●°○ Preciso Salva-lá ○°● - Min Yoongi

●●●Vigésimo Primeiro Capítulo●●●

●°○ Yoongi ○°●

  " Ah, cara. Por que eu fiz aquilo? Eu sabia que aquilo era só uma desculpa esfarrapada, se eu tivesse ficado talvez... eu poderia ter beijado ela. Né? "

   No começo, eu não conseguia parar de rir, devo admitir, ela é muito fofa. E ficou ainda mais quando as batidas na porta voltaram.

    Ela estava vermelha. Só então percebi que não era por causa das batidas, e sim pela nossa proximidade.

   Estamos bem perto, minha mão se encontrava sobre seus lábios. Confesso, também fiquei um pouco nervoso, então tirei minha mão. Mas ainda não sabia o que fazer.

    S/N respirou fundo e fechou os olhos, me permiti fechar os meus também. Foi ai que fui pego pela pior armadilha de todas, a ilusão.

    Inconscientemente imaginei nossos corpos colados um ao outro. Nossos lábios se tocando e se movimentando juntos, em perfeita síncrona. Imaginei o quão doces poderia ser seus lábios.

     Eu estava enlouquecendo dentro da minha própria cabeça ao imaginar o quão suave e macia seria sua pele. Quente ou fria?

     Em questão de segundos meus belos devaneios tomaram um rumo diferente, indo diretamente para um lado meu que a muito não despertava. O lado erótico.

   Imaginar sua pele na minha foi o fim. Eu não podia pensar nela daquela forma, somos amigos e ela confia em mim, não posso estragar tudo ou mesmo assusta-la.

     Abri os olhos tentando sair daquele maldito feitiço. Os olhos dela se mantinham fechados.

     Quanto tempo se passou? Segundos? Minutos? Tanto faz, aproveitei o máximo que pude antes de tomar caminhos diferentes.

    Ela parecia em órbita ou em outro universo. Observei cada detalhe de seu rosto, seus lábios, suas bochechas coradas, o desenho de seus olhos. Percebi que mesmo com os olhos fechados, eu sabia a cor de sua íris lindas e brilhantes.

    Um pequeno fio de cabelo estava sobre seu rosto. O soprei. Fazendo a mesma "acordar" .

     Ela parecia tão nervosa.  Era óbvio que estava sonhando também. Desde ai não me continha mais.

     Pensar que a mesma podia pensar em mim como eu pensava nela...

     Sem pensar fiz tudo que fiz, e sem pensar também, me afastei e sai pela janela.

    Mas ainda não estaria livre de mim. No bom e inocente sentido.

    O caminho pra casa foi rápido, mas quando pensava no que aconteceu parecia que cada segundo durava séculos. Como se o tempo estivesse parado.

    Entrei em casa, afrouxei a gravata e segui o caminho até o quarto. Geralmente, depois de reuniões chatas e cansativas eu me jogava na cama. Mas hoje não.

    Segui direto para o banho. Tirei a parte superior das minhas roupas e a joguei pelo quarto, corri até o banheiro e liguei o chuveiro.

    Sem mesmo me importar se ainda estava vestido, as horas ou se a água estava fria, entrei. Deixei a água fria cair sobre meus ombros e tirar aquele peso do cansaço.

     Coloquei a cabeça em baixo d'água pra tentar afastar aqueles pensamentos insistentes.

     Tirei o restante de minhas roupas e molhei todo o corpo, tentando me controlar e tirar aquele calor humano do meu corpo.

      Eu não podia ficar assim por causa de uma garota. Mas pensando bem, não era qualquer garota. Era a S/N.

     Ela era frágil, delicada, indefesa contra as maldades do mundo. Que por algum motivo, a perseguia como se fosse sua vítima preferida.

    Claro que não tinha uma vida fácil. Poderia dizer que não tenho uma mãe como a de S/N. Estava muito longe de ter recebido o carinho materno que um dia ela recebeu.

     Minha mãe está na América, dizia que quanto mais longe de mim melhor. Enquanto provavelmente curtia a vida sem lembrar que tinha um filho, deve ter um homem diferente a cada noite.

    Manipulando-os e arrancando seu dinheiro de algum modo. Como fez com meu pai, que sempre foi um bom homem e nunca mereceu algo do tipo.

    A mulher que me deu a vida, que eu deveria chamar de Mãe nunca agiu como tal. Muito pelo contrário, fez de minha vida um inferno.

     Me aprisionando em seu joguinho e me fazendo trabalhar. Graças sua mente impiedosa, me mantem em um jogo de ameaças. No qual nunca ganhei.

     S/N Tinha sorte, porém não sabia usar a favor próprio. Eu vou ajudá-la nisso. Por enquanto, preciso saber o que fazer com esse pequeno problema que eu mesmo causei por meus pensamentos impróprios.

     "S/N... S/N...vai acabar me enlouquecendo de vez"

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    " Era de manhã. Eu estava na escola, não que seja de costume mas cheguei atrasado. Eu corria e vestia meu blazer ao mesmo tempo. Eu precisava falar com ela.

     Entrei nos corredores da escola e a procurei, eu ainda não tinha parado de andar, até agora.

     De longe, vi uma garota de costas. Seus cabelos estavam soltos e brilhantes. A saia de seu uniforme esta um pouco mais acima do que devia estar. Ela usava saltos, e suas pernas ficavam incríveis com essa combinação.

    Chamei por seu nome e andei por mais alguns passos. Logo ela se virou.

     Eu via tudo em câmera lenta. O movimento que sua saia balançava, seus pés de virando, seus cabelos balançavam lindos e soltos como ondas do mar.

     Ela olhou diretamente em meus olhos, seu sorriso surgiu lindamente e de modo lento. Eu não aguentei.

   Fui até a mesma, sem me importar com os olhares a nossa volta, a prendi contra os armários e lhe dei o mais longo e ardente beijo de toda minha vida.