52-A teoria da mente

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Teoria da mente (em inglês Theory of Mind - ToM), também designada por mentalização, é a habilidade de atribuir e representar, em si próprio e nos outros, os estados mentais independentes - crenças, intenções, desejos, conhecimento, etc - e de compreender que os outros possuem crenças, desejos e intenções que são distintas da sua própria. É um processo que se baseia apenas na compreensão cognitiva do estado mental de outrem e no qual o sujeito que consegue representar o estado mental do outro indivíduo não se torna emocionalmente envolvido. Déficits nessa função acontecem em pessoas com autismo, esquizofrenia, déficit de atenção , bem como consequência de intoxicação cerebral decorrente de abuso de álcool . Embora existam abordagens filosóficas aos questionamentos levantados por essas discussões, a Teoria da Mente como tal é distinta da Filosofia da Mente.

Definição da Teoria da Mente

A Teoria da Mente é uma teoria na medida em que a mente não é diretamente observável. O pressuposto de que outros têm uma mente é chamado de teoria da mente porque cada humano só pode intuir a existência de sua própria mente através de introspecção, e ninguém tem acesso direto à mente de outra pessoa. Normalmente é aceito que outros possuem mentes por analogia com a própria mente, e baseando-se na natureza recíproca da interação social, como observado na atenção compartilhada, no uso funcional da linguagem e na compreensão das emoções e ações dos outros. Possuir uma teoria da mente permite que se possa atribuir pensamentos, desejos e intenções aos outros, predizer ou explicar suas ações e pressupor suas intenções. Como definido originalmente, a teoria da mente permite compreender que estados mentais podem ser a causa do comportamento dos outros, e consequentemente serem utilizados para explicar e predizer esse comportamento. Ser capaz de atribuir estados mentais aos outros e compreendê-los como causa do comportamento implica, em parte, que uma pessoa seja capaz de compreender a mente como um "gerador de representações". Se uma pessoa não possui a teoria da mente completamente desenvolvida, isto pode ser um sinal de comprometimento cognitivo ou prejuízo no desenvolvimento.

A teoria da mente parece ser uma habilidade potencial inata em humanos, mas são necessárias experiências sociais durante muitos anos para ativá-la. Diferentes pessoas podem desenvolver teorias da mente mais ou menos efectivas. Empatia é um conceito relacionado, significando a experiência de reconhecimento e compreensão dos estados mentais, incluindo crenças, desejos e particularmente emoções dos outros, frequentemente caracterizada como a habilidade de "compreender o ponto de vista do outro". Apesar das capacidades usadas na teoria da mente serem, na sua maior parte, também utilizadas na empatia, estes dois sistemas baseiam-se em circuitos neuronais distintos. Estudos neuro-etológicos de comportamentos animais recentemente desenvolvidos sugerem que mesmo roedores podem exibir habilidades éticas ou empáticas. Teorias neo-Piagetianas sobre o desenvolvimento cognitivo mantêm que a teoria da mente é um produto da habilidade hipercognitiva dos humanos para registar, monitorizar e representar seu próprio funcionamento. Assim, foi apresentada a hipótese de as pessoas usarem seu próprio estado mental como ponto de partida na inferência de estados mentais de outros, seguida de um ajustamento com base nas diferenças existentes entre a própria pessoa e o outro sujeito.

O número de pesquisadores da teoria da mente em diferentes populações (humanas e animais, adultos e crianças, com desenvolvimento normal e atípico) cresceu rapidamente nos últimos 40 anos desde o trabalho de Premack e Woodruff "Does the chimpanzee have a theory of mind?", assim como cresceram as diferentes teorias da mente. O emergente campo de discussão da [[neurociência social]] também começou a se interessar por este tipo de debate, imaginando os seres humanos em atividades que necessitam da compreensão de uma intenção, crença ou outro estado mental.

Uma explicação alternativa para a Teoria da Mente (ToM) é fornecida dentro do Behaviorismo e possui evidências empíricas significativas para uma explicação funcional tanto da perspectiva da fala quanto da empatia. A abordagem mais desenvolvida dentro do behaviorismo é a chamada "Relational Frame Theory". De acordo com essa visão da empatia e da fala, estas estão em relação direta com um complexo sistema de habilidades relacionais baseadas na discriminação e respostas verbais à relações ainda mais complexas sobre si próprio, os outros, espaço e tempo, e a transformação destas funções através de relações estabelecidas .

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