P.O.V YEONJUN— Não precisava ter feito aquilo – Hope disse, sentando-se em sua cama.
— Eu não ia deixar que eles machucassem você – Eu disse, ajoelhando-me na frente do mais velho e arregaçando a perna de sua calça. – Dói? – Perguntei, referindo-me ao joelho.
— Um pouco.
— Onde você guarda aquela pomada? – Questionei, levantando-me e indo até as gavetas da cômoda.
— Terceira gaveta – Indicou.
Eu busquei o medicamento e, assim que o encontrei, me pus à frente da outra novamente, já abrindo o tubinho plástico.
— Hey, não precisa—
— Mas eu quero – Interrompi, olhando-a sério. – Deixa eu cuidar de você um pouco... – Aquilo não havia sido um pedido.
Eu espalhei a pomada para dor no joelho dela e o massageei da forma mais carinhosa possível. Hope sofria tanto... Eu só conseguia ver 30% daquela dor, mas já era o suficiente para tentar fazer algo pela outra.
Eu jurei que faria tudo que estivesse ao meu alcance para ajudar meus amigos. E estava me esforçando para isso aos poucos.
— Obrigado.
— Não me agradeça – Sorriu. – Eu prometi que iria cuidar de vocês.
— Precisa cuidar de si próprio primeiro, Yeo – Sorriu doce.
— Estou chegando lá, também. – Fiz uma careta engraçada, voltando a massagear o local.
Hope só conseguia fitar aquele rostinho angelical à sua frente. Yeonjun era perfeito aos seus olhos.
Por muitos anos, acreditou que nunca encontraria novamente um motivo para continuar... Mas ver aquele sorriso doce a fazia sentir uma faisca de vontade de lutar por algo outra vez.
Mas seu maior erro estava sendo tirar demais os pés do chão.
✤
Ao cair da tarde, eu havia voltado para meu quarto. Consegui notar, durante o almoço e o resto do dia, o quão agitados e ansiosos estavam a maioria dos garotos ali, esperando pela noite. Aquele dia em específico, os enfermeiros dispensaram os policiais e estavam agindo de forma mais liberal com seus "pacientes".
Eu fiquei surpreso com tudo aquilo, me perguntando internamente o "por quê" o diretor permitia todas aquelas regalias.
Se alguém me contasse que pacientes faziam festas dentro de uma clínica de reabilitação, eu custaria a acreditar, se não estivesse vivendo a situação.
Ainda naquele fim de tarde, em meio ao meu banho, tive que sair enrolado às pressas para abrir a porta para Hina.
Ela me arrastou até seu quarto. Passamos horas revirando roupas e mais roupas. Hina tinha tantas...
Ela permitiu que eu escolhesse dezenas de suas combinações masculinas que me serviam e me fez passar horas experimentando-as. Finalmente, quase às 20:00 da noite, eu escolhi algo que me agradava. Já havíamos sido avisados que a festa começara às 18:30.
Então começamos a nos arrumar rapidamente. Nada muito extravagante, até mesmo simples, mas muito confortável. Eu vesti minha calça preta, uma camisa preta extremamente larga com um logo de banda estampado — onde a acastanhada me ensinou a colocar a frente da barra da camisa dentro da calça — e, por último, um casaco de zíper cinza, que batia em minhas coxas e tinha um capuz de pelos.
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Clinic Worst
FanfictionAo descobrirem a verdadeira sexualidade de seu filho, os pais de Yeonjun, resolvem interná-lo em uma clínica religiosa. No quarto ao lado, reside Beomgyu, que foi internado pelo mesmo motivo que Yeonjun.