Capítulo 3

183 21 16
                                    

Alicia na imagem acima.

•••

Estou em dúvida se devo voltar para o céu ou permanecer em Sin City.

Uma mensagem no meu celular me tira dos pensamentos.

Victoria: Venha passar o dia conosco.

Não tenho nada melhor para fazer, então me arrumo e vou até a casa deles.

Bato na porta e sou recebido por Levi.

- E aí Raziel. - Me cumprimenta sério. - Os outros querem te ver. - Abre espaço para que eu possa entrar.

Quando entro, todos estão esperando na sala.

- Alicia nos contou sobre o Belial. - Sofia é a primeira a se manifestar.

- Você está bem? - Victoria se levanta e vem examinar meu rosto que ainda está um pouco roxo.

- Não foi nada. - Me desvencilho.

- O que ele queria? - Alec cruza os braços esperando minha resposta.

- Assuntos meus. - Evito dizer o que ele realmente queria. - É melhor vocês não se envolverem.

- É claro que iremos nos envolver. - Victoria fica zangada.

- Mãe, eu vou sair com o Raziel. - Alicia me tira dali segurando meu braço.

- Obrigado. - Respiro fundo aliviado por escapar de mais perguntas e uma possível discussão.

- Vamos para o parque, talvez quando voltarmos eles já tenham esquecido desse assunto. - Caminha e eu a acompanho.

Chegamos no parque e nos sentamos, assim ficando em silêncio por um tempo.

- O que foi aquilo ontem? - Cria coragem para falar.

Eu não sei o motivo, porém sinto que posso confiar nela.

- Me querem de volta no céu. - Suspiro.

- E por que enviaram um anjo caído para isso? - Parece confusa.

- Digamos que meu pai pode passar dos limites as vezes. - Explico. - E ele escolheu Belial porque já tivemos problemas antes.

- O "Todo Poderoso" passa dos limites? - Ri. - É meio difícil acreditar nisso.

- Acredite, eu sei. - Sorrio amigavelmente.

- Você não quer voltar para o céu, quer? - Ela pergunta mesmo já sabendo a resposta

- É claro que não. - Nego imediatamente. - Eu gosto daqui.

No céu, mesmo rodeado pelos meus irmãos eu me sentia sozinho. Eu sempre gostei de ser um anjo e ajudar as pessoas, mas sinto que finalmente encontrei meu lugar. Infelizmente alguns não compreendem ou simplesmente não se importam e querem que eu volte.

- Sabe... eu te entendo bem. - Diz me fazendo olhá-la mais atentamente. - Meu lugar é o inferno, porém eu nunca me senti em casa lá. - Encara o chão pensativa. - Querem fazer de mim uma rainha e tudo o que quero é liberdade.

- Pais... - Reviro os olhos brincando e nós rimos.

 - Reviro os olhos brincando e nós rimos

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Ficamos no parque mais um pouco e depois voltamos

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Ficamos no parque mais um pouco e depois voltamos.

Observando Alicia durante esses três dias notei que ela não é ruim. Isso a diferencia bastante da mãe, seja no físico ou no interior. Ela só é incompreendida e se sente sozinha as vezes, eu até enxergo um pouco dela em mim, não somos tão diferentes apesar das nossas origens.

Andamos conversando animadamente até a casa do Alec, só então eu vejo Victoria e Levi na varanda abraçados com um casal feliz. Na mesma hora eu sinto meu coração se despedaçar novamente e fico travado num lugar mais afastado.

- Minha mãe contou sobre vocês. - Diz parando também. - Ainda dói não é? - Alicia coloca a mão no meu ombro mostrando compreensão.

- Não tanto quanto antes. - Tento me recuperar.

- Se quiser eu posso interromper. - Começa a andar até eles.

- Não. - Seguro seu pulso. - Eu tenho que aceitar a realidade.

Seja forte Raziel, não pode esperá-la pela eternidade sabendo que seu coração já é de outro.

Respirando fundo passo por eles como se não me importasse e me sento no sofá da sala.

- E aí cara. - Alec aparece e me entrega um copo com bebida. - Minha sobrinha tem sido uma boa companhia? - Senta-se ao meu lado.

- Nós nos entendemos bem. - Tomo um gole. - É uma boa garota. - Falo sabendo que Alicia está escutando de algum cômodo da casa.

- Acho que estou ficando velho. - Brinca. - Já se passaram 23 anos.

- É claro que está. - Rio. - Você tem mais de 400 anos amigo. - Dou um tapinha de consolação no seu ombro. - Mas a verdade é que todos estamos. - O olho e ele concorda.

Ainda não tinha me dado conta sobre quanto tempo passou. Estou aqui desde o início dos tempos e vi tanta coisa acontecer e mudar. Por anos segui sem amigos cuidando das pessoas ao meu redor. Agora eu, além de amigos tenho uma família de verdade. Não como o pai e os meus irmãos, mas pessoas que realmente se importam e valorizam, serei eternamente grato por ter conhecido essas pessoas tão especiais.

Anjo Raziel Onde histórias criam vida. Descubra agora