115-Transtorno somatoforme

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Transtorno somatoforme

Transtorno somatoforme é a classificação médica para doenças que persistem apesar dos transtornos físicos presentes não explicarem nem a natureza e extensão dos sintomas, nem o sofrimento e as preocupações do sujeito. Está associado à busca persistente de assistência médica e de familiares e amigos.

Os transtornos somatoformes podem ser divididos em:

Transtorno de somatização ou Síndrome de Briquet

Transtorno caracterizado essencialmente pela presença de sintomas físicos, múltiplos, recorrentes e variáveis no tempo, persistindo ao menos por dois anos. A maioria dos pacientes teve uma longa e complicada história de contato tanto com a assistência médica primária quanto especializada durante as quais muitas investigações negativas ou cirurgias exploratórias sem resultado podem ter sido realizadas. Os sintomas podem estar referidos a qualquer parte ou sistema do corpo. O curso da doença é crônico e flutuante, e freqüentemente se associa a uma alteração do comportamento social, interpessoal e familiar.

Transtorno hipocondríaco

Preocupação persistente com a presença eventual de um ou de vários transtornos somáticos graves e progressivos. Os pacientes manifestam queixas somáticas persistentes ou uma preocupação duradoura com a sua aparência física. Sensações e sinais físicos normais ou triviais são freqüentemente interpretados pelo sujeito como anormais ou perturbadores. A atenção do sujeito se concentra em geral em um ou dois órgãos ou sistemas. Existem freqüentemente depressão e ansiedade importantes, e que podem justificar um diagnóstico suplementar.

O paciente atribui seus sintomas a um transtorno somático de um sistema ou de órgão inervado e controlado, em grande parte ou inteiramente, pelo sistema neurovegetativo: sistema cardiovascular, gastrointestinal, respiratório e urogenital. Os sintomas são habitualmente de dois tipos, sendo que nenhum dos dois indica transtorno somático do órgão ou do sistema referido. O primeiro tipo consiste de queixas a respeito de um hiperfuncionamento neurovegetativo, por exemplo palpitações, transpiração, ondas de calor ou de frio, tremores, assim como por expressão de medo e perturbação com a possibilidade de uma doença física. O segundo tipo consiste de queixas subjetivas inespecíficas e variáveis, por exemplo dores e sofrimentos, e sensações de queimação, peso, aperto e inchaço ou distensão, atribuídos pelo paciente a um órgão ou sistema específico.

Queixa predominante é uma dor persistente, intensa e angustiante, dor esta não explicável inteiramente por um processo fisiológico ou um transtorno físico, e ocorrendo num contexto de conflitos emocionais e de problemas psicossociais suficientemente importantes para permitir a conclusão de que os mesmos sejam a causa essencial do transtorno. O resultado é em geral uma maior atenção em suporte e assistência quer pessoal, quer médica. Uma dor considerada como psicogênica mas ocorrendo no curso de um transtorno depressivo ou de uma esquizofrenia não deve ser aqui classificada.

Transtorno dismórfico corporal

Preocupação com um defeito imaginado na aparência. Se alguma anomalia física está presente, a preocupação da pessoa é claramente excessiva. Essa preocupação causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo funcional (por exemplo causando dificuldade na socialização ou problemas de saúde).

Múltiplas queixas de sintomas físicos (com causas psicológicas), que variam com o tempo e são persistentes, mas que não correspondem ao quadro clínico completo e típico de nenhum outro transtorno somatoforme.

Existem múltiplas causas a serem identificadas pelo psicólogo:

Mecanismo de defesa subconsciente contra fonte de estresse;

Intensificação dos sintomas por causas psicológicas;

Pensamento catastrófico relacionado aos sintomas físicos (de forma similar ao transtorno do pânico;

Benefícios recebidos graças a doença (como faltar a escola/trabalho, receber atenção e apoio de amigos, familiares e profissionais de saúde e evitar lidar com outros problemas).

O diagnóstico é feito por exclusão, ou seja, apenas quando todas as causas orgânicas prováveis são descartadas pode-se tentar o diagnóstico de um transtorno somatoforme. Os critérios segundo o DSM-IV são:

História de muitas queixas físicas com início antes dos 30 anos, ocorrendo ao longo de vários anos, e resultando em busca de tratamento constante ou prejuízo significativo.

Sintomas individuais ocorrendo em qualquer momento:

Quatro sintomas de dor (relacionadas a locais ou funções diferentes);

Dois sintomas gastrointestinais (além de dor);

Um sintoma sexual (além de dor);

Um sintoma "pseudoneurológico" (além de dor).

Após investigação apropriada, cada um dos sintomas não pode ser completamente explicada por uma conhecida condição médica geral nem como efeitos diretos de uma substância OU;

Quando há uma condição médica relacionada, as queixas físicas e prejuízos resultante são excessivos baseando-se no que seria esperado a partir da história, exame físico ou achados laboratoriais.

Os sintomas não são intencionalmente produzidos ou simulados (caso sejam pode se tratar de transtorno factício ou simulação).

Método diagnóstico alternativo

Como a maior parte dos transtornos somatoformes estão classificados como indiferenciados, uma alternativa para fazer esse diagnóstico resumindo a um único critério: "4 sintomas para homens ou 6 sintomas para mulheres, por mais de 2 anos, variando em intensidade nesse tempo, sem causa orgânica identificável apesar de persistente investigação por múltiplos profissionais". .

Costuma estar associado ao:

Transtorno do pânico;

Depressão maior;

Transtorno bipolar;

Transtorno de personalidade histriônica;

Transtorno de personalidade limítrofe;

Transtorno dissociativo;

É importante compreender que os sintomas são reais e dolorosos. Assim como é comum que uma pessoa recebe péssimas notícias sinta falta de ar, dor de cabeça, tontura e náusea, não são necessários causas orgânicas para sofrer enorme mal estar. Quanto maior o impacto psicológico, mais grave são os sintomas. Porém, ao mesmo tempo que não se deve tratar com indiferença e desprezo, também não se deve submeter aos exageros do paciente, nem às tentativas de manipulação para evitar responsabilidades.

Esses transtornos são muito incômodos e desgastantes para os profissionais de saúde e podem causar grande prejuízo financeiro e desgaste emocional para a família do indivíduo. Para tratar transtornos somatoformes é recomendado que o paciente faça psicoterapia para encontrar e tratar a raiz de seus sintomas.

Source - Wikipedia

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