Capítulo 07

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Dominik Leopoldo

Não é o meu feitio ter paciência. Todos sabem que eu não sou de adular e muito menos esperar. Faço e pronto. Não dou satisfações e muito mesmo me preocupo se alguém ficou chateado ou não.

Ela está assustada, assim como estou. Eu atropelei a moça, tenho que cuidar dela ate ficar melhor e segui sua vida. fui rude com suas roupas, não é mentira são trapos velhos para quer se preocupar? Sei que minha irmã é capaz de cuidar disso.

Na cozinha, faço o que sempre fiz. Não vou mudar em nada só por uma visita inesperada. Faço tudo em total silencio, recebo o mesmo dela. as palavras saem no automático. Consequência desses quatro anos sem elas.

Fico surpreendido, na hora que sirvo nosso café. Parece que a dias ela não come, me fazendo perder um pouco da fome que tinha. Como deve ser sua vida nas ruas? Claro que para mim, ela escolheu a fácil. Sem ter responsabilidades de nada, engana uns e outros, é o que vejo nos jornais.

- A quanto tempo você não come? – soltei, vejo surpresa em seu olhar. Claro 'para comer assim eu tenho que saber. Esta em minha casa, o tempo que precisar ficar tenho que deixa – lá saldável. Não quero processo em cima de meu nome.

Ela analisa, bem pensando qual resposta vai dar pela minha pergunta. Agora quando você tem uma família, e essa é grande e todos praticamente tem a chave da sua casa, com medo de ver seu filho estirado no chão, da nisso. Ela não tem tempo de responder.

- Mãe. Ela é tão linda acordada olha. – olho em direção da porta, onde esta meu pai, no meio da sala minha mãe, e por fim minha irmã, boba olhando para moça. Mirela nem aparenta a idade que tem. Como seus quase 28 anos, pequena mas decidida.

Quando ela escolheu segui a profissão de nossa mãe, foi uma confusão entre meus irmãos. Eu e Pablo, ficamos ao seu lado. Não é porque todos somos advogados que ela teria que seguir uma profissão que não gostava. Tem que ter amor por que faz. Isso ela tem cuidando da pessoas.

É uma mulher que busca o melhor, fez varias especializações, se destacando em algumas com méritos. O orgulho de nossa mãe. Com tempo, todos aceitaram e assim estamos felizes. Minha irmã vem até onde a moça esta sentada.

Com vergonha baixa a cabeça. Minha mãe, vem de mãos dadas com meu pai com um leve sorriso no rosto. Tenho certeza que para ela é um grande passo, porque nem eles mesmos dormem aqui, que dirá uma estranha e isso me incomoda bastante. É com estivesse traindo minha esposa. Isso me frustra.

- Bom dia querida. Esse cuidou bem de você? – começou o interrogatório, penso.

- Si..sim. – responde a moça que esqueci o nome.

- Não fique nervosa. Eu e minha mãe viemos aqui, para te medicar e saber como passou a noite. Soube logo pela manha, através de meu pai. – aponta. – que você teve uma noite de febre, isso não é nada bem. Mais graças a deus que vejo que está bem melhor, não cem por cento, melhor que ontem sim. Há desculpe, me chamo Mirela.

- Sou Cecile, mas pode me chamar de Ceci. – vejo surgir um sorriso tímido.

Tento sair de onde estão todos. Hoje não tenho um pingo de condições de sair e deixar ela sozinha em minha casa, vai que ela tente me roubar? Balanço a cabeça, saindo do centro da cozinha. Sigo para o escritório.

Escuto passos atrás de mim, pelas passadas sei que é meu pai. É tão engraçado quando se mora só. Com tempo, sabe diferenciar os passos os sussurros de todos de sua família. Abro a porta, deixando-a aberta para meu pai entrar.

Deito-me no sofá. Em pensar que dormi em um por causa de uma estranha. Caso ela fique até ficar boa, preciso desativar o da empregada hoje mesmo, por que minha coluna não aguente outra noite naquele maldito sofá.

- Filho. Esta tudo bem? – respiro, é a mesma pergunta todos os dias, durante esses quatro anos.

- Não. Mas vai ficar não é? – não que eu esteja sendo irônico com meu próprio pai, porra perdi minha família, não consigo esquecer. Era ao meu lado que ela se foi levando as nossas princesas e meu pai quer que eu diga que está tudo bem?

- Dominik. Sei que pergunto a mesma coisa todos os dias. Sou seu pai e me preocupo com você. E principalmente... – sem paciência fico de pé.

- Principalmente quando quase mato uma morta de fome. – ele me olha surpreso, por meu ataque. Droga... hoje não é um bom dia.  Ele fica de pé. Caminhando até a janela. Passa a mão em seus cabelos meio grisalhos.

- Sinceramente, não reconheço meu filho. Meu filho não liga se alguém tem menos ou mais status. Meu filho é um ser humano incrível, não esse homem que eu vejo em minha frente. – não consigo conter o que escuto, explodo com o meu pai.

-  O senhor que o que? quem perdeu mulher e filhas fui eu e não você e meus irmãos. Quem sofre todas as noites com pesadelos e choros sou eu e não ninguém. E pouco me importo se ela é morta de fome ou não, o que importa é que fique boa e vá embora.

Sinto um tapa em meu rosto. Fico surpreso que em meus 35 anos, nunca apanhei na vida. meu pai, esta com a respiração acelerada. Passo a mão no rosto quando caio em si.

- Escute bem Dominik. Nunca mais diga, fale ou se quer ofenda uma pessoa menos favorecida que você. Você não sabe o porque ela ou quem quer que seja, chegou ao ponto de morar na rua. Claro que você não sabe, sempre teve vida boa. Porque eu, trabalhei dias e noites para conseguir e chegar onde cheguei, passei semanas comendo uma vez por dia, para juntar dinheiro, então não venha aqui e falar barbaridades sem saber porque uma moça como ela, está morando na rua. E não é so você que sofre por perder sua família. Lamento e como lamento. Amava minha nora e minhas netinhas. Mas o destino quis assim. Então engula esse seu orgulho e uma vez na vida vá pedir desculpa, porque essa moça não tem culpas dos seus demônios, por que a mesma já é cheia deles, basta olhar para seu rosto que reflete o sofrimento, que tenho certeza ser maior que o seu.

Me jogo no sofá, ainda zonzo com as palavras de meu pai. O que aconteceu comigo? Não tenho vida, sou uma casca ambulante. Que segue a vida sem sentido algum. Vivo por causa deles, se não fosse por eles, tira me matado.

- Vamos. Vá pedir desculpa a moça. – ele me tira do meu conflito interno.

- Desculpas de que? – pergunto.

- De ofende – lá.

- o que?

- Ela escutou tudo Dominik, ela passou com sua irmã para o quarto. A porta esta aberta. Sua irmã parou com ela e as duas escutaram. Agora seja um homem de caráter, e peça desculpas a ela. sua mãe deve esta com muita vergonha do seu filho querido.

Meu pai sai, me deixando sozinho no escritório.  

xH

Consequências de uma vida.Onde histórias criam vida. Descubra agora