Capítulo XXI

1.7K 250 259
                                    



P.O.V YEONJUN

— Não precisava ter feito aquilo – Hope disse, sentando-se em sua cama.

— Eu não ia deixar que eles machucassem você – Eu disse, ajoelhando-me na frente do mais velho e arregaçando a perna de sua calça. – Dói? – Perguntei, referindo-me ao joelho.

— Um pouco.

— Onde você guarda aquela pomada? – Questionei, levantando-me e indo até as gavetas da cômoda.

— Terceira gaveta – Indicou.

Eu busquei o medicamento e, assim que o encontrei, me pus à frente da outra novamente, já abrindo o tubinho plástico.

— Hey, não precisa—

— Mas eu quero – Interrompi, olhando-a sério. – Deixa eu cuidar de você um pouco... – Aquilo não havia sido um pedido.

Eu espalhei a pomada para dor no joelho dela e o massageei da forma mais carinhosa possível. Hope sofria tanto... Eu só conseguia ver 30% daquela dor, mas já era o suficiente para tentar fazer algo pela outra.

Eu jurei que faria tudo que estivesse ao meu alcance para ajudar meus amigos. E estava me esforçando para isso aos poucos.

— Obrigado.

— Não me agradeça – Sorriu. – Eu prometi que iria cuidar de vocês.

— Precisa cuidar de si próprio primeiro, Yeo – Sorriu doce.

— Estou chegando lá, também. – Fiz uma careta engraçada, voltando a massagear o local.

Hope só conseguia fitar aquele rostinho angelical à sua frente. Yeonjun era perfeito aos seus olhos.

Por muitos anos, acreditou que nunca encontraria novamente um motivo para continuar... Mas ver aquele sorriso doce a fazia sentir uma faisca de vontade de lutar por algo outra vez.

Mas seu maior erro estava sendo tirar demais os pés do chão.


Ao cair da tarde, eu havia voltado para meu quarto. Consegui notar, durante o almoço e o resto do dia, o quão agitados e ansiosos estavam a maioria dos garotos ali, esperando pela noite. Aquele dia em específico, os enfermeiros dispensaram os policiais e estavam agindo de forma mais liberal com seus "pacientes".

Eu fiquei surpreso com tudo aquilo, me perguntando internamente o "por quê" o diretor permitia todas aquelas regalias.

Se alguém me contasse que pacientes faziam festas dentro de uma clínica de reabilitação, eu custaria a acreditar, se não estivesse vivendo a situação.

Ainda naquele fim de tarde, em meio ao meu banho, tive que sair enrolado às pressas para abrir a porta para Hina.

Ela me arrastou até seu quarto. Passamos horas revirando roupas e mais roupas. Hina tinha tantas...

Ela permitiu que eu escolhesse dezenas de suas combinações masculinas que me serviam e me fez passar horas experimentando-as. Finalmente, quase às 20:00 da noite, eu escolhi algo que me agradava. Já havíamos sido avisados que a festa começara às 18:30.

Então começamos a nos arrumar rapidamente. Nada muito extravagante, até mesmo simples, mas muito confortável. Eu vesti minha calça preta, uma camisa preta extremamente larga com um logo de banda estampado — onde a acastanhada me ensinou a colocar a frente da barra da camisa dentro da calça — e, por último, um casaco de zíper cinza, que batia em minhas coxas e tinha um capuz de pelos.

Clinic WorstOnde histórias criam vida. Descubra agora