44-Quarto chinês

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argumento do quarto chinês, avançado por John Searle em 1980 , pretende mostrar que a implementação de um programa de computador não é por si só suficiente para a instanciação, por parte dos computadores, de estados mentais genuínos. Searle ataca assim uma tese central no projecto de investigação que denomina de Inteligência Artificial forte: um computador adequadamente programado tem estados cognitivos genuínos. Para refutar esta tese, Searle elabora uma experiência mental com o objectivo de mostrar um computador adequadamente programado a executar o seu programa e no entanto não há qualquer cognição relevante.

Este artigo faz parte de uma série sobre Filosofia de John Searle

Filosofia da Linguagem

Filosofia da Mente

Filosofia da Percepção

Filosofia da Sociedade

Quarto chinês

Searle propõe que a pesquisa em Inteligencia Artificial avançou de forma que exista um programa que se comporta como se entendesse chinês e que o faça tão bem como qualquer falante nativo de chinês e portanto indistinguível destes nesta habilidade (Que passasse então o Teste de Turing para falar chinês). Searle se imagina fechado num quarto, onde há caixas com símbolos chineses, um livro em português, onde está escrito o programa de computador para falar chinês, e uma entrada no quarto, para os inputs e outputs. Ele, fechado no quarto, esta a executar o programa de computador; de vez em quando são introduzidos no quarto uma série de símbolos, as perguntas feitas pelos falantes de chinês fora do quarto. Ao recebê-las consulta o livro, o programa, e pegando em outros tantos símbolos, fazendo as respostas chegarem fora do quarto. Para as pessoas fora do quarto, como ele esta a implementar o programa que fala chinês, é de facto indistinguíveis de um falante nativo, mas dentro do quarto, mesmo depois de correr o programa, continua sem entender uma palavra. Mas, pergunta-se Searle, se ele dentro do quarto não tem qualquer compreensão de chinês, como pode um computador a implementar o mesmo programa compreender chinês?

Objeções

Resposta dos Sistemas

A alegação do argumento de sistemas é que, embora o homem no quarto não entende chinês, ele não é o todo do sistema, ele é simplesmente uma parte de todo o sistema, como um único neurônio em um cérebro humano (este exemplo de um único neurônio foi usado por Herbert Simon). A AI forte não alega que a CPU, por si só seria capaz de entender. É todo o sistema que entende. Mas a resposta não funciona porque, todo o sistema (toda a sala em que o homem se encontra), não tem como sair da sintaxe do programa implementado para a semântica real (ou conteúdo ou significado intencional) dos símbolos chineses . O homem no quarto não tem nenhuma maneira de compreender os significados dos símbolos chineses das operações do sistema, mas também nem o sistema completo pode fazer. O princípio de que a sintaxe não é suficiente para a semântica é válido tanto para o homem e para todo o sistema.

Resposta da Mente Virtual

Minsky, Sloman e Croucher (1980) sugeriram a resposta da Mente Virtual quando o argumento de quarto chinês apareceu pela primeira vez. De acordo com a 'RMV' o erro no argumento do Quarto Chinês é fazer com que a alegação da AI forte seja "o computador entende chinês" ou "o sistema entende chinês". O ponto chave em questão para a AI deve ser simplesmente se "o computador que executa o programa, cria compreensão do chinês". Perlis (1992), Chalmers (1996) e Ned Block (2002) têm versões de uma resposta de Mente Virtual aparentemente endossando esse argumento. Searle responde a essa objeção ressaltando o fato de que ele poderia, ao invés de ficar dentro da sala, memorizar o livro de regras e todos os símbolos, no entanto, mesmo tendo todos estes dados dentro de sua cabeça, ele ainda não seria capaz de criar em si mesmo a compreensão de língua chinesa.

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