Notas: hello, mores. :) Mais uma onezinha que queria compartilhar com vocês. Escrevi essa aqui com base em algumas músicas de uma banda que eu gosto muito, chamada Arctic Monkeys. Então em determinados momentos da one eu menciono o nome de algumas músicas e seria legal se vocês dessem play pra entrar no clima. tehe
Feliz dia, baby. É pra você. <3 babedjane
Avisos básicos e importantes: conteúdo +18, com palavras pesadas e nenhuma censura. Normani g!p.
Normani Point of View.
Sinto um leve incômodo em meu peito, mas prefiro fingir que está tudo bem. Sorrio e desvio a atenção para meu celular, como se estivesse respondendo alguma mensagem importante, enquanto Dinah fala sobre um cara que conheceu para Leigh-Anne.
Já faz um tempo que preciso disfarçar o que sinto, mas fica cada vez mais difícil. Não é como se ela não soubesse. Quer dizer, tudo indica que ela saiba. Ela tem que saber. Todos os olhares, todos os toques, os abraços que se demoram mais do que deveriam. Os beijos discretos no pescoço, as mensagens trocadas antes de dormir.
Até cheguei a pensar que fosse recíproco.
Mas agora tem esse cara. Esse cara que simplesmente apareceu em uma festa e beijou sua boca como se aquela fosse a coisa mais fácil e simples no mundo. Como se Dinah Hansen fosse qualquer garota comum que você pode chegar e roubar seu coração.
Mas ela não é.
É Dinah Jane Hansen. A minha Dinah. A garota que esteve ao meu lado nos últimos treze anos da minha vida. A menina que, aos oito anos de idade, depois de conhecê-la num parque próximo a minha casa, eu pedi em namoro porque achava que nunca havia visto alguém tão bonita antes. E não estava enganada.
Dinah foi minha primeira namorada e nós trocamos anéis de açúcar debaixo de uma árvore e juramos que iríamos nos casar e ter dois filhos. A nossa primeira briga foi porque ela preferia ter duas garotas e eu queria um menino para jogar bola e brincar de patins. A briga foi tão séria que ela tacou um punhado de areia em mim e foi embora para sua casa chorando.
Dinah foi a primeira pessoa a saber sobre minha intersexualidade, ainda quando éramos crianças. Tomávamos banho juntas no lago que passava atrás de nossas casas e minha mãe sempre me fazia tirar toda a roupa molhada no jardim para não molhar os tapetes. Ela nunca me julgou ou achou que eu fosse uma aberração por ser diferente.
Na adolescência, me incentivou a dar o "meu primeiro beijo" com Beth McAdams, mesmo sabendo que este havia sido com ela mesma alguns anos antes, debaixo da mesma árvore em que trocamos os anéis açucarados. Eu tinha doze e Dinah tinha onze, e foi com certeza a coisa mais estranha do mundo. Tivemos uma crise de risos e nunca mais falamos sobre aquilo.
Quando terminamos o colégio, decidimos que iríamos nos inscrever para as mesmas universidades. Foi assim que viemos parar em Massachusetts. Ela estuda artes plásticas enquanto eu curso engenharia de produção. Dinah teve um namorado no primeiro ano da universidade, com quem eu fui obrigada a fazer amizade, sentindo meu coração se apertar todas as vezes que os via juntos.
Sim, eu sempre fui apaixonada por ela. Talvez desde a primeira vez que nos vimos, sem nunca imaginar que esse lance de amor à primeira vista pudesse realmente existir.
Quando Drew e Dinah terminaram, eu me senti péssima por ser tão egoísta. Queria estar triste por ela, mas estava internamente comemorando por saber que a minha garota não estava mais nas mãos de outra pessoa. Eu cuidei de Dinah com seu coração partido, e aquilo nos aproximou ainda mais. Ela sempre me confidenciou absolutamente tudo, chorou muitas noites deitada em minha cama, enquanto eu brincava com seu cabelo e dizia que ficaria tudo bem.