Capítulo 4

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Eu ainda não conseguia me mecher e minhas pernas estavam travadas, como se tivessem ferradas de novo era como se toda a recuperação delas tivesse ido pro lixo. Meu grito correu a floresta e felizmente alcançou quem deveria o garoto com as mãos na mochila encarava o ser demoníaco a nossa frente, seu aspecto de esqueleto seus olhos horríveis, tudo nele gritava morte, seus braços brandiram contra o garoto, mas ele pulou para trás e no mesmo instante tirou da mochila uma besta, um tipo de arco, na ponta havia uma flecha armada era o mesmo ferro e madeira retorcido que eu havia visto outro dia na bancada em cima da cozinha. Ele estava com um olhar feroz pra criatura imensa na frente dele. 

A criatura urrou pra nós, foi o barulho mais esmagador que escutei na vida meus sentidos estavam loucos e confusos, minhas pernas firmaram no chão e eu me joguei para de trás de uma árvore.

- SAÍ DAÍ AGORA! O QUE PENSA QUE TA FAZENDO?!! -gritei pro garoto que mantinha a besta firmemente na direção da criatura.

Na mesma hora a fera agachou-se próxima ao garoto com as mãos imensas tapando suas saídas pela esquerda e pela direita, encurralando-o como um rato, ela abriu a boca  enorme que emitia a mesma luz forte e amarelada de seus olhos, na mesma hora o garoto atirou uma das flechas na garganta do gigante esquelético, seguida de outras três flechas, ele pulou por sobre seus braços e surgiu com uma faca enorme nas mãos correndo sobre um dos braços do animal que tentava tirar as minúsculas flechas da garganta monstruosa, o garoto chegou aos ombros do animal e saltou por sobre sua cabeça num giro perfeito o braço firme atacou o pescoço desprotegido e pousou sobre o outro ombro da fera, ela urrou forte e tentou pega-lo, mas antes de qualquer movimento ele se jogou sobre a grama com a besta armada e assim que seu corpo tocou o chão três flechas ao mesmo tempo correram o vento e atingiram o rosto demoníaco. 

Apesar de estar bastante impressionada com seus movimentos parecia que não surtiam efeito, o corpo imenso estava envolto numa névoa escura e seu corpo parecia feito de carvão. O garoto novamente surgiu com a faca e pulou em cima do gigante, pulou por sobre seus ombros e esfaqueou o pescoço enorme repetidas vezes, ele gritava fortemente a cada esfaqueada, e o gigante esquelético tentava alcançar a onde ele estava, mas a cada tentativa ele o garoto brandia a faca contra as mãos enormes que tentavam agarra-lo, a sua forma agressiva ia além da defesa ele simplesmente gritava e esfaqueava, era como se não tivesse a percepção de que tudo aquilo gerava praticamente dano nenhum no gigante, a fera se mantinha agachado apoiado nas duas mãos grande sobre a terra e olhava para nós como se analisasse uma carne em conserva.

 No minuto seguinte o gigante demoníaco conseguiu pega-lo, fechou o corpo dele entre uma de suas mãos esqueléticas e o arremessou no chão como um parasita que o incomodava e em seguida urrou para ele com a boca escancarada, estava a ponto de devora-lo. Minhas pernas me forçaram ficar entre o demônio enorme e o garoto, não sei como cheguei lá mas persisti contra todos meus nervos que gritavam pela fuga e em seguida instintivamente puxei o garoto para mais longe que consegui da fera que urrava.

- VOCÊ TEM QUE SAIR DAQUI! PEGA A FACA!!! - O garoto gritou enquanto eu o puxava apontando para o chão próximo a nós.

Vi uma lâmina de 20 centímetros reluzir no meio da grama, firmei meus dedos em seu cabo e corri na direção do demônio a situação parecia absurda e eu literalmente morreria, escutei o garoto ao fundo gritando comigo e obviamente ele desaprovava minhas ações em parte eu concordava com ele e queria xingar a mim mesma, pois de frente para a fera minhas ideias pareciam estúpidas, eu agarrei a faca com as duas mãos e cravei em seu rosto, ela ergueu a cabeça na mesma hora e eu senti o chão ficar distante dos meus pés, três flechas surgiram a minha frente cravando-se no rosto do gigante eu as usei de apoio para me segurar, e com uma mão livre puxei a faca do crânio do demônio, ele me agarrou com uma das mãos e me jogou no chão. Senti o garoto pegar a faca das minhas mãos, e tirar as mechas do meu cabelo que cobriam meu rosto.

Preciso Te Ver Além Do Céu NoturnoOnde histórias criam vida. Descubra agora