Sento-me sobre a cama e abraço minhas pernas, fico em silêncio imaginando como deve ter acabado a briga de ontem. Pensando no quanto fui covarde em fugir ao invés de tentar defender a mulher que deu-me a vida, ou até mesmo, ter corrido e pedido ajuda.Mas não fiz nada. Nada!
"Não fiz nada pois sou fraca, sou a inútil, sou a que sofre calada, sem ajuda e sem poder ajudar. "
" Sou a que deixou a propria mãe sofrer nas mãos de outro, a que não fez nada. E também, o que eu poderia fazer? "
O que eu faria? Pediria que parasse, ainda correndo risco de sofrer também. Causar mais sofrimento, mais angústia, mais dor e raiva. Eu só causaria mais um problema.
É como aquela sensação de que você é a fonte de todos os problemas, como se tudo o que você fizesse está errado, como quando você vê alguém que precisa de ajuda e não pode ajudar, mesmo querendo.
É como quando você se sente um lixo, quando você é IDIOTA e não consegue parar de chorar. Quando você odeia à si mesma, quando você detesta estar viva, pois poderia dar lugar a uma vida que tenha valor. Quando você não é absolutamente, NADA!
Eu realmente estava cansada de tanto chorar, cada lágrima que caía e deslizava tranquilamente em minha bocheca era mais uma decepção, pois era a unica coisa que eu fazia. E faz muito, muito tempo.
S/N-- A c-culpa é m-minha... m-minha.. só minha.. *quando me dei conta, já tinha repetido a mesma frase por pelo menos, 5 minutos seguidos*
S/N-- Você é b-burra, burra, burra... inútil ! Inútil ! Inútil !!....!
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Acordo novamente, mas ainda sentada sobre a cama. Minhas costas se encostaram na cabeceira da cama durante todo meu sono. Por isso sinto algumas dores e desconfortos.
Pego meu celular ao lado da cama para ver as horas.
" Que horas são agora? "
Todas as manhãs eu acordo as 05:43, tomo banho, tomo café e vou a escola. Ou é muita coincidência, ou ja estou muito acostumada, faltam 2 minutos para o alarme tocar.
Decepcionada por querer dormir mais um pouco, deito-me de olhos fechados e deixo o celular em qualquer lugar aleatório.
Eu não quero ir estudar, eu não quero levantar, eu só quero dormir, mais nada.
Bom, na verdade, não é questão de não querer, mas de não conseguir, não ter ânimo ou mesmo um motivo para me levantar de cabeça erguida e seguir em frente.
" Se eu pudesse ficar mais um pouquinho deitada, seria otim.. "
Abro os olhos assustada devido ao alto som da porcaria do despertador, que esqueci de cancelar o alarme e ainda ter evitado esse susto.
O som ainda tocava sem parar, mas... onde foi parar o celular?
Em meio a 2 cobertores e um lençol em uma cama de casal, meu celular se perdeu, e não posso desliga-lo.
Depois de um tempo, o achei e desliguei. Agora, não consigo mais dormir.
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Estou quase chegando na escola/Colégio. Ando com pressa pois hoje estou atrasada, o que é raro. E mais raro ainda, é eu ter saido de casa sem comer -- de novo -- e ainda não encontrar minha mãe ou o marido dela. Não faço ideia de onde eles estão.
Isso está muito estranho, por mais que minha mãe saía de casa cedo, ela sempre deixa o café da manhã pronto. Pra mim e para 'ele' . Mas hoje não. Está acontecendo alguma coisa, mas o quê??
Já na esquina, bem o lado esquerdo, olho para o lado direito e vejo minha Unnie, Yang Mi.
Por pior que esteja meu dia, apenas vê-la de longe me acalma, faz com que um sorriso apareça em meu rosto e me faz esquecer dos meus problemas.
Dou uma última checada ao meu redor antes de atravessar a rua, e corro até minha Unnie.
Antes de cumprimenta-la, a mesma envolve-me em um longo abraço. Um abraço carinhoso, aquele que só sua melhor amiga pode dar, o que trás calma e paz. Você deve saber.
Yang --- Você está louca?!! Sabe como me preocupei?! Não faça mais isso, nunca mais!!!
S/N --- Fazer o que? *tento me lembrar de algo que posso ter feito para a mais velha, mas não me recordo*
Yang --- Desmaiar assim!! Do nada!! *ela diz como se fosse óbvio*
S/N --- Ata! Isso não foi nada. Já pode me soltar, Unnie.
Yang --- Só solto quando eu quiser!
S/N --- Nós temos que estudar.
Yang --- Ok, mas da próxima você não escapa. *ela me solta de seu aperto mas mantem as mãos em meus ombros* Temos muito que conversar, viu mocinha?
S/N --- Sim, capitão! * brinquei e rimos juntas* Agora vamos.
Seguimos nosso caminho juntas, sorrindo apenas por ter uma a outra, e também, de mãos dadas como sempre fizemos desde crianças.
Em poucos minutos, chegamos e entramos juntas, cumprimentando alguns funcionários da escola.
Minha Unnie, como sempre foi popular, chamou muita atenção entre os alunos e foi cumprimentada por todos ao nosso redor. E apesar de todos saberem que somos melhores amigas, ainda me julgam em sua frente, a maioria finge que não existo. Acho que estou destinada a viver assim, invisível.
--- Olá. *uma garota diz*
Yang --- Oi *minha Unnie e eu respondemos em coro*
--- Bom ... * ela olha-me de cima a baixo* Yang Mi, eu preciso da sua ajuda. Temos uma pesquisa para fazer lembra? Podemos ir agora? Os professores estão em reunião e a primeira aula será suspensa, em todas as séries.
Yang --- Ok.
A garota que para mim é desconhecida, pega minha Unnie pelo braço e a leva até a sala de informática, para fazerem a tal pesquisa. Enquanto era puxada, Yangi Mi sussura algo como " Me desculpa por isso " . Óbvio que está perdoada.
" E agora? O que farei aqui, sozinha durante uma aula? "
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●°○ Preciso Salva-lá ○°● - Min Yoongi
Dla nastolatków{[ EM ANDAMENTO]} S/N, uma garota simples, excluída, antisocial, e infelizmente, depressiva. Todo dia a mesma e horrível rotina, mas que um dia muda, por conta de um amigo e sua coragem e surgirá aos poucos. Ele é a unica pessoa que poderá salva-la...