Capítulo 6

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Todos os dias depois que acordo tenho me olhado nesse maldito espelho que agora está quebrado e todos os dias vejo que meu bem mais precioso não está ali.

- Eu nunca vi ninguém remoer tanto algo quando vejo você. - Ouço alguém dizer com certa ironia.

Quando me viro, encontro Victoria sentada em minha cama.

- O que faz aqui? - Pergunto desconfiado.

- Eu preciso de um motivo para vir te ver? - Brinca.

- Na verdade precisa sim. - Mantenho certa distância. - Levi não vai gostar se souber disso.

- Desde quando você liga pra isso? - Chega perto tentando me beijar.

- Victoria, você tem uma filha e tem um marido. - Me desvencilho. - Eu não ligava porque antes era diferente, nós nos amávamos, mas você fez uma escolha e agora veio aqui só para ter diversão. - Suspiro sentindo a dor nas minhas palavras. - Não é certo.

Ela me encurrala contra a parede.

- Acorda. - Sussura.

- O que? - Fico confuso.

- ACORDA! - Seus olhos ficam vermelhos enquanto grita.

- Raziel? - Ouço a voz doce que eu conheço bem.

Abro os olhos vagarosamente e encontro Alicia na minha frente.

Linda...

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- Onde eu estou? - Observo ao meu redor e desconheço o lugar

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- Onde eu estou? - Observo ao meu redor e desconheço o lugar.

- Na biblioteca da faculdade. - Diz preocupada. - Você está mesmo bem? Está dormindo aqui e parece que estava tendo pesadelos.

- Estou. - Sorrio. - Obrigado pela preocupação. - Me levanto.

- Acho melhor você ir para a sua casa descansar, as meninas daqui estão te secando faz um tempo. - Aponta para uma mesa cheia de garotas.

Todas quase babando enquanto me olham, no entanto é melhor ignorar.

- Já vou indo. - Aceno saindo.

O que significa isso? Como vim parar aqui? Eu não deveria ter sonhos, anjos não sonham e muito menos tem pesadelos.

Voltando para casa encontro Miguel parado na minha porta.

- Você está horrível, parece exausto. - Fala para provocar. - Pesadelos? - Se segura para não rir. - Mesmo depois de ser rejeitado pela vampira você não consegue seguir em frente, esse é seu ponto fraco.

- Não tente me tirar do sério irmão. - Respiro fundo mantendo a calma. - Isso é obra sua não é?

- Bom... me pediram para fazer qualquer coisa até te convencer de voltar, então sim. - Da de ombros obviamente satisfeito. - Sempre foi o queridinho do papai e agora olha pra você... não tem mais nada. - Continua insultando. - É só uma pessoa vazia que vive se perguntando porque não consegue ser feliz.

Suas últimas palavras realmente me afetam, então eu revido o pegando pelo pescoço e o colocando contra a parede.

- Pelo menos eu tenho amigos, coisa que você nunca nem ouviu falar! - Levanto a voz.

Ele ri e agarra minha mão tirando-a com facilidade do seu pescoço.

- Era o mais forte entre nós todos, agora além de suas asas está perdendo também sua força. - Lança um olhar de desprezo. - Seu tempo de decidir está acabando irmão. - Voa para ir embora.

Odeio dizer isso, porém Miguel está certo... aos poucos tudo o que fazia de mim um anjo está desaparecendo. Estou com medo de não ter mais muito tempo sendo um imortal.

- POR QUE INSISTE EM QUERER ME LEVAR DE VOLTA?! - Grito para a imensidão azul acima de mim. - EU ESTAVA BEM AQUI ANTES DE VOCÊ ATRAPALHAR! - Explodo em raiva.

Sem saber o que fazer envio uma mensagem para Alicia.

Raziel: Pode vir aqui em casa?

A resposta chega rapidamente.

Alicia: Estou saindo da faculdade, daqui a pouco chego aí.

Depois de uma meia hora ouço passos pela casa, logo vejo a garota aparecer em meu quarto me vendo andar de um lado para o outro desorientado.

- O que aconteceu? - Se aproxima vagarosamente.

- Acho que eu preciso de companhia. - Digo encarando o chão. - Não sei mais o que fazer.

- Tudo vai melhorar. - Me abraça sem hesitar. - Não sei exatamente o que está acontecendo mas quero te ajudar.

- Não pode. - Afasto um pouco para ver seu rosto sem soltá-la completamente. - Eu teria de voltar para o céu.

- Acharemos um jeito. - Sorri compreensiva.

 - Sorri compreensiva

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- Você é tão linda. - As palavras saem da minha boca em um sussurro.

- Eu te lembro alguém não é? - Abaixa a cabeça sem graça.

- Não. - Seguro seu queixo. - Você é diferente de tudo o que eu já vi. - Faço ela ficar corada. - Eu me sinto bem ao seu lado, você me faz esquecer os problemas e me acalma.

Ok, acho que acabei de me declarar.
Isso é estranho vindo de mim.

Aproximo nossos rostos devagar esperando poder beijá-la mas Alicia vira o rosto.

- Eu gosto de ti, porém você ainda está apaixonado pela minha mãe. - Se distancia. - E como sei que isso não vai mudar acabei encontrando outra pessoa.

- Entendo. - Finjo não estar chateado. - Obrigado por ter vindo.

- Se precisar pode me chamar. - Acaricia meu rosto.

A levo até a porta, nos despedimos e a garota sai.

Acho que dessa vez não foi obra do meu pai. Ficar sozinho, esse é mesmo meu destino.

Anjo Raziel Onde histórias criam vida. Descubra agora