Volto para meu escritório, deixando Amora se entretendo com seus amigos, enquanto eu poderia finalmente terminar meu trabalho. Não sou um bom anfitrião, e já admiti isso para mim mesmo.
Pego alguns documentos impressos, que faltavam minha assinatura e pego a caneta no porta-lápis, relendo por cima. Mas antes que eu pudesse assinar meu nome, me assusto quando uma coisa pula em minha mesa, roubando minha caneta.
Me levanto rapidamente, pegando minha arma que sempre deixo em meu coldre e procuro pelo invasor, seja animal ou não. Quando olho debaixo da minha mesa, vejo um macaco-prego. Estava até vestido com uma roupa certamente feita para ele. Fico na dúvida em atirar ou não, mas antes que eu pudesse decidir, o macaco correu, pulando na estante de livros e derrubando alguns vasos caros, o que realmente me fez decidir em matá-lo. Miro nele, mas alguém pula em cima de mim, abaixando a minha arma.
— Hey! Enlouqueceu?! Mata ele que eu mato você! — Amora exclamou, indo até a estante e estendendo os braços. — Vem cá, meu reizinho. Esse homem malvado assustou você? Vem, amor. — chamou, com uma voz de bebê. O macaco se acalmou, indo para o ombro dela, nem parecendo o bicho que destruiu meu escritório.
Eu permanecia em silêncio, encarando Amora totalmente confuso.
— De onde esse bicho surgiu?! — É o que eu consigo formular. Não gosto de animais, e o único que crio são dois cachorros que servem como cães de guarda, não como bicho de estimação. Isso me remete a filhos, então, não.
— Ora, da mamãe macaca e do papai macaco. Não é assim que funciona? — Brincou, rindo da cara de indiferente que eu fiz.
— Amora, eu não vou permitir esse bicho aqui. Olha o que ele fez no meu escritório! — Exclamo, impaciente. Ela revirou os olhos, se aproximando de mim.
— O que você fizer a ele, será a mesma coisa de estar fazendo comigo. Então, acho bom segurar esse seu mal humor. Talvez esteja precisando de um carinho para ver se sorri um pouco. — Amora comentou, risonha, pegando aquele macaco e o trazendo em minha direção. Rapidamente me afastei, negando.
— Não, não! Nem vem com essa coisa perto de mim. — Ela revirou os olhos, o segurando nos braços como se fosse um bebê.
— Fique feliz por eu não ter uma cobra de estimação. Eu queria uma Python, mas meu irmão tem fobia, então... — Comentou, me deixando na dúvida se ela realmente era uma lady ou uma louca sem o menor juízo.
Suspiro, abrindo meu paletó e me sentando novamente em minha cadeira de couro.
— Macaco, cobra, papagaio... Não importa! Não quero esse bicho selvagem destruindo minha casa. — Declaro, tentando voltar ao meu trabalho, mas Amora rodeou minha mesa, se sentando na mesma, na minha frente e em cima dos meus documentos. A encaro, sem entender. Ela sorriu, puxando minha gravata, nos deixando próximos demais.
— Já ouviu a frase “atura ou surta”? — Questionou, me deixando mais confuso do que já estava.
— Como é que é? — Amora riu, me soltando e apoiando o pé direito em minha cadeira, entre minhas pernas.
— Você vai casar comigo, e eu sou inseparável do meu filhinho com pelos. Então... OU você atura nós dois, ou surta de vez. Apesar, que eu adoraria te ver surtando. — Ditou, me tirando o pingo de paciência que me resta.
— Ok, agora chega! — Exclamo alto, me levantando e batendo as mãos na mesa. Amora não pareceu se assustar, apenas sorriu, me encarando. Agarro seus braços com certa força, a encarando com fúria. — Amora, só porque vamos nos casarmos não quer dizer que você pode simplesmente bagunçar minha vida! Há limites e eles devem ser respeitados! Eu não gosto que invadam meu escritório, e muito menos quando estou trabalhando. Não vamos ser um casal de verdade se é isso que está pensando, e caso você não saiba eu já estou comprometido com outra! Alguém que eu realmente amo! Entendeu bem?! — Amora apenas suspirou, com a expressão monótona.
— Já acabou o discurso patético? — Questionou, me deixando surpreso pelo seu tom frio e seco. Ela empurrou meus braços, me fazendo soltá-la, e então desceu na mesa, colocando o macaco no ombro e indo em direção à saída.
— Amora, aonde está indo?! — Questiono, mas ela apenas mostra o dedo do meio, batendo a porta com toda a força. Fecho os olhos, respirando fundo e contando até três, na tentativa de não acabar cometendo um assassinato e ficar viúvo antes de me casar.
Saio do escritório, procurando por Amora, mas tudo que vejo é dois dos meus seguranças caído no chão, com a boca sangrando e um deles gritando de dor no pulso.
— O que está acontecendo aqui?! Onde está Amora?! — Exclamo. Um deles se levanta, vindo até mim.
— Senhor... aquela mulher... ela...
— Para onde diabos ela foi?! — Grito, o puxando pela gola da camisa.
— Ela... saiu.
— Como saiu?! Já é mais da meia noite! Ela não pode sair sozinha! — Exclamo, mas o outro segurança se aproximou.
— Tentamos impedi-la, mas parece que... ela luta muito bem. Ela roubou a chave do seu carro e não disse para onde foi. — Passo uns dez segundos encarando aqueles dois, tentando digerir a informação.
— Ela derrubou vocês dois? — Questiono, não querendo acreditar. Eles assentiram, envergonhados. Olho para o coldre deles, que continuava com as armas. Ambos eram uns dos meus soldados mais treinados para a segurança da casa. Como ela...?
Amora não é quem eu pensei...
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PROMETIDA AO DIABO - A Era Das Alianças (Romance Hetero)
RomanceNão é toda princesa que deseja ganhar um príncipe encantado... E Amora Violet vai provar isso! PLÁGIO É CRIME!!! CRIE, NÃO COPIE :3