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Luto

luto (do latim luctu) é um conjunto de reações a uma perda significativa, geralmente pela morte de outro ser. Segundo John Bowlby, quanto maior o apego ao objeto perdido (que pode ser uma pessoa, animal, fase da vida, status social etc.), maior o sofrimento do luto. O luto tem diferentes formas de expressão em culturas distintas.

O uso de determinadas cores, por exemplo, pode indicar que um indivíduo ou grupo está em luto. Um povo ou país, quando ocorre a morte de uma personalidade importante, pode entrar em luto também, sendo comum decretações de luto oficial em diversos países. Na maior parte da cultura ocidental, quando um amigo ou familiar de uma pessoa morre, é comum essa pessoa usar roupas pretas para mostrar seus sentimentos de e respeito pela pessoa. O luto pode ser expresso sob a forma de diversas cores, que variam de país para país. As mais usuais são o preto e o branco, mas há exceções.

Na África do Sul, por exemplo, é habitual envergar-se o vermelho para se mostrar que se chora a morte de alguém. Já no Egito, é o amarelo. Na Índia, pode ser o castanho ou o branco. Na Tailândia, é o roxo. No Irã, é o azul. Ou seja: a cor do luto é um ato cultural muito diversificado. A regra, no entanto, divide-se entre o branco, mais usual nas civilizações orientais, como China e Japão, e o preto, nos países cristãos.

A origem do costume ocidental de vestir de negro por ocasião de uma morte é ancestral: já os antigos egípcios usavam esta cor com esse significado. Dos egípcios, a tradição passou para os romanos, que vestiam uma toga preta, sem ornamentos, nessas circunstâncias. A tradição espalhou-se pelos quatro cantos do Império Romano e foi adotada pela Igreja Católica. No entanto, o branco e o roxo também são identificados com o luto na nossa civilização.

Era costume os Reis de França colocarem véus brancos no período de luto. A tradição de se usar o preto deve-se ao fato de esta cor evocar a ausência, pois lembra a noite, a ausência de luz. Nas culturas em que é o branco a representar a morte, tal deve-se ao fato de evocar o silêncio, a leveza, a paz.

As sociedades utilizam diferentes cores para simbolizar a morte: no ocidente, é a cor preta que, tradicionalmente, indica o luto. Em muitos países do oriente, é o branco que representa a felicidade e a prosperidade no outro mundo. Os ciganos costumam vestir vermelho (cor que, para eles, simboliza a vida e a energia). Para os muçulmanos, as almas dos justos assumem a forma de aves brancas. Durante séculos, o branco foi a cor do luto na Inglaterra.

A característica inicial do processo de luto acontece pelas relembranças da perda, aliadas ao sentimento de tristeza e choro. Este é um processo que evolui, onde as relembranças são intercaladas com cenas agradáveis e desagradáveis, sem, necessariamente, serem acompanhadas de tristeza e choro. Além destes sentimentos, é comum o estado de choque, a , a hostilidade, a solidão, a , a ansiedade e a fadiga. Sensações físicas como "vazio no estômago" e "aperto no peito" podem ocorrer.

A duração deste processo é inconstante e seguido de uma notável falta de interesse pelo mundo exterior. Com o passar do tempo, o choro e a tristeza vão diminuindo e é esperado que a pessoa vá se reorganizando, porém é um processo a longo prazo e os episódios de recaída são comuns. Caso alguém não consiga lidar de uma forma socialmente adequada com a perda por mais de 6 meses, continue em intenso sofrimento e/ou não consiga se reorganizar, é considerado um luto patológico e é recomendado que se faça psicoterapia.

Existem escalas para medir a gravidade do luto que avaliam fatores emocionais, cognitivos, físicos, sociais, espirituais e religiosos. Um exemplo é a escala proposta por David Fireman.

O luto pode provocar uma crise na família, pois exige a tarefa de renúncia, de excluir e incluir novos papéis na cena familiar. Percebe-se, então, que existe, aí, uma complexidade, pois esta crise pode estagnar o desenvolvimento da família.

Entre alguns psicólogos, é comum se referir às pessoas em processo de luto pela perda de um ente querido como "sobreviventes", como forma de reforçar positivamente a luta pela sobrevivência diante de desafios difíceis.

Como forma de encarar melhor a morte, o psicólogo pode ressaltar o caráter de "fim de sofrimento" da morte ou mesmo estimular moderadamente crenças religiosas/espirituais positivas, independente da religião do indivíduo. Outra possibilidade é associar a morte com um descanso, tranquilidade, paz, retorno para a natureza e parte natural do .

Mesmo bebês em fase antes de aprender a falar já demonstram o processo de luto, observável em desenhos e jogos. Entretanto, é somente a partir do período das operações formais que a criança pode compreender a morte enquanto fenômeno irreversível, universal e inevitável.

Entre os fatores que influenciam o luto dos adolescentes e crianças, destacam-se: o apego e dependência com relação à pessoa perdida; a percepção que possuem da morte; o quanto tempo tiveram para se preparar para essa situação (luto antecipatório); e a forma de restruturação familiar no caso de perda de um membro da família. Caso o luto não seja enfrentado adequadamente é comum resultar em depressão nervosa ou transtorno de estresse pós-traumático.

Para a psicologia, a própria passagem para a adolescência também consiste em um processo de luto da infância. Um luto dessa fase, mal resolvido, envolve um período mais prolongado de dependência dos cuidadores e, posteriormente, dos parceiros amorosos. Na psicanálise, refere-se o retorno à infância como "regressão".

Homenagem póstuma

Modelo de Kübler-Ross

Doença terminal

Source - Wikipedia

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