Capítulo XXVI

2.3K 275 631
                                    



P.O.V YEONJUN

— Tá tudo bem com vocês? – o moreno se aproximou ao nos ver já no saguão principal.

— Vamos ficar – disse Hina, me abraçando pelos ombros.

— O que vai acontecer com ela?

— A doutora disse que ela vai entrar em tratamento. Vai ser transferida de vez para a ala médica, e não sabemos quando ela vai sair. – explicou Hina.

— Vai ser melhor assim. – Yoongi coçou a nuca, me encarando agora. – É... Yeonjun – chamou, tendo a minha total atenção. – O Beomgyu estava te procurando. – anunciou, e eu pude jurar que vi seu pomo de Adão subir e descer.

— E cadê ele? – olhei ao meu redor.

— Ele tá lá fora na quadra – disse de maneira estranha, e Hina o encarou desconfiada, mas Yoongi apenas desviou o olhar.

— Oh, eu vou lá então. – afirmei, me despedindo.

Caminhei pelos corredores de acesso, indo direto ao pátio dos fundos e me dirigindo à quadra de basquete externa. Vaguei o olhar pelo local, avistando finalmente o azulado sentado no último degrau da arquibancada, arremessando pequenos pedregulhos no ar. Me aproximei calmamente, notando-o com a cabeça encostada no alambrado, encarando o nada. Parecia pensativo.

— Oi – disse finalmente ao chegar no último degrau de cimento, onde o outro estava.

Beomgyu me encarou rapidamente, abrindo um sorriso mínimo em meio ao seu rosto amuado.

— Tá tudo bem com você? – me encarava de baixo. Suas pálpebras pareciam inchadas. – Ela te machucou? – parou de arremessar as pedrinhas.

— Não, tá tudo bem. – encarei o nada, e senti minha mão ser pega.

— Vem cá. – chamou, se arrastando mais para trás e me direcionando ao meio de suas pernas.

Eu mesmo, a contragosto, cedi em me sentar de costas entre as pernas do outro. Por mais que não fosse admitir, gostei da sensação do peitoral dele contra minhas costas. Beomgyu emanava um calor gostoso. Esse calor se espalhou quando senti seus braços rodearem meu corpo e seu queixo descansar em meu ombro.

Senti a respiração quente bater em meu pescoço e me virei, vendo que ele me encarava. Beomgyu estava sério, os olhos quase fechados fitavam-me com devoção, cada parte do meu rosto. E então eu pude sentir aquele incômodo no estômago mais uma vez. Sempre sentia isso quando o azulado fazia algo do tipo.

Meu rosto ficava quente com a proximidade. Minhas mãos suavam, ignorando a temperatura do clima. Sentia minha frequência cardíaca bater com tanta velocidade que chegava a doer no peito. Eu sempre ficava assustado quando aquelas sensações me tomavam. Não havia uma explicação em minha mente, mas eu só sabia que elas apareciam quando estava com Beomgyu.

Me permiti fechar os olhos, deitando a cabeça na clavícula do outro e, consequentemente, sentindo seus braços me apertarem com mais força agora. Aquilo era bom... Era muito bom, na verdade. Me passava conforto, segurança, paz...

— Eu gosto tanto de você... – o outro sussurrou fraco em meu ouvido. E então senti seus dedos se entrelaçarem aos meus.

Eu pude jurar que sentiria vontade de vomitar com aquelas palavras. Podia parecer exagerado, mas era o que eu sentia. Algo na boca do meu estômago, prestes a explodir.

Minha respiração estava acelerada, os olhos apertados com força, assim como meus dedos juntos. Eu não sabia o que fazer... Ou talvez soubesse.

Me virei um pouco de lado, o encarando meio incerto do que eu faria. Mas não pensei muito, quando tomei a atitude de unir meus lábios aos do mais velho.

Clinic WorstOnde histórias criam vida. Descubra agora