Não estava tão tarde, eu queria muito me largar aqui e dormir, mas não tenho nada nem meus pertences. Talvez seja melhor ir pra casa, arrumar algumas malas pequenas pra vir passar uns dias, e deixar a mudança pesada pra depois.
É, é o que vou fazer.
Peguei as chaves de casa e minha bolsa, tranquei tudo e procurei um ponto de ônibus mais próximo.
••••
Escova de dente, escova de cabelo, carregador. O que mais falta? Será que tem algo pra cozinhar em casa? É melhor pegar algumas coisas do armário.Fechei minha mala e levei comigo para a sala de estar, deixei encostada na parede para não ter que ficar voltando para pegá-la.
Abri os armários procurando algo fácil, e tudo o que fui achando coloquei dentro de uma sacola.
Nesse instante, ouvi sons de chave. Eu não tinha nenhuma chave perto de mim, o som vinha da porta. Peguei a sacola e fechei, guardei dentro da mala o mais rápido possível e fechei tudo. Peguei correndo e escondi embaixo da mesa, quando me levantei do chão, minha ação mais provável era correr, eu tentei. Então dei de cara com ele, meu padrasto.
Literalmente, esbarrei e dei de cara nos ombros dele, não sou baixa mas ele ainda é maior. Dei um passo largo para trás, também esbarrei numa cadeira mas felizmente não caiu.--- Fazia tanto tempo que não te via... -- bebeu um gole diretamente da garrafa. -- estava até feliz. Por que voltou a aparecer na minha frente? Por que não faz como aquela vagabunda? A que te deu a vida.
Era assustador, mas também inadimicivel ouvir aquilo. Embora eu pudesse agir, o cheiro de bebida que vinha dele entregava o quão bêbado estava. Então, não é certo agir agora.
Baixei a cabeça para voltar ao meu quarto e ficar um pouco trancada lá até que fosse seguro sair.
--- O quê é? Tá com medo? -- segurou meu braço. Pronunciando tudo muito baixo.
Puxou um pouco meu braço e me fez ficar a sua frente. Ele se abaixou um pouco, apoiou as mãos nos joelhos olhou para meus olhos, sem expressão. Mas em segundo ficou raivoso.
Jogou a garrafa no chão, rindo do susto que tomei.
--- Tá com medo, né? Ratinha... -- Se ergueu novamente, me empurrando com as duas mãos em meus ombros. Me fazendo das passos. -- Fala ratinha, tá com medo.
--- Para... -- sussurrei baixo, estava tentando me manter calma pra que ele não fizesse nada.
--- Nossa... Ahh -- fez um som de surpreso, andando pra frente me fazendo andar ainda mais para trás -- A ratinha falou. Nossa, que surpresa. Sabe de uma coisa ratinha?
--- O quê?! -- falei alto, tentando o afastar mas não deu certo.
Ele riu um pouco, parecia divertido pra ele. Então, não tinha mais para onde andar, já havia chegado no balcão, não tinha mais espaço pra andar.
Ele se abaixou e apoiou as mãos no balcão, me prendendo entre seus braços. Baixou a cabeça de sussurou ao meu ouvido.
--- Diferente de você, eu não tenho medo. Muito pelo contrário, é uma vantagem que vocês ratos não tem! --- vi uma pequena oportunidade de correr, felizmente, deu certo.
Consegui me esquivar e sair de perto dele, a primeira coisa que vi foi a garrafa que ele jogou, então a peguei.
--- É assim? Vem cá, vamos ver quem cai primeiro.
Ele veio pra cima de mim, rápido, veloz e com força. Consegui ver ao longe sua palma fechada com tanta força que fazia as veias de seu braço saltarem.
Antes de fechar os olhos, consegue ver ele erguer a mão, então fechei os olhos vendo que não podia o parar.
Doeu, me senti automáticamente tonta, mas não o suficiente pra tirar minha raiva. Por impulso, com muita força joguei a garrafa contra sua cabeça. Acertei próximo ao seu olho.
O que tinha da garrafa estourou e de despedaçou. Uma linha de sangue escorreu por seu rosto, e desceu com pressa pelo seu maxilar. Um segundo depois, ele caiu.
Simplesmente fechou os olhos que ficou no chão.
Peguei minha mala o mais rápido que consegui, estava tudo nela. Então corri para a porta, ou como gosto de pensar, pra liberdade.
••••
Foi tudo muito rápido e assustador. Meu coração disparava achando que pudesse ter acontecido algo com ele, não de ruim. Mas o suficiente pra que fizesse ele vir atrás de mim.Ele não vai me achar pois nunca mais irei voltar.
Já em casa, peguei um pouco de água e sabão líquido pra lavar o rosto, tinha um pequeno machucado, doía bastante mas dava pra aguentar.
Troquei de roupa e deitei. Soltei os cabelos e arrumei pra não dar tanto trabalho amanhã, até porquê tem aula.
Talvez não tenha mais motivos pra me esconder do Yoongi.
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●°○ Preciso Salva-lá ○°● - Min Yoongi
Novela Juvenil{[ EM ANDAMENTO]} S/N, uma garota simples, excluída, antisocial, e infelizmente, depressiva. Todo dia a mesma e horrível rotina, mas que um dia muda, por conta de um amigo e sua coragem e surgirá aos poucos. Ele é a unica pessoa que poderá salva-la...