Capítulo 72

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Maria

Acordo meio grogue. Depois do tiro que levei, não consigo mexer as minhas pernas. Acho que estou com 24 horas nesse quarto branco, cheio de coisas ao meu redor, onde vim parar? Que merda eu fui, burra ao ponto de não matar logo aquela infeliz.

A porta é aberta. Entra uma mulher branca de cabelos negros, sua roupa é toda preta da cabeças aos pés; olho em seu rosto e nada da infeliz olhar para mim. Minhas mãos estão amarradas, logo quando cheguei tentei me matar, nem pra isso sirvo mais.

Eles me apagaram, deixando-me amarrada. Suspiro derrota, a mulher nota o meu barulho. Pega uma prancheta anotando alguma coisa nela, volta a me olhar, apertando os dentes nos lábios.

-Oi suicida! – tento responder, mas não consigo.

-Por enquanto, você não vai dizer um pio. Decidimos colocar uma sonda sem precisar usar o banheiro. – arregalo os olhos.

- É querida, você fodeu com a vida de pessoas inocentes, agora é nossa vez foder com a sua. – sorrir.

Desespero bate no momento. não posso gritar, nem se mexer e muito menos morrer. Novamente ela vem com uma agulha aplica alguma coisa no soro, aos poucos meus olhos apagam.

Sinto ser cutucada por algo que não sei o que é, tento mexer minhas mãos, perca de tempo. Puxo o ar com força, ao mesmo tempo, que abro os olhos, encontrando Pablo e o desgraçado que atirou em mim.

Os dois conversam baixo para que eu não escute nada. Nem que eu quisesse, não tem muito o que fazer. Pablo esta de lado, com uma vareta a que deve ser a que tocou em meu corpo.

Olho os dois homens a minha frente e só agora paro para pensar, porque fiquei tão obcecada por Dominik? Droga ele deveria ser meu e não dela bufo. Quero olhar para qualquer lado menos para eles.

-Olha quem acordou chefe! – o desgraçado falar, e Pablo vira. Fica olhando a minha situação, aposto o que quiser como está debochando mentalmente. Aparentemente, esta com a mesma roupa bufo.

-Espero que não tente nenhuma loucura. Chega de fazer merda por um tempo. – fala.

-Vá...pa.ra.o.in.fer.no. – consigo dizer bem devagar.

-Olha só... A capeta falou. –fala irônico.

- Você e seus apelidos Fernando. Essa mulher tem vale nigth no inferno pode apostar.

- O capiroto perde feio pra essa mulher chefe. Pode apostar que ele esta te esperando com as labaredas em ultimo grau.

Em outro ocasião, eu poderia até fazer alguma coisa a esses dois. Com a minha atual condição, eu simplesmente tenho que aceitar ate um deles resolverem acabar com aminha vida. coisa que agradeço muito se eles fizerem.

- Só para constar, minha cunhada e meu irmão passam bem. Na mente de todos da minha família você está morta.

-Por..que..não..me..ma.tou. – pergunto com a garganta dolorida.

-Porque ao não deixei Maria. – para o meu espanto, Theodoro entra no quarto onde estou. De terno costumeiro, com as mãos dentro do bolso. Dominik é muito parecido com o pai, mudando apenas a cor dos olhos onde Pablo e Júlio Herdaram.

-Pensei que você, no ultimo momento ia desistir dessa loucura de tirar a vida de Cecile. Mas não, seguiu em frente sem pensar nas consequências.

-Por.que.não.me.ma.tou? = pergunto novamente, deixando as lagrimas rolarem.

-Porque ainda lá no fundo do meu coração, tenho fé que você possa mudar. Deixar de ser essa mulher rancorosa, sem amor, sem caráter. Quero que seja aquela Maria que frequentava a minha casa, com luz própria, não essa mulher apagada.

As lagrimas aumenta com cada palavra que Theodoro fala. Nossas famílias se conhecem de uma longa data, mesmo antes de Dominik e Rosangela casarem. Fiz amizade com Amália, foi quando soube que Dominik era seu irmão, na época fui burra em apresentar minha irmã a ele.

-Não sei o que pode levar uma pessoa a fazer uma loucura como essa. Você sempre soube que Dominik, não t4e via como você o via Maria, o seu grande erro foi o seu capricho. Seu pai deveria ter visto isso, mas como a preocupação dele era, extorquir, roubar estuprar matando inocentes, que esqueceu de criar a sua filha. Você teve sua mãe Eliane, que fez o papel de pai e mãe, te dando amor o qual nem a sua própria filha de sangue ela pode dar, direcionando todo amor para você , olha o que fez a ela? a matou como uma qualquer.

-Não.era.pra.ter.cido.ela. –ele aperta os lábios olhando para baixo.

-Não era para ninguém morrer Maria, e muito menos você ficar assim, sem poder andar, onde só poderar se locomover em uma cadeira de rodas. Onde vai precisar da ajuda de alguém, agora me diga, quem vai te ajudar? – pergunta.

Pablo sai da cadeira, deixando seu pai sentar nela. Ele inclina ficando frente a frente comigo. Segura minhas mãos, devagar me lança um sorriso.

-Eu vou te ajudar, vou está ao seu lado minha menina. Serei o pai que nunca teve em sua vida. vou te ensinar como a vida é de verdade, que não é só de nossas vontades, mas as vontades que são permitida. Vou te ensinar o que o amor pode ser, o que pode ganhar quando aprender o que é perdoar e ser perdoado. O que não pode ser nosso, mas o que deus pode guardar para nós.

Em todas as vezes que você quebrar, vou está ao seu lado, ajudando-a colar cada pedaço que quebrou. É isso que um pai deve fazer com o seu filho e não o que aquele infeliz fez com você. Será fácil? Não, não é. Meus filhos, meus netos ou mesmo Cecile vai esquecer? Duvido. Mas o coração daquela menina é grande, ela aprendeu na dor a da valo as pequenas coisas. imagine só Maria, você ter que passar fome, ou deixar de comer porque sua irmã de coração está com mais fome que você? Era isso que Cecile fez por varias vezes. Ela nunca te tratou mau mesmo você merecendo. Essa e a lei do retorno, a gente só dar o que tem. E ela tem amor de sobra. –não falo mais nada, nem tenho que dizer.

-Fernando, vai cuidar de você. Não quero receber a noticia de outra tentativa de suicídio. Vamos Pablo, Fernando precisa ficar com Maria para conhece-la um pouco.

-Só se for para eu esgana-la. – fala o tal Fernando.

-Vai nada rapaz. Estou velho não morto. Sabe muito bem o peso de minha mão. Então, apenas obedeça. Ainda mando nessa droga aqui. – sai junto de Pablo, deixando-me com o desgraçado do cachorro de poste..

-Digo logo, não venha querer dar uma de esperta que comigo você se fode todinha. – sai batendo a porta com tudo.  

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