.

Com imagens e sons muito claros em minha mente, apertei os olhos com força, tentando não me deixar levar. Mas era quase impossível lutar contra isso. Havia acordado já com um probleminha ali embaixo. As lembranças foram apenas um brinde. Foi uma sensação nova em minha vida. Não que eu não tivesse sentido vontade de fazer aquilo antes. Havia sido uma vez distante, quando, num determinado dia, eu e minha primeira namorada nos permitimos usar as próprias mãos para algo que não fosse apenas segurar os ombros um do outro enquanto nos beijávamos.

Foram toques inocentes, claro. Mas que me fizeram pensar neles por toda uma noite em que não consegui dormir.

Eu era ainda mais novo naquela época. E minha mente ainda não tinha impulsos o suficiente para me fazer enfiar as mãos dentro das minhas próprias calças naquela noite. Eu ainda não tinha motivos para querer aquilo, o que parecia bem diferente no momento atual. Eu estava envergonhado e sem saber muito o que fazer por ter acordado daquele jeito.

Ainda estava nu, como voltei a me deitar na madrugada passada. Uma das mãos se aquecia entre as minhas coxas como de costume quando me deitava de lado. Só que agora, ela estava ali me parecia muito mais interessante no momento. Minha mente não parava de lembrar dos toques... Aquilo estava me tirando o juízo tão cedo naquela manhã. Minha mão estava tão perto... E minha mente me induzindo a subi-la só mais um pouquinho...

Já podia sentir meu baixo ventre formigando em ansiedade. E aquela curiosidade em me tocar... "Será que consigo me proporcionar sozinho o que senti na noite passada com Beomgyu?" pensava.

Já que estava ali, não custava nada tirar essa dúvida – pensei.

Meus dedos curiosos saíram lentamente do aperto entre as coxas e seguiram cautelosamente para aquele lugarzinho que me surpreendeu por estar tão duro...

Arfei em surpresa com o toque mínimo das pontas dos meus dedos. Olhos apertados, lábios entreabertos deixando o ar sair entrecortado. Arrastava as pontas dos dedos de cima a baixo, me conhecendo aos poucos por debaixo dos lençóis.

Tão bom...

Eu queria mais...

E pretendia fazer muito mais se não tivesse sentido algo tocar minha orelha.

Algo como dedos mexendo em uma mecha de cabelo meu.

No momento, meu corpo todo se retesou.

Parei o que fazia com os dedos, apertei mais os olhos e me forcei a fingir que estava dormindo. Seria o azulado invadindo meu quarto mais uma vez? O que eu diria se mal sabia como iria encará-lo. O que faria...

— Beomgyu? – chamei baixo, quase em um sussurro. Precisava dizer qualquer coisa.

— Beomgyu? – uma voz que eu não esperava ouvir respondeu, surpresa.

Eu me virei apressadamente em direção à porta e fitei confuso a morena parada ao lado de minha cama.

— H-Hope... O que faz aqui? – perguntei envergonhado, puxando mais o lençol para mim enquanto me sentava com dificuldade, pela carne ainda dolorida.

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