Capítulo 17

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  Seguimos para uma outra abertura com uma descida de escadas e ao final viramos alguns corredores até chegar exatamente na mesma porta vermelha que antes entrei. Dario bateu na porta algumas vezes e a mesma voz firme e familiar soou permitindo nossa entrada, Dario abriu a porta e deu passagem para que eu fosse na frente. Havia um homem muito bonito de bata branca com as mangas dobradas e uma abertura na gola trançada com um fio da mesma cor, usando também uma calça mais solta de um marrom escuro e botas pretas que prendiam a barra da calça além de três pulseiras no pulso esquerdo com as mesmas contas brancas e amarelas que eu usava no colar. Ele virou a cabeça em nossa direção, soltando alguns papéis sobre a mesa.

- Você está simplismente magnífica! Algo além do esperado e apartir de hoje estou totalmente preparado para suas surpresas. - falou ao me ver - Meu filho, vou pedir que saia por uns instantes, preciso conversar com ela a sós.

- Claro! vou esperar lá fora. - disse Dario com um movimento leve da cabeça e se retirando da sala.

     Então ele voltou a se virar para mim assim que Dario saiu.

- É muito de repente pra você eu imagino! Mas todo mundo já comenta que você voltou e aqui temos que manter uma linha aberta entre os nossos. Por isso a cerimônia que aconteceria hoje, também vai ser uma apresentação formal de seu retorno. 

     Eu assenti de leve com um maneio de cabeça, tudo aquilo ainda me deixava atônita mas me mantive firme.

    Ele esperou que eu me ajeitasse na poltrona e ficou de frente para mim encostado em sua mesa quase que sentado em cima dela, ele puxou uma das cordinhas soltas da amarração na abertura da gola de sua bata branca e passou a mesma mão pelos cabelos agora úmidos mas igualmente espetados.

- Eu banhei muito rapidamente, na verdade, tudo nesse dia aconteceu muito rápido. A cerimônia que antes era corriqueira e comum de repente em poucas horas tornou-se o evento mais importante em anos. Mas principalmente eu queria pedir desculpas a você por Aretha. E digo com sinceridade que em relação a ela não é a primeira vez que faço algo do tipo como pai, ela pode ser um pouco difícil as vezes, mas tem um coração muito puro.

- Está tudo bem mesmo, não precisa disso. Eu vim aqui atrás de respostas então acho que tudo é muito válido. - murmurei, o tom de voz alto que eu queria havia sido engolido pelo meu nervosismo.

       Ele esboçou um sorriso franco e cálido nos lábios, com o olhar perdido.

- Vocês duas me lembram muito ela... Sua mãe! Ela era temperamental, gentil, estressada, cuidadosa, um pouco cheia de manias e nervosismos. - disse isso e voltou seu olhar para os papéis em cima da mesa pegando um deles e segurando diante de si - Você não deve ter memórias dela, mas acho que talvez isso ajude.

       Em seguida segurou o papel mais forte nas mãos, havia um sorriso doloroso em seus lábios e um olhar pesaroso, ele olhava de mim para o papel, até que finalmente me estendeu a folha para que eu a pegasse.

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Preciso Te Ver Além Do Céu NoturnoOnde histórias criam vida. Descubra agora