XVIII - Droga, Isaac

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Lunar:

EF Academy Oxford - 9° ano...

Nas sextas-feiras as aulas sempre demoram acabar, talvez seja pelo fato de eu ter somente uma aula junto com a Sammy e o restante delas tudo eu ser obrigada a dividir carteira com o garoto mais insuportável do colégio, Isaac Newton.

O intervalo tinha acabado, todos os alunos voltavam para a sala quando o garoto decidiu fazer uma "brincadeirinha" com a professora.

Ele ia pegar as provas que fizemos e que ela sempre deixa em cima de sua carteira antes de nós entregar e ia "sumir" com elas para a professora achar que esqueceu e ficar procurando.

— Você não vai fazer isso — cruzo os braços brava entrando na frente da mesa da professora e Isaac sorri me empurrando e pegando as provas.

— Fica calada, horrorosa.

— Isaac, coloca de volta, AGORA.

— Isaac coloca de volta ago... — puxo as folhas de sua mão, enquanto ele estava me imitando — ME DÁ ISSO SELENA.

— Você é muito infantil, nem parece que tem 14 anos.

Foi tudo muito sem noção, a turma que estava gritando se silenciou, Isaac soltou as provas que estava disputando comigo e eu ouvi a maior falsidade da minha vida.

— Você vai se encrencar — ele deu risada e eu logo escuto a voz da professora atrás de mim.

— Selena Villin, posso saber o que está fazendo com essas provas?

— O Isaac...

— Ela ia esconder para a senhora ficar igual boba procurando, mas eu estava fazendo ela desistir. Que bom que a senhora chegou a tempo, professora.

— Você o que? — sussurrei sem acreditar no que ouvi.

Atualmente...

Foi preciso muita intervenção para eu não ter matado esse garoto naquele dia, só está vivo hoje graças a Sammy, eu jamais vou me esquecer do quanto foi satisfatório ter voado no pescoço dele.

Vendo assim dormindo, nem parece que é um nojo de insuportável. Só espero de verdade que o tempo tenha feito bem para a evolução dele, não dá para ser infantil para sempre.

Deixo Isaac dormindo no sofá e vou até o quarto da minha avó, Sammy tinha feito um feitiço para prender a sombra na cama. Ele era bem fraco porque ainda estamos sem poderes então só conseguimos usar magia da terra quando é assim e geralmente as sombras se soltam muito fácil, só que com os seus poderes.

— Você é uma ótima anfitriã, ah se ele visse como deixa a sua vovózinha.

— O que fez com nossos poderes? — pergunto decidida a ignorar tudo o que sair da boca dela e que não for do meu interesse — Me fala.

— Não vai me machucar, não consegue.

Nisso ela temrazão, seja o motivo que for, eu jamais farei algo que possa vim a machucar minha avó. Porém, essa sombra não enxerga que tenho bem mais vantagens aqui.

— Eu não vou perguntar duas vezes — pego a boneca que ela tanto ama e ameaço rasgar com uma tesoura que havia trago comigo. 

— NÃO FAÇA ISSO, EU FALO — dou um sorriso e espero ela falar — Você precisa ir do outro lado da rua onde tem uma figueira, desenterrar a caixinha que coloquei lá e recitar o cântico do solta laço.

Senti um arrepio só de ouvir ela citar esse cântico amaldiçoado. Isso é magia negra pesada e eu tenho muito medo das consequências de usá-la.

Entretanto, não dá para esperar ou pedir alguém para fazer por mim, se quero salvar as pessoas que amo, terei que enfrentar meus maiores medos.

Saio de casa correndo e vou até o outro lado da rua já avistando a figueira, uma árvore que é praticamente o símbolo da cidade já que sempre esteve aqui.

Cavo com a tesoura que eu tinha levado junto com a boneca e não demoro muito para ter a caixinha em mãos.

— Quod magicae uidere tenementum illud et confractus release — recito trêmula e logo sinto uma corrente magnética passando por todo o meu corpo. A minha magia havia voltado.

Me certificando para que ninguém veja, agarrei firme a caixinha em mãos e a desfiz em cinzas. Seja qual fosse a energia que a mesma continha, já não existe mais.

Me lembrando de que se estou com os meus poderes, a sombra também está e isso pode ser um perigo para a minha avó e até mesmo para o Isaac que dormia sem saber de nada. Começo a correr de volta para a casa torcendo para o feitiço de Sammy ainda estar durando.

Entro correndo em casa e vejo a vovó no corredor junto da minha mãe que chegou em casa poucos segundos antes de mim e estava indo abraçar a vovó quando o rosto da sombra se converteu e tudo o que se via era uma aura negra.

Minha mãe ia gritar, mas a sombra foi mais rápida e a agarrou levando ela para o alto e quando elas estavam levitando, a sombra torceu o pescoço dela o quebrando e assim a soltando no chão.

— MÃE — não penso duas vezes antes de correr até ela e usar a telecinese para segurar seu corpo no ar.

— O que é isso?

Droga, não, não, não.

Astros: Lua MinguanteOnde histórias criam vida. Descubra agora