Inconsciente, do latim inconscius (às vezes chamado também subconsciente) é um termo psicológico com dois significados distintos. Em um sentido amplo, mais genérico, é o conjunto dos processos mentais que se desenvolvem sem intervenção da consciência. O segundo significado, mais específico, provém da teoria psicanalítica e designa uma forma específica de como o inconsciente (em sentido amplo) funciona. Enquanto a maior parte dos pesquisadores empíricos está de acordo em admitir a existência de processos mentais inconscientes (ou seja, do inconsciente em sentido amplo), o modelo psicanalítico tem sido alvo de muitas críticas, sobretudo de pesquisadores da psicologia cognitiva. Para evitar a confusão entre os significados, alguns autores preferem utilizar o adjetivo "não-consciente" no primeiro significado, reservando o adjetivo "inconsciente" para o significado psicanalítico. Segundo Carl Gustav Jung (1875-1961), psiquiatra suíço, há uma distinção crucial entre características conscientes e inconscientes da psique: consciência é o que conhecemos e inconsciência é tudo aquilo que ignoramos. "O inconsciente não se identifica simplesmente com o desconhecido; é antes o psíquico desconhecido, ou seja, tudo aquilo que presumivelmente não se distinguiria dos conteúdos psíquicos conhecidos, quando chegasse à consciência." Para Jung ainda, o ego forma o centro crítico da consciência e, de fato, determina em grande medida que conteúdos permanecem no domínio da consciência e quais se retiram, pouco a pouco, para o inconsciente. O inconsciente inclui todos os conteúdos psíquicos que se encontram fora da consciência, por qualquer razão ou qualquer duração.
Carl Jung atribuiu a Carus, médico e pintor do século XIX, a indicação do inconsciente como a base essencial da psique.
Embora vários filósofos, entre eles Leibniz, Kant e Schelling, já tivessem apontado muito claramente o problema do lado sombrio da psique, foi um médico que se sentiu impelido, de sua experiência científica e médica, a apontar para o inconsciente como a base essencial da psique. Este foi Carl Gustav Carus, a autoridade que Karl Robert Eduard von Hartmann seguiu.
Modelos do inconsciente
O inconsciente define um complexo psíquico(conjunto de fatos e processos psíquicos) de natureza praticamente insondável, misteriosa, obscura, de onde brotariam as paixões, o medo, a criatividade e a própria vida e morte.
Nos livros "Psicopatologia da vida cotidiana" e "A Interpretação dos sonhos", Sigmund Freud mostra que há um significado nos esquecimentos e outros atos falhos e nos sonhos, que não está em geral aparente de imediato. O fato de haver esse significado, mas ao mesmo tempo que ele não seja transparente ao indivíduo, sugere que o que consideramos nossa mente é como uma ponta de um iceberg. A parte submersa seria então o inconsciente.
O conceito de inconsciente de Carl Gustav Jung se contrapõe ao conceito de subconsciente ou pré-consciente de Freud. O pré-consciente seria o conjunto de processos psíquicos latentes, prontos a emergirem para se tornarem objetos da consciência. Assim, o subconsciente poderia ser explicado pelos conteúdos que fossem aptos a se tornarem conscientes (determinismo psíquico). Já o inconsciente seria uma esfera ainda mais profunda e insondável. Haveria níveis no inconsciente mesmo inatingíveis.
O inconsciente não se confunde com o id. Este é em pequena parte consciente, enquanto o ego e o superego possuem porções inconscientes.
Jung separou o inconsciente pessoal do inconsciente coletivo. À camada mais profunda da psique humana deu o nome de inconsciente coletivo e concebeu o seu conteúdo como uma combinação de padrões e forças universalmente predominantes, chamadas "arquétipos" e "instintos". Em sua concepção, nada existe de individual ou único nos seres humanos nesse nível. Todos temos os mesmos arquétipos e instintos. O inconsciente é povoado por complexos. Foi esse o território que Jung explorou inicialmente em sua carreira como psiquiatra. Depois deu-lhe o nome de inconsciente pessoal. Todas as experiências comuns às mãos de pessoas que se encontram similarmente investidas de autoridade criam padrões psicológicos de base social, através de uma espécie de sutil programação do inconsciente pessoal. Os complexos materno e paterno continuam a dominar a cena no inconsciente pessoal. São os gigantes. Hoje, não existe consenso sobre se realmente existe um inconsciente coletivo, igual ou distribuído igualmente entre todas as culturas e povos. Mas os estudos de mitologia/religião comparada, de todos os povos e de todas as épocas da humanidade, dão fortes indícios e força a esse modelo. Cabe aqui citar um grande nome nessa área, Joseph Campbell, autor do livro The Power of Myth (O Poder do Mito). Seus estudos reforçam o modelo de inconsciente coletivo de Jung.
Bibliografias
AUGUSTO, Luís M. Freud, Jung, Lacan: Sobre o Inconsciente. Porto: U.Porto Editorial, 2013. ISBN 978-989-746-029-6
In: SIGMUND, Freud. O caso Shereber, artigos sobre técnica e outros trabalhos. Edição Standard Brasileira. Vol. XII. Rio de janeiro: Imago.
JUNG, Carl Gustav. "Memórias, Sonhos e Reflexões", autobiografia de Jung, Editora Nova Fronteira S.A.
MARTINS, Roberto de Andrade. Universo: teorias sobre sua origem e evolução. São Paulo : Moderna.
STEIN, Murray. Jung, O Mapa da Alma, uma introdução, São Paulo, Editora Cultrix.
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Estudos da Mente
No FicciónQuerido leitor, esse livro ira citar doenças mentais e variadas doenças, é bom para quem gosta do tema "medicina" ou "psicologia ". Tenho certeza que você conhece algumas doenças mais famosas como por exemplo bipolaridade, depressão, ansiedade e var...