Era um tiro...
— Que porra de cidade é essa? - Lilia perguntou aflita.
— E você acha que eu sei? - respondi grosso e ela revirou os olhos.
Abri meu celular e pesquisei no google Deviltown e logo apareceu os resultados.
Uma cidade com pouco mais de 2000 habitantes e a 158 quilômetros daqui.
— Ok, mas o que ela vai fazer nessa cidade?! - Lilia perguntou olhando o celular.
— Não sei e isso me preocupa... - respondi e me sentei no sofá tentando pensar em algo.
— Vou tentar ligar para ela! - Lilia disse.
Logo o toque ecoou a sala e encontramos o celular de Millie caído perto do sofá.
— Merda! - ela resmungou.
Continuei olhando para o celular procurando mais informações daquela cidade.
"Internato Serene Mercy"
Millie está indo para um convento, isso já era previsível...
— Olha o que eu achei! - mostrei para a Lilia e ela suspirou.
— Puta merda... olha Finn, não sabemos se ela está lá mesmo, estamos só deduzindo isso, então não podemos fazer nada - ela falou.
— FODA-SE! Lilia me escuta, e se a Millie tiver lá?? Temos que fazer algo e-
— NÃO PODEMOS VIVER DO "E SE" FINN! EU TAMBÉM QUERIA AJUDAR ELA, MAS PORRA O PAI DELA QUE ESTÁ LEVANDO MILLIE PRA ESSE LUGAR, ELA É MENOR DE IDADE E NÃO PODEMOS LUTAR CONTRA ISSO! EU QUERO MUITO SABER O QUE ACONTECEU, MAS NÃO PODEMOS DEDUZIR QUALQUER MERDA! - ela gritou e eu me levantei.
— E VOCÊ ACHA QUE ELA FOI FAZER O QUE NESSA CIDADE? DAR UM ROLÊ DE CARRO? PORQUE MORAR NÃO FAZ SENTIDO, A CIDADE É DO TAMANHO DE UM MUQUIFO, TEM DUAS MIL PESSOAS MORANDO LÁ, PROVAVELMENTE TODOS SÃO VELHOS, É ÓBVIO QUE ELA FOI PARA ESSE INTERNATO! - berrei.
— AH SIM NÉ, PORQUE DEVEMOS CONFIAR NO QUE ESSE INFELIZ CAÍDO NO CHÃO NOS CONTOU?? - ela disse e eu suspirei tentando não perder a paciência.
•Millie•
Logo passamos por uma placa:Welcome to Deviltown
Um caminho com mata fechada ao redor tomou conta da paisagem.
Virando à esquerda chegamos em uma construção grande.
Parecia uma escola e rapidamente associei, era o tal do internato que meu pai disse que eu viria se "desrespeitasse" Jacob.
— Chegamos filha, bem vinda ao Internato Serene Mercy...
Não respondi, apenas encarei séria.
Descemos do carro e andamos até a entrada do local.
— Bom dia... - meu pai sorriu para a secretária.
— Senhor Brown... Finalmente trouxe sua filha! - ela disse.
— Millie decidiu ser uma mulher de respeito e veio aprender disciplina...
— Ótimo! Vou chamar a Senhora Costter e ela irá orientar vocês!
Logo uma mulher de cabelos brancos, baixa e com cara de brava apareceu com um sorriso falso no rosto.
— Bom dia! Prazer Anastasia Costter - ela falou estendendo a mão para meu pai que respondeu sorrindo, eu apenas a encarei.
— Pelo visto já começaremos aqui, quando alguém te fala bom dia, você responde senhorita! - ela me advertiu.
— Bom dia... - debochei.
Ela apresentou o local para mim e para o meu pai que parecia contente com tudo.
Logo depois ele se despediu de mim e fiquei a sós com a velha.
— Millie Bobby Brown, antes de tudo vou falar as regras que temos aqui... Os adolescentes só podem sair da escola com autorização dos pais. Devem estar de volta ao campus até as 18h, e aos quartos até as 22h. Todos são acordados pela manhã pelos monitores às 7h15. Os residenciais são separados entre meninos e meninas. Mesmo quem não é adventista precisa frequentar o culto todos os dias. O contato físico entre os jovens não é permitido, assim como o consumo de cigarro e álcool. As meninas não podem usar joias, pintar as unhas ou usar maquiagem muito carregada. O acesso à internet é proibido. Quem descumpre as regras recebe uma "notificação" e se caso tomar três você recebe... castigos.
Engoli seco.
— Começaremos te dando uma roupa descente, essa que você está usando não é apropriada para uma menina pura...
Revirei os olhos e ela me olhou firme.
— Sem reações ok? Não aceitamos qualquer tipo de desrespeito!
— Sem problemas Senhora Costter, eu tenho um quarto? Ou vou ter que dormir no chão porque revirei os olhos para você? - provoquei.
— Garota, você está brincando comigo?! Me respeita menina! Já para o seu quarto! - ela segurou meu braço firme, entregando a chave do meu quarto.
Virei de costa e fui atrás do meu dormitório.
Achei o mesmo e adentrei.
Havia uma cama, um guarda roupa, um banheiro pequeno e um crucifixo na parede.
Em cima da cama tinha todos os horários e a minha roupa.
Era uma saia comprida preta que passava do joelho, uma blusa de manga comprida branca e sapatilhas pretas.
Alguns papéis traziam informações sobre como se vestir, o comprimento do cabelo que as meninas deveriam ter, sem maquiagem ou esmalte, brincos e colares eram proibidos e não podia subir a saia, ela deveria permanecer a baixo do joelho.
Aparelhos eletrônicos são proibidos e os primeiros 6 meses você não pode voltar para casa por conta da adaptação.
E agora eu teria que frequentar o primeiro grupo de oração do dia.
Suspirei.
Eu estava numa prisão e eu precisava sair daqui o mais rápido possível.
Continua...
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Desculpa o capítulo curto...
Tadinha da Millie, mal sabe ela o que está por vir...
Amanhã eu volto!!
Beijos ❤️🔓
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Como tudo deu errado - Fillie
Teen Fiction1º Livro [completo] 2º Livro [completo] - disponível no perfil Se você tá pensando que esse é mais um clichê sobre adolescentes se apaixonando e fazendo merda na escola, você está enganado... Eu vim contar, como uma festinha de adolescentes fúteis...