Capítulo 12

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     Encarei o garoto a minha frente, seu olhar era penetrante e incisivo. Pela primeira vez desde que me abordou tacando pedras na minha cabeça o analisei, usava roupas comuns e sujas, tinha os ombros largos e parecia ser um pouco mais alto que eu, seus olhos eram de um castanho muito escuro, sua pele era retinta e sua fisionomia num todo não parecia grande coisa.

- Você é meio maluco sabia?! Suspeitei disso quando me atirou pedras, mas agora tenho certeza. - afirmei o olhando nos olhos, ele riu como se divertisse com isso. 

- Eu já pedi desculpa pelas pedras - falou erguendo as mãos em rendição - foi uma medida exagerada eu adimito. Mas porque você está aqui sozinha e chorando?

      Parei alguns segundos pensando no que responder, ele era um completo estranho logo eu não tinha que me esforçar para ser sincera ou dar detalhes, eu nem mesmo precisava responder. 

- Você é maluco, porque eu iria falar algo pra você? 

- Se eu sou maluco o que tem demais você me dizer?

- Não é bom argumento! - falei rindo de leve. 

- Poxa! Mas eu achei genial! Na minha cabeça teve muito mais impacto. 

- Você não sabe de nada do que aconteceu hoje? 

- Eu te falei que cheguei agora. Na verdade era pra que eu tivesse chegado antes, mas aí esbarrei numa galera que estava correndo e falaram pra que eu dasse mais umas voltas por segurança. O que é ridículo eu poderia ter encontrado em deponial no caminho e ter morrido. - explicou Dario.

- Bem justo seu ponto de vista! Mas estavamos fugindo de qualquer perseguidor Magnatario que pudesse vir. 

- Você... V-Vocês mecheram com eles? - perguntou apreensivo. 

- Sim! No resumo, eu e um amigo meu fomos pegos por eles e toda essa galera da Taverna foram ajudar a nos tirar de lá e explodimos o prédio. 

- Você ta me dizendo que explodiu o prédio deles? Qual deles? 

- Felizmente ou infelizmente, foi apenas um prédio de subdomínio sem muita força centralizada fazia parte da expansão de território deles. O que me assusta um pouco, pois eles parecem estar em todo lugar 

-  Bom eles querem sempre mais pedaços de território. Que sorte ter dado para salvar vocês. Isso foi muito perigoso - falou cerrando os punhos que repousavam sobre suas coxas.

- Não tinha muitos deles do lado de fora, nem do lado de dentro. Mas ainda assim estavam armados e alguns dos nossos se feriram, mas temos boas pessoas pra cuidar dessas feridas! 

- O que aconteceu lá? O que você viu? - ele parecia muito impaciente pelas respostas.

- Aah, eles tinham muitas caixas mas eu não sei o que tinha dentro, mas como eu disse o prédio caiu. Foi uma bomba poderosa.

- Você sabe que esse merda está lá no meio deles? - questionou apertando a foto do Velho nas mãos.

     Respirei fundo.

- Eu soube hoje! Ele estava lá, por falar nisso seria muito bom que ele tivesse soterrado lá e nunca mais se levantasse mas algo dentro de mim diz que não tenho essa sorte. Além disso havia outras pessoas no prédio, pessoas de verdade... - uma dor apertou o meu coração - Pessoas que o Velho tirou a vida sem mata-las, pareciam menos que zumbis, sem força alguma de vontade e vazios por dentro. 

- Ele estava lá?  - perguntou, eu afirmei com leve movimento de cabeça - Quem era essas pessoas? Como assim elas estam sem vida? 

- Acredito serem todas as pessoas que resistiram aos testes dele. E como ele mesmo me disse foram as mesmas pessoas que não concordavam com as idéias. Quanto ao não estarem vivos... só você mesmo vendo pra entender. Já não eram mais eles. 

Preciso Te Ver Além Do Céu NoturnoOnde histórias criam vida. Descubra agora