Sabedoria, sapiência ou sagacidade (do latim sapere — que tem sabor) é a condição de quem tem conhecimento, erudição. O equivalente em grego "sofia" (Σοφία) é o termo que equivale ao saber (presente na formação de palavras como teosofia, significando ainda habilidade manual, ciência e sabedoria);
A Sabedoria defendendo a Juventude contra o Amor por Meynier, c. 1810
O termo encontra definições distintas conforme a ótica filosófica, teológica ou psicológica. No sentido comum, a sabedoria é a qualidade que dá sensatez, prudência, moderação à pessoa, ao passo em que para a religião é o "conhecimento inspirado nas coisas divinas e humanas".
A sabedoria está associada a atributos como juízo sem viés, compaixão, autoconhecimento experiencial, autotranscendência e não apego, e a virtudes como ética e benevolência.
Histórico
A humanidade se interessa pela compreensão da sabedoria desde seus primórdios; já no Antigo Egito a sabedoria é citada em registros que datam de 3.000 a.C. e os gregos acreditavam que ela seria uma dádiva que os deuses concediam aos filósofos, para com ela poderem contemplar a verdade; em sendo o objeto em si do saber filosófico, ela é a virtude que leva os homens à busca do bem, da verdade, do belo.
Filosofia e Mitologia clássicas
Concepção no pensamento clássico antigo
Personificação da Sabedoria na biblioteca de Éfeso, atual Turquia
Os antigos gregos consideravam a sabedoria uma importante virtude, personificada como as deusas Metis e Atena. Metis foi a primeira esposa de Zeus, que, segundo a Teogonia de Hesíodo, teria a devorado grávida; Zeus ganhou o título de Mêtieta ("O Conselheiro Sábio") após isso, pois Metis era a personificação da sabedoria, e ele deu à luz a Atena, que se diz ter surgido de sua cabeça; Atena foi retratada como forte, justa, misericordiosa e casta. Apolo também era considerado um deus da sabedoria, designado como condutor das Musas (Musagetes), que eram personificações das ciências e artes inspiradas e poéticas; segundo Platão em seu Crátilo, o nome de Apolo poderia significar também "Ballon" (arqueiro) e "Omopoulon" (unificador dos polos [divino e terreno]), pois esse deus era responsável por inspirações divinas e certeiras, considerado assim um arqueiro que acertava na cura e em profecias: “ele é um arqueiro que nunca erra".Apolo era considerado o deus que profetizava através das sacerdotisas (pítia) no Templo de Delfos dedicado a ele, onde havia inscrito o dístico "Conhece-te a ti mesmo." (gnōthi seauton), parte da sabedoria das 147 máximas délficas. Ele era contrastado com Hermes, relacionado às ciências e sabedoria técnica, e que nos primeiros séculos depois de Cristo foi associado a Thoth em um sincretismo egípcio, sob a denominação de Hermes Trimegisto. A tradição grega registrava sobre os primeiros introdutores da sabedoria, no grupo dos Sete Sábios da Grécia.
O conceito é essencial para a filosofia grega antiga, tendo a busca pelo verdadeiro conhecimento () contra a opinião (). Para Sócrates e Platão, a filosofia era literalmente o amor pela Sabedoria (philo-sophia). Isso permeia os diálogos de Platão, especialmente A República, em que os líderes de sua utopia proposta devem ser reis filósofos, governantes que entendem a Ideia do Bem e possuem a coragem de agir de acordo. Aristóteles, em sua Metafísica, definiu a sabedoria como a compreensão das causas, ou seja, saber porque as coisas são de um certo modo, que é mais profundo do que simplesmente saber que as coisas são de uma certa maneira. De fato, foi Aristóteles quem primeiro fez distinção entre os aspectos phronesis e sophia da sabedoria.
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Estudos da Mente
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