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Suspiro, entediado, montando e desmontando uma arma na qual eu criei recentemente, enquanto era obrigado a esperar Mia e Amora se arrumarem. Precisou de uma equipe toda no quarto e eu é que não ficaria lá. Já estava pronto há horas em um simples terno e quase dormindo jogado no sofá. Hoje eu não estava nos meus melhores dias, e só iria nesse casamento porque se tratava de um dia importante para minha amiga, para a mulher que eu considero a irmã que eu nunca tive, sem contar que eu era padrinho de casamento, então...
— Abra caminho para a princesa, Amora Violet! — Mia exclamou, descendo as escadarias totalmente produzida e linda em um vestido longo, de cor rosa claro. Seus cabelos cacheados estavam soltos, com alguns acessórios o enfeitando. A maquiagem marcante e o corpo bem delineado na roupa. Mulher quando quer pôr beleza para jogo, elas se tornam expert nisso.
E logo Amora desceu as escadarias, totalmente diferente do que estou acostumado a vê-la. Estava realmente uma divina. Maquiagem também marcante, cabelos soltos e com ondulações e o vestido certamente chamaria uma boa atenção. Ela estava linda, e certamente faria o noivo babar. Não só o noivo como qualquer homem que estivesse lá.
Bem... qualquer homem que seja realmente hetero.
— Vocês estão perfeitas! — Exclamo, me levantando do sofá.
— Ei, somos padrinhos. Vamos primeiro, porque a noiva ainda precisa esperar um pouquinho para causa aquele suspense. — Mia falou, o que me fez ri, assentindo.
— Boa sorte e não mate ninguém no seu casamento. — Brinco e ela arremessa um travesseiro em minha direção, o que me fez ri, saindo da mansão com Mia. Iríamos no meu carro.
— Você está bem mesmo, Jake? — Mia questionou, um tempo depois.
— Já disse pela milésima vez que sim, Mia. — Respondo, mantendo meu olhar na estrada.
— Eric também é padrinho, de qualquer jeito vocês vão se encontrar...
— Mia, a única coisa que importa agora é manter tudo calmo para não estragar a festa da Amora. Ela vai casar e é isso que importa. Qualquer problema que tenha com outros, é para ser deixado de lado. Entendido? — Falo, vendo ela se calar, assentindo, não muito segura das minhas palavras, mas eu realmente não queria tocar no assunto.
Assim que chegamos na igreja, pude notar o lugar já lotado. Respiro fundo, criando forças de onde não tinha e saindo do carro, abrindo a porta para Mia e lhe estendendo a mão. Ela riu, a pegando e saindo do carro.
— Preferia que fosse uma loirinha com seios. — Brincou, o que me fez ri.
— É o que tem para hoje. Além disso, você também não tem um peitoral definido e barba no rosto. — Brinco, vendo ela ri, balançando a cabeça em negativa. Caminhamos pelo tapete vermelho, cumprimentando alguns convidados conhecidos e seguindo até próximo do altar, onde pude ter o desprazer de ver Eric, acompanhado de uma mulher na qual não conhecia, mas devia ser a madrinha de casamento que Yan escolheu, que por sinal, ele já estava no altar, parecendo nervoso.
— Ei, cuida bem da minha amiga, ouviu? — Falo, em um tom ameaçador e ele sorriu, assentindo e me abraçando.
— Como ela está? — Questionou, nervoso.
— Ela está uma deusa. — Ele suspirou, sorrindo.
— Eu sei que sim. — Eu ri, vendo Mia cumprimentar aquela mulher e depois Eric. Era o que a boa educação mandava fazer.
— Olá, prazer, Jake. — Cumprimento a mulher, com um aperto de mão e um beijo no rosto. Ela sorriu, me olhando da cabeça aos pés.
— Uau! Você tem um cheiro maravilhoso. Prazer, Emily. — Falou, simpática. Sorri, me afastando e olhando para Eric, que já me olhava. Lhe viro às costas, voltando para meu lugar e olhando para qualquer lugar que não fosse ele.
— Será que ela vai demorar? — Yan questionou, ansioso, o que me fez sorri.
— Relaxa, cara. Ela vai só causar um suspense enquanto os convidados não chegam. — Falo, vendo ele suspirar, nervoso.
— Enquanto isso, podemos conversar? — Eric questionou, me olhando.
— Eu não tenho nada para falar com você. — Rebato. E notei que isso já estava começando a chamar a atenção dos que estavam próximos de nós.
— Tem sim. E você sabe disso. — Ditou, me puxando à força pelo braço, me levando para os fundos da igreja, onde ficamos à sós. O empurro com raiva.
— Qual é a porra do seu problema?! Não temos nada para conversar! — Exclamo, alterado.
— Será que você pode parar de gritar um minuto?! Por acaso você contou o que aconteceu para alguém? — Questionou, o que me fez revirar os olhos, suspirando. Babaca, idiota!
— Não. Você não é tão importante assim na minha vida. Eu tenho mais o que fazer do que ficar falando de você e do lixo de homem que é. — Rebato, ácido. Ele avançou sobre mim, agarrando meu pescoço com força, onde ainda havia suas marcas que ele fez questão de deixar, mas eu tenho certeza que suas costas ainda percorriam rastros vermelhos graças às minhas unhas.
— Não brinque comigo, garoto. Se alguém descobrir, você também morre. — Ditou, diminuindo o tom, parecendo realmente preocupado.
— Está preocupado comigo? Não se preocupe, eu não fujo de uma batalha como você faz. Agora para de me incomodar e vamos voltar para a cerimônia. — Falo, o empurrando, fazendo ele me soltar e voltando para dentro da igreja, ajeitando meu paletó e mantendo minha postura, vendo Eric passar por mim, me fitando demoradamente e parando em seu lugar, continuando a me olhar seriamente.
Suspiro, desviando o olhar, engolindo em seco. Eu não me sentia nem um pouco confortável com aquela situação.
Por que diabos eu fui me envolver com um capo da Máfia?! Qual é a porra do meu problema?!!
